CBs clássicos e muito mais…

Os rádios CB (citizens band) (banda do cidadão) clássicos alimentam a nostalgia de muitos daqueles que se iniciaram na banda do cidadão nas décadas de 60 a 90, e fazem ainda as delícias de muitos dos mais novos entusiastas desta rede social que é a citizens band.

A APROSOC sempre reconheceu a utilidade dos rádios CB em emergências, bem como no combate ao isolamento e exclusão social e, durante a fase mais dura da pandemia COVID-19, o confinamento de 2020 a APROSOC intensificou os contactos via rádio CB, tanto em FM como no modo mais tradicional o AM, possibilitando assim ser mais inclusiva daqueles que somente dispõe de rádios clássicos.

Embora sejamos mais adeptos do FM (modulação de frequência) pela superior qualidade de áudio e compreensibilidade a maiores distâncias, para a comunicação a curtas distâncias o AM tem os seus encantos e possibilita também de certo modo reviver os bons velhos tempos da CB, motivo pelo qual sempre que uma estação nos contacta em AM (modulação de amplitude) e o contacto é possível nesse modo, não perdemos a oportunidade de comunicar no modo mais tradicional.

Os rádios clássicos sofrem mais o desgaste dos anos que os mais modernos, devido ao facto de os antigos utilizarem muitos condensadores eletrolíticos que secam com o tempo e carecem ser substituídos, ou outros componentes mais vulneráveis ao passar do tempo, como os medidores de agulha, entre outros, contudo, as autoridades continuam a aceitar o uso dos equipamentos antigos que não firam as regras do país em que operam, sendo por isso aceitável o uso de um rádio que esteve certificado em Portugal ainda que não cumpra as atuais regras da diretiva Europeia que recomenda a multinorma, sendo os aspetos mais relevantes para as autoridades os limites de radiações não essenciais, e estar dentro da potência e das frequências legalmente permitidas, numa base de não interferência noutros serviços.

Muitos de nós nascidos nos anos 40 a 70 e até após isso, tivemos como primeiro walkie-talkie um CB, na maioria dos casos apenas com o canal 14.

Por estes motivos é possível encontrar frequentemente elementos dos macanudos e macanudas da APROSOC em QSO (conversação) com equipamentos clássicos e muitas vezes em AM, em que alguns de nós saciamos a nostalgia de um passado do qual fomos tirados, mas que não saiu de nós.

Não esquecemos ainda que, outrora muitas vidas foram salvas através de comunicações por simples rádios CB de AM e, muitas outras continuam a ser salvas por rádios de AM em muitos países onde o FM não é permitido ou não é o modo predominante, tendo o CB tido e continua a ter um papel importante como alternativa de emergência quando falham as telecomunicações de acesso público.

Já quanto às bandas laterais (SSB – single side band) que muitos equipamentos clássicos e modernos possuem, possibilitam comunicações a maior distância, contudo é um modo menos inclusivo, porque exige equipamentos mais caros e a constante sintonia do clarificador de voz (clarifier) de estação para estação recebida, atendendo ao facto do oscilador de batimento sobre a frequência de entrada no recetor, ser muito crítico quanto à precisão e, os equipamentos CB de SSB não disporem de sistema de sintonia automática de clarifier. No caso de conversação com diversas estações CB no mesmo canal em SSB, muitas vezes requer que cada vez que um fala tenha de se sintonizar o clarifier, sendo claramente o AM ou o FM mais cómodo de operar que o USB (uper side band) ou LSB (lower side band) resultantes respetivamente da subdivisão superior ou inferior da SSB, por estes motivos somos acérrimos defensores do FM pela qualidade de áudio e alcance e, do AM por ser o mais inclusivo em Portugal e em muitos outros países.

Internamente o grupo de Macanudos e Macanudas da APROSOC testa frequentemente os limites e os encantos dos CB´s clássicos, também os que apenas têm AM e respondemos frequentemente a chamadas em canal 11 AM.

73/51

João Paulo Saraiva 
CB: “DUKE”

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