Arquivo mensal: Dezembro 2022

Portadores de Walkie-Talkies PMR446 em Algés, Miraflores, Linda-A-Velha, Cruz Quebrada, Dafundo e Carnaxide

Os walkie-talkies PMR446, constituem uma enorme vantagem para a entreajuda comunitária, possibilitando que vizinhos que não sabem o número de telefone uns dos outros, mas que possuem esses walkie-talkies sintonizados no canal em uso na zona, se socorram deste meio de comunicação para pedir ajuda ou socorro, ou mesmo para a disponibilizar face a emergências e outras situações tais como: cheias e inundações, incêndios, sismos, tornados, assaltos, resgate animal, auxilio à evacuação ou fazer chegar as compras a pessoa com mobilidade reduzida, violência doméstica, entre outras.

Esta forma de comunicação ganha especial relevo quando as telecomunicações de acesso público falham, como tantas vezes ocorre nos incêndios, tempestades e outros fenómenos.

Existem já em Portugal diversas comunidades organizadas através deste meio de radiocomunicação, algumas das quais com a ajuda da APROSOC – Associação de Proteção Civil, que mantem a determinação de prestar este contributo através do aconselhamento técnico, tanto na vertente das radiocomunicações quanto no âmbito da Proteção Civil.

Estamos atualmente empenhados em mais uma rede comunitária em PMR446, na sequência das cheias em Algés e, do facto de informalmente 5 e 5 cidadãos espalhados por Algés, Miraflores e Linda-A Velha terem mantido comunicação de acompanhamento da situação no dia 8 de Dezembro e no dia 13 de Dezembro de 2022 já eram 7, tendo a APROSOC em Carnaxide e posteriormente em Algés estabelecido contacto com aqueles utilizadores de walkie-talkies que, já todos se conheciam de uma prática desportiva comum em que utilizam aquele meio de comunicação, ao que, na sequência desse contacto solicitaram ajuda à APROSOC para melhor conseguirem tirar proveito dos seus walkie-talkies em situações de emergência. Neste contexto, a APROSOC prontamente se disponibilizou para prestar aconselhamento, bem como ajudar a divulgar a iniciativa no sentido de contribuir para que este grupo cresça, aumentando assim a probabilidade de ajuda de boa vizinhança quando necessário. Assim sendo, na sequência do contacto de um dos interessados com a APROSOC, vimos por este meio, convidar os residentes em Algés, Miraflores, Linda-A-Velha, Cruz-Quebrada, Dafundo e Carnaxide, que assim o desejem e sejam detentores de Walkie-Talkies PMR446 com 16 canais e sub-tons, a entrar em contacto connosco, o que possibilitará a compatibilização dos seus walkie-talkies e assim colocar todos em contactos com todos, bem como beneficiarem do aconselhamento da APROSOC – Associação de Proteção Civil para o efeito.

A radiocomunicação em equipas voluntárias de proteção civil

*Equipamentos*

Os equipamentos devem ser selecionados em função das características do operador, não existe o melhor equipamento nem o bom equipamento, na maioria dos casos o equipamento passa de medíocre a bom para o seu operador após alguns ajustes, contudo, alguns equipamentos dificultam esse ajuste.

No caso de equipamentos com antena instalada em viaturas ou edifícios, também a antena deve ser selecionada em função do local de instalação, tendo em conta o seu ganho, lóbulo de radiação horizontal e angulo de fogo ou lóbulo de radiação vertical, sem esquecer a importância de uma baixada de baixas perdas.

*Operação*

Incluir voluntários em operações de socorro que não estão totalmente familiarizados com as características e funções do seu equipamento de radiocomunicação pode ser um problema, contudo, se esses operadores não tiverem passado por uma formação de rádio operação, ainda que até tenham certificado de amador nacional (radioamador), serão muito provavelmente um obstáculo à fluidez do tráfego de radiocomunicações, gerando constrangimentos às operações.

*Exemplo*

Durante a noite da inundação de Algés 5 utilizadores de walkie-talkies PMR446 (quase todos vizinhos numa área de 1Km) que por serem praticantes de uma modalidade desportiva em que usam walkie-talkies (comprados na loja onde compram e reparam as suas bicicletas) tem por hábito comunicar no mesmo canal, mantiveram atualizado o ponto de situação entre Miraflores e Algés, contudo, devido à ausência de formação em procedimentos radiotelefónicos, a articulação entre os mesmos ou mesmo a nossa articulação com eles era muito pouco eficiente, atendendo ao facto de não cumprirem procedimentos radiotelefónicos e se sobreporem uns aos outros, ou mesmo de monopolizarem o canal não por mal, mas porque não estavam formados, treinados e preparados. Ainda assim foi útil a informação e possibilitou por exemplo compreender as vias por onde não se devia arriscar passar, mas, poderia ter sido ainda mais útil, se para isso tivessem tido duas ou três horas de formação sobre rádio operação. Não podemos deixar de agradecer o empenho e dedicação denotada, bem como colocar-nos à disposição para os integrar num das nossas ações de formação sobre rádio operação, basta que nos contactem, até mesmo no canal habitual. 

*Analogia*

O mesmo se passa com os voluntários da APROSOC que, se quando têm formação, mas passam muito tempo sem treinar e vão para um teatro de operações já comprometem a eficácia da comunicação e por inerência a segurança, quando não têm nem formação nem treino se tiverem um rádio na mão podem colocar em risco toda a operação. Talvez por esse motivo na maioria dos casos não sejam mobilizados ou sequer tomem conhecimento de que houve uma mobilização ou, simplesmente sejam mobilizados para funções auxiliares quando poderiam ter tido um papel no âmbito das suas demais competências.

APROSOC acusa Governo de corresponsabilidade na dimensão de catástrofes futuras

Desde pelo menos 2010 que a Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil, e desde 2011 por parte da atual APROSOC que, o governo recebeu recomendações para implementar os avisos por difusão celular às populações em perigo, recomendações ignoradas e das quais podem ter resultado inúmeras mortes.

Outros países europeus ativaram recentemente remotamente a difusão celular (cell broadcast) nos smartphones de todos os cidadãos, após em articulação com os operadores de telecomunicações terem ativado esta tecnologia em todas as redes móveis. No caso da Alemanha, esta iniciativa surgiu na sequência do facto de em cheias e inundações recentes, terem concluído que o envio de avisos por sms  terá contribuído para a dimensão dos prejuízos materiais e mesmo para algumas das mortes ocorridas em pessoas que não foram avisadas ou que o aviso por SMS chegou tarde demais.

Uma cidadã portuguesa imigrante na Alemanha e Associada da APROSOC – Associação de Proteção Civil, constatou há dias que as suas definições de receção de alertas por difusão celular foi remotamente ativada, esta nossa Associada manifesta-se agradada  com o facto por contribuir para a sua segurança e dos seus, bem como de todos.

O Governo Português poderia ter aproveitado o Plano de Recuperação e Resiliência para complementar o investimento que falta para que a cell broadcast seja uma realidade em Portugal, a aquisição de consolas de envio para a Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil, ou invés disso optou por um conjunto de outros investimentos importantes mas não tão prioritários quanto a segurança coletiva dos cidadãos, facto que só podemos lamentar.

IPMA sem condições técnicas para cumprir a sua missão

Ex.mos Senhores 

 
As falhas dos radares a que recorre o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) têm sido frequentes e têm condicionado gravemente a análise meteorológica e previsão de efeitos, tal facto gerou inúmeras críticas de meteorologias amadores nas redes sociais, as quais por sua vez resultaram na seguinte reação por parte da empresa nacional de meteorologia “BestWeather” e cujo texto que subscrevemos na íntegra seguidamente se reproduz na íntegra…
“Antes de caírem em cima dos profissionais, nossos colegas do IPMA, devido aos problemas dos radares, ponderem criticar quem não investe em tecnologia, ciência e infraestruturas críticas para a segurança pública neste país.
Critiquem quem, depois de vários anos com melhoria gradual da cobertura por radar, não gerou condições para uma integração com os outros elementos da Proteção Civil, de forma a garantir flexibilidade e eficiência no lançamento de avisos em nowcasting/curto prazo.
Sem uma rede integrada entre a componente técnica da meteorologia/nowcasting/analistas de radar e as plataformas que gerem os avisos e os comunicam à população e meios, ter radares ou não é quase o mesmo.
A forma como são feitos os avisos também tem de mudar, há hoje em dia ferramentas que podem tornar o processo muito mais automático, rápido e direcionado à escala espacial, por povoações/freguesias.
Por fim, a situação meteorológica de hoje não era particularmente difícil de prever e mesmo em regime de nowcasting, com a utilização dos produtos de satélite, poderiam ter sido feitos os avisos com maior antecedência mesmo com o radar em baixo. O radar não é a única ferramenta que existe para análise em tempo quase real.
Em suma, temos um país mal preparado para situações de emergência e temos muito pouca capacidade de resistir a fenómenos mais adversos, sejam eles meteorológicos ou outros riscos ambientais. É tempo de mudar esta realidade.” Fonte: https://www.facebook.com/bestweather.pt/photos/a.475703702603661/2311329369041076

APROSOC | PREVENÇÃO E PREPARAÇÃO EMERGENCISTA E SOBREVIVENCIALISTA

Sismos, tsunamis, tempestades, pandemias, terrorismo, inundações, cheias, grandes incêndios, acidentes siderais, acidentes antrópicos, … Estes acidentes graves ou catástrofes podem ocorrer sem aviso prévio e por isso apanharmo-nos desprevenidos, afetando uma pequena comunidade, uma região ou mesmo a totalidade do território nacional ou mais ainda.

 

As suas consequências são frequentemente devastadoras, deixando um rasto de destruição e morte ou, pessoas ou mesmo famílias inteiras com a vida irremediavelmente destruída pela perda dos seus bens, fontes de rendimento e teto.

 

As previsões anunciam que os desastres vão ser cada vez mais frequentes e os seus efeitos mais intensos, também por força das alterações climáticas e aumento das vulnerabilidades das populações devidas a fatores demográficos, culturais e sociais.

 

Quando os acidentes graves ou catástrofes ocorrem, os serviços de emergência médica, bombeiros e forças de segurança, estão na segunda linha de reação logo após os cidadãos. No entanto, frequentemente a capacidade de resposta se esgota face ao número de vítimas, ficando muitas delas à mercê da própria sorte, podendo acabar por ser vítimas da própria impreparação e, muitas delas não serem salvas.

 

Face a estas evidências, a APROSOC tem vindo a apostar em atividades de prevenção e preparação dos cidadãos para emergências, acidentes graves ou catástrofes, no sentido de tanto quanto possível mitigar os efeitos funestos dessas situações através de uma ação rápida e eficaz dos cidadãos que constituem a primeira resposta de proteção civil, mesmo antes de quaisquer ação dos serviços de emergência e proteção civil e que, precisamente por isso importa preparar para prevenir, mitigar, alertar, socorrer, e recuperar.

 

Nesse sentido estamos organizados para as seguintes valências:

  • Sensibilização, Formação e Educação dos cidadãos sobre os perigos, vulnerabilidades e recomendações de autoproteção, pré-socorro e salvamento, desejavelmente conducente a um aumento da segurança coletiva através da mitigação das suas vulnerabilidades nas emergências, no sentido de fazerem parte da solução ao invés de fazerem parte do problema. Esta ação, para além da formação, faz-se também através da consciencialização do público em geral sobre a frequência dos acontecimentos e suas consequências negativas na sociedade, promovendo assim uma reflexão contínua sobre os eventos de desastre na simultaneidade da constante procura de viver o que a vida tem de melhor, sempre preparados para o pior.
  • Formação especializada de equipas de voluntários, capacitando-os com skills que lhes permitem agir quando necessário em harmonia com as guidelines emanadas da comunidade científica.
  • Dotar a APROSOC de um Fundo de Emergência, como reserva de recursos financeiros sem outra afetação especial que não a da aplicação imediata em casos de emergência face a situações de acidente grave ou catástrofe, posteriormente renovado através dos apelos para donativos.