Arquivo mensal: Março 2023

Artigo de opinião (Por João Saraiva): Questões aos “Radioativos” da APROSOC

Olá “Radioativos” da APROSOC

As atividades domingueiras de radiocomunicações cidadãs da APROSOC, são multidisciplinares e, gostaríamos que fossem mais participadas presencialmente nos locais de ativação, ainda que a presença de uns seja para  DX, de outros para comunicações locais, outros para comunicações emergêncistas, outros para testar equipamentos, uns mais para as radiocomunicações de uso livre, outros eventualmente mais para o radioamadorismo, sem prejuízo de todos poderem praticar o que bem lhes aprouver em toda a latitude das atividades de radiocomunicações analógicas, digitais, terrestes ou espaciais.

As diferentes possibilidades acima referidas, possibilitam algo maior, as relações interpessoais e o melhor conhecimento dos colegas, o combate à solidão e isolamento social, o combate à exclusão, a partilha de saberes e conhecimentos, a confraternização e o combate ao sedentarismo dos domingos caseiros, bem como a visita de locais absolutamente terapêuticos para a mente e exercitantes para o corpo.

É esta a amplitude dos nossos encontros domingueiros, muito para além do protagonismo via rádio ou das imagens nas redes sociais que objetivam tão somente atrair mais praticantes das radiocomunicações nas diferentes modalidades.

A “xenofobismo” com que as Associações de Radioamadores olham para a APROSOC – Associação de Proteção Civil, todas elas sem exceção, por verem surgir outras opiniões e ações no âmbito das radiocomunicações, que resultam tão somente por um lado da improficuidades dessas Associações nas comunicações de emergência e, por outro, no facto de para se emitirem opiniões sobre radiocomunicações emergêncistas não bastar ser-se radioamador, mas sim ter conhecimento de causa no âmbito do Sistema Nacional de Proteção Civil ou, bem distinto, no âmbito do Sistema Integrado de Operações de Proteção e Socorro, bem como no âmbito do Sistema de Gestão de Operações, sem prejuízo de uma visão mais abrangente no âmbito do sobrevivencialismo, fica a dever-se obviamente à ignorância nesses âmbitos pese embora o facto de em muitos casos serem inequivocamente especializados nas tecnologias de radiocomunicações.

Há até os que rejeitam qualquer relação em radiocomunicações e serviços de proteção civil e emergência, como se tal fosse possível no atual estado da arte da proteção civil ou das “legis artis” da emergência médica, pura ignorância.
A ignorância e a falta de argumentos válidos para aceitar o contraditório, impossibilita alguns de, com as suas diferenças, mas com o respeito inerente à educação individual e ao superior interesse público em causa, de reunir no sentido da partilha de saberes e conhecimento conducente à convergência de esforços para que, nas diferentes áreas técnico-científicas vocacionais surjam simbioses capazes de produzir soluções em prol da segurança coletiva dos cidadãos, quer seja no apoio aos serviços, quer essencialmente no apoio direto às populações, comunidades, famílias e cidadãos que possam beneficiar dessa ajuda, na justa medida das competências e capacidades instaladas em cada um e, na pluridisciplinaridade de competências reunidas em cada organização.
O bairrismo e clubismo enraizado na cultura portuguesa, é algo peculiar ao povo português e, impossibilitador da desejável cooperação, contudo, uma coisa é o que se passa entre organizações e, outra o que se passa e deve passar na nossa organização, sendo lamentável que, alguns dos que vestem várias camisolas, não sejam capazes de vestir também a camisola do superior interesse público por mais que isso signifique ir contra as correntes do politicamente correto e das palavras fofinhas cheias de hipocrisia daqueles que nada contribuem para o desenvolvimento sustentado das diferentes atividades em apreço e, tudo contribuem para a inércia e inépcia nessas atividades que se revelam improfícuas na sua ação.

A APROSOC só existe porque existe um vazio por preencher por parte dos serviços públicos e privados no âmbito das atividades estatutariamente prosseguidas por esta Associação e que a toadas e a todos os cidadãos e organizações dizem respeito.

Voltando ao tema inicial e para terminar, ainda que todos sejamos fãs do cantor Carlão, e até nos seja mais agradável “assobiar para o lado” face a toda a ausência de participação civil, e assim alimentarmos a regozijo daqueles que na sua ignorância nos vêm como os extra terrestres que teimam em colar radiocomunicações com proteção civil, seria pelo menos de esperar que, parafraseando mais um cantor, desta vez não da margem sul mas do norte “fosse mais o que nos une do que aquilo que nos separa” (Rui Veloso). É por isso que questiono a cada um em cada uma, quem está disponível para, no limite das suas disponibilidades, manifestar alguma vontade e apoio, através da sua presença nem que seja para ajudar a carregar uns rádios ou antenas, ou simplesmente participar no farnel partilhado, para os locais onde habitualmente nos deslocamos / desloco para em nome da APROSOC materializar atividades de radiocomunicações / sociais?
Mesmo para terminar, algum colega é capaz de me dar motivos para eu manter este sacrifício da vida familiar, tantas vezes solitário? Ou será mesmo melhor pôr um ponto final nesta atividade que tanta gente tem trazido às radiocomunicações e, tanto tem ajudado os cidadãos a estar mais e melhor preparados para os desastres tal como é desígnio dos fins estatutários da APROSOC?

Grato!

APROSOC propõe voto de louvor aos 13 militares que recusaram ordeiramente sair em missão no navio “Mondego”

Ex.mos(as) Senhores(as)

A APROSOC – Associação de Proteção Civil, recomenda aos grupos parlamentares da Assembleia da República, um voto de louvor aos 13 militares que se recusaram ordeiramente a sair em missão, arriscando as suas carreiras para não se colocarem não só a si em risco desnecessário e acrescido, bem como não colocar os demais camaradas em risco e não denunciarem às forças inimigas as fragilidades dos meios de combate da Marinha de Guerra Portuguesa que, os órgão de comunicação social acabariam por expor. O que era expectável para aqueles que o conhecem como ninguém e, pelos vistos até melhor que o comandante de missão, viria de facto a ocorrer no navio de guerra “Mondego”, que regressara a terra sem condições de navegabilidade, rebocado, para vergonha nacional que, os 13 militares que se recusaram a sair em missão quiseram evitar mas não conseguiram devido à inépcia e teimosia dos seus superiores hierárquicos que, aparentemente não têm a capacidade de análise que apregoam aos órgãos de comunicação social e que, são merecedores de procedimento disciplinar, desde o comandante de missão ao Chefe de Estado Maior da Armada, por terem colocado em causa o bom nome e superior interesse de Portugal no âmbito da defesa nacional e dos tratados internacionais de defesa.
Estava em causa antes de mais a segurança, não de combate que poderia não ocorrer, mas que se ocorresse determinaria provavelmente a extinção de toda a tripulação, porque um navio sem condições de navegabilidade perde capacidade de manobra.
Sair com um navio neste estado para a guerra, é como sair com este navio neste estado para a guerra sem munições, a vulnerabilidade é uma constante útil ao inimigo e no mínimo injusta para os nossos compatriotas tripulantes daquele navio.

Até na Guerra, a segurança se impõe e, não podemos esquecer que o condição de vida militar não se alheia dos direitos consagrados no Artigo 59 da Constituição da República Portuguesa

“Artigo 59.º
(Direitos dos trabalhadores)
1. Todos os trabalhadores, sem distinção de idade, sexo, raça, cidadania, território de origem, religião, convicções políticas ou ideológicas, têm direito: a) À retribuição do trabalho, segundo a quantidade, natureza e qualidade, observando-se o princípio de que para trabalho igual salário igual, de forma a garantir uma existência condigna; b) A organização do trabalho em condições socialmente dignificantes, de forma a facultar a realização pessoal e a permitir a conciliação da actividade profissional com a vida familiar; c) A prestação do trabalho em condições de higiene, segurança e saúde; d) Ao repouso e aos lazeres, a um limite máximo da jornada de trabalho, ao descanso semanal e a férias periódicas pagas; e) À assistência material, quando involuntariamente se encontrem em situação de desemprego; f) A assistência e justa reparação, quando vítimas de acidente de trabalho ou de doença profissional. 2. Incumbe ao Estado assegurar as condições de trabalho, retribuição e repouso a que os trabalhadores têm direito, nomeadamente: a) O estabelecimento e a actualização do salário mínimo nacional, tendo em conta, entre outros factores, as necessidades dos trabalhadores, o aumento do custo de vida, o nível de desenvolvimento das forças produtivas, as exigências da estabilidade económica e financeira e a acumulação para o desenvolvimento; b) A fixação, a nível nacional, dos limites da duração do trabalho; c) A especial protecção do trabalho das mulheres durante a gravidez e após o parto, bem como do trabalho dos menores, dos diminuídos e dos que desempenhem actividades particularmente violentas ou em condições insalubres, tóxicas ou perigosas; d) O desenvolvimento sistemático de uma rede de centros de repouso e de férias, em cooperação com organizações sociais; e) A protecção das condições de trabalho e a garantia dos benefícios sociais dos trabalhadores emigrantes; f) A protecção das condições de trabalho dos trabalhadores-estudantes. 3. Os salários gozam de garantias especiais, nos termos da lei.”

Se o navio mondego não tivesse regressado e a sua tripulação, provavelmente tudo estaria a ser visto de modo diferente.

O ato praticado por aqueles 13 militares é, na sua dimensão, um ato equivalente ao 25 de Abril de 1974.

O maior perigo é a hipocrisia da sociedade em que vivemos e em que apregoamos valores que na realidade não temos e não praticamos. O maior risco é não dar ouvidos a quem sabe e teimar em colocar a prova à mercê da sorte.

Que bons mares tragam os marinheiros portugueses sempre a salvo de regresso a  casa. 

Artigo de opinião: Comando Geral de Bombeiros deve avançar

O comando geral dos Bombeiros, possa embora não fazer sentido pelo facto de estarmos a falar de centenas de entidades na maioria de direito privado e, de no passado o sistema de Bombeiros com o seu “Serviço Nacional de Bombeiros” se ter revelado improficiente, possibilitará, contudo, pôr fim às figuras decorativas oriundas das Corporações de Bombeiros e em processo de ascensão politica e partidarizada na Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC), possibilitando igualmente que esta alegada autoridade se concentre nas atividades de proteção civil e se deixe de brincar aos generais e comandantes sem tropas das operações de emergência.

O facto da ANEPC não estar  afazer o que não lhe compete na prevenção e mitigação de acidentes graves ou catástrofes e, na preparação dos cidadãos para enfrentar os efeitos desses desastres ou mesmo para a resiliência, porque assim se justificaram através do mediatismo o crescente número de tachos naquela casa, determinam o estado de subdesenvolvimento de Portugal no que à proteção civil é atinente.

Está na hora de, as corporações de bombeiros, INEM e demais entidades ora listadas como agentes de proteção civil, serem listadas como agentes de Socorro e Resposta à Emergência e, reservar a lista de agentes de proteção civil às entidades coletivas e por isso agências públicas ou privadas que efetivamente trabalham em proteção civil e não tenham como principal missão a intervenção em operações de proteção e socorro sem prejuízo de terem nesse âmbito missões complementares de apoio.

O “agente” deve ser o individuo, tal como nas forças de segurança, e a “agência” deve ser a entidade coletiva. Deve distinguir-se a “beira da estrada” da “Estrada da Beira” e, tratar a língua portuguesa com o respeito que, como característica de um povo diferente no mundo, não confunda agentes com agências numa catadupa de deturpação do sentido das palavras.

Não seria despropositado que após tal acontecer, a ora ANEPC alterasse a sua denominação para algo do tipo “Agência para a Proteção Civil”, empenhada no planeamento civil de emergência, no levantamento dos riscos e das vulnerabilidades e soluções para os anular ou atenuar, na formação, treino e preparação dos cidadãos para resposta às emergências, mas também para a prevenção, mitigação e recuperação, não se confundindo a atividade de proteção civil com a atividade do socorro especializado, sem prejuízo de se dedicar também à reserva estratégica de recursos humanos e técnicos complementares da capacidade de resposta instalada nos serviços de emergência de salvamento, pré-hospitalar, combate a incêndios ou outros de diferente génese.

Enquanto se mantiver o atual modelo de organização nesta simbiose atabalhoada de sistema nacional de proteção civil e sistema integrado de operações de proteção e socorro, dificilmente o país disporá por um lado de um proficiente Serviço Nacional de Proteção Civil e, por outro, de um eficaz e eficiente Serviço Nacional de Resposta à Emergência (quotidiana).

Colocar comandantes de Bombeiros na estrutura de comando da ANEPC, é um pouco como (com o devido respeito pela profissão) colocar técnicos auxiliares de saúde a gerir hospitais, pois embora conheçam bem como funciona a sua quadricula, conhecem-no sob a perspetiva da sua função operacional e não com base nos seus conhecimentos académicos e práticos de gestão macro e, inevitavelmente sensíveis à vertente da intervenção (e ao seu mediatismo) e, não às vertentes que caracterizam efetivamente serviços de proteção civil, planeamento, prevenção, mitigação, preparação e recuperação.

Para liderar uma nova estrutura que de facto se dedique à Proteção Civil, não é sequer necessário contratar um novo quadro, já que existem excelentes técnicos na ANEPC, ora quadros intermédios que deveriam poder chegar à cúpula e, envolver mais a sociedade civil, incluindo a comunidade científica, na busca de soluções que não visem acima de tudo os interesses instalados nos negócios da intervenção, tão profícuos para  alguns e até mesmo para os cofres do Estado, mas tão funestos ao interesse público.

As Juntas de Freguesia na Proteção Civil

O Plano Municipal de Emergência de Proteção Civil (PMEPC), é o plano macro do concelho, existindo a possibilidade de existir Planos Locais de Emergência (PLE) que são os planos ao nível das freguesias ou das localidades para prevenção, mitigação, resposta e recuperação face aos perigos expectáveis e riscos e vulnerabilidades deles decorrentes.

Consideram-se Juntas e Uniões de Freguesia inócuas no âmbito da Proteção Civil, as que não envolvam os seus fregueses nas atividades de voluntariado de proteção civil, através da constituição e dinamização das Unidades Locais de Proteção Civil. A capacidade de resposta dos cidadãos que residem nos territórios, são tanto maiores quanto a sua organização, inventariação de recursos e identificação de necessidades, bem como na deteção e prevenção ou mitigação dos riscos de ocorrência e das vulnerabilidades resultantes da exposição das pessoas, animais e bens aos efeitos funestos dos fenómenos adversos.

Não se conhece à Associação que representa as Freguesias, qualquer programa conducente aos necessários programas políticos  estratégicos para a proteção civil de nível local, apesar de vários diplomas legais instarem nesse sentido. Igualmente, também as Juntas e Uniões de Freguesia na esmagadora maioria dos casos não têm programas ou estratégias de proteção civil, escusado sendo dizer que, não tem Unidades Locais de Proteção Civil ou, se as têm no papel não têm Planos Locais de Emergência nem equipas de voluntariado de proteção civil em número e com capacidades e competências mínimas instaladas dignas de reconhecimento pela utilidade prática na prevenção e mitigação, ou mesmo para a intervenção ou resiliência.

“RISCO ELEVADO DE INCÊNDIO EM ZONAS RURAIS VAI IMPEDIR PESSOAS DE SAÍREM DE CASA”

É a assunção do desnorte e distopia governativa no que à proteção é atinente.

Impedir as pessoas que residem em zonas rurais de sair de casa em caso de risco elevado de incêndio, é uma utopia visto que há postos territoriais da Guarda Nacional Republicada que não têm efetivos suficientes para controlar tais acessos e, por outro lado, é precisamente nas suas propriedades que surgem comportamentos de risco com as tradicionais churrascadas de verão que com a projeção de fagulhas incandescentes se iniciam incêndios.

É a assunção do falhanço das políticas de prevenção e mitigação implementadas até então, bem como da incapacidade de envolver os cidadãos na prevenção, para que os negócios da intervenção possam prosperar.

Há boas práticas localizadas e conducentes à redução significativa do número de focos de incêndio e área ardida, contudo, ao invés de replicar essas práticas em todo o país, a estrutura governamental aposta na supressão temporária dos mais elementares direitos, liberdades e garantias democráticas, como cegamente já se observou durante a “palérmia” COVID19 e constatou como inconstitucional.

Ao invés de consagrar a proteção civil como direito constitucional dos cidadãos e o seu envolvimento mais participativo nas atividades que lhes estão subjacentes, por exemplo através da obrigatoriedade das Unidades Locais de Proteção Civil e Planos Locais de Emergência em todas as freguesias, a desgovernação aposta em usar a mesma receita esperando resultados diferentes, a “Lei da rolha”, “a privação de liberdades” e, agora a acefalia governativa corroborativa da incapacidade governativa no que concerne às politicas de proteção civil mais profícuas para o país. Já em 2022 o sugerimos e, em 2023 reiteramos que se isto é tudo o que a cúpula da Administração Interna e, da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil tem a oferecer ao país, então nada têm a oferecer ao país.

Há que envolver os fregueses nas suas Unidades Locais de Proteção Civil, aproveitar os seus saberes e complementar as suas skills e capacidades para prevenir o que é possível prevenir, mitigar o que não é possível evitar e intervir para socorrer e salvar , bem como recuperar.

Apesar de em muitas aldeias não ser à partida possível fazer muito devido à idade avançada dos seus habitantes, tal como os homens não se medem aos palmos, também as suas aptidões não se medem pela idade, sendo esta ausência de investimento  nas pessoas que em muitos casos daria um novo sentida à sua vida monótona e sedentária à espera da morte, num novo alento através das atividades de voluntariado de proteção civil que, cremos conducente a mais e melhores relações de proximidade entre vizinhos, bairros e aldeias, de modo convergente de forças também para a entreajuda quotidiana. Mais do que obras de monumentos e outros bens culturais supérfluos nas aldeias rurais, os cidadãos necessitam de segurança conducente à sua integridade física e dos seus bens.

A Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil, tem excelentes técnicos e propostas de solução e, até a legislação  vigente contempla muitas dessas possibilidades, contudo, a razão técnica em Portugal não é suficiente para vencer a ignorância e/ou interesses político-partidários, não apenas no Governo Central, mas especialmente na Administração Local do Estado.

 

Triângulo da Vida ou proteger de baixo da mesa em caso de sismo?

A resposta é simples, mas há aspetos complexos a ter em conta. Podemos encontra-nos em qualquer local de um edifício quando o sismo ocorre, uma escada, uma unidade fabril, um shopping, inúmeros outros locais onde ou não há mesas ou são insuficientes para todos se abrigarem. Por outro lado uma mesa de vidro não é uma proteção e, ainda que seja uma mesa resistente, num chão antigo de madeiramento, terra, ou areia, pode enterrar-se e causar o esmagamento.
Há por isso que ter o bom sendo de compreender que, o exercício a terra treme é só por si insuficiente para a redução das vulnerabilidades face a eventos sísmicos, sendo necessário que se acrescente por um lado mais informação e por outro mais abrangência do exercício a todo o tipo de locais.

Por exemplo, se estiver deitado na cama, ou num sofá quando o sismo ocorre, talvez o mais prudente seja rolar de imediato para o chão e ficar deitado de barriga para baixo, longitudinalmente à cama ou sofá, com as mãos a proteger a cabeça, de modo que caso ocorra a queda de armários ou partes do teto, reduza a possibilidade de ser atingido. Não é prudente sair do quarto e ir para a sala para debaixo de uma mesa porque pelo caminho pode ser atingido, mas se tiver uma secretária robusta no quarto e o chão for resistente, será uma opção a ponderar.

Se se encontrar numa escada, garagem, shopping, procurar encostar-se agachado e com as mãos a cobrir a cabeça junto a pilares pode ser a opção viável para a sua autoproteção e, em qualquer situação se afaste sempre que possível de janelas de vidro, vitrines, vidros suspensos no teto ou mesmo acabamentos de pedra ou outros materiais na vertical, horizontal ou oblíquos que possam soltar-se e atingi-lo.

Gostaríamos que refletisse sobre as demais opções, por exemplo se estiver num estádio, num pavilhão gimnodesportivo ou multiusos, numa sala de cinema, numa igreja, ou simplesmente no wc de um qualquer edifício ou mesmo numa repartição pública. Cada local deve ser alvo de análise constante mas não obsessiva, das possibilidades de autoproteção face a um evento sísmico, tendo sempre em conta que, se próximo do mar existe a provável necessidade de rapidamente assim que o abalo passe, se afastar rapidamente para um local alto e seguro, independentemente de ter ou não havido aviso sonoro de tsunami, porque a maioria do país não está equipada com esses sistemas de aviso e, os cidadãos com deficiência auditiva não os vão ouvir, pelo que seja com estes ou outros cidadãos com necessidades específicas, devemos também ter uma preocupação especial, mas imediata, sem perdas de tempo.

Não existem soluções não projetadas para tal que garantam segurança, mas existem possibilidades que, quanto mais estudadas maior probabilidade têm de proteger.
A fixação de móveis e armários, a colocação dos objetos mais pesados na parte de baixo de móveis e armários, a resistência estrutural antissísmica dos edifícios e a escolha adequada dos acabamentos e sua fixação no edificado, são fatores que contribuem para aumentar a segurança.

A sua proteção civil é você, o resto é um jogo de sorte ou azar.

APROSOC elogia equipa do Programa RESIST da Câmara Municipal de Lisboa

O “RESIST” é o “programa municipal de promoção da resiliência sísmica do parque edificado, privado e municipal e infraestruturas urbanas municipais” e sobre o programa pode dizer-se que define um conjunto de 47 ações que visam a promoção da resiliência sísmica da Cidade de Lisboa, e que assenta nos seguintes objetivos estratégicos:

  • A normalização de standards técnicos e metodologias de avaliação da vulnerabilidade sísmica da Cidade;
  • O desenvolvimento de ações operacionais com vista a uma efetiva promoção da resiliência, concretizadas através de campanhas de inspeção, projetos e obras de reforço estrutural que incidam sobre o parque edificado e infraestruturas vulneráveis;
  • A realização de campanhas de sensibilização e divulgação para envolvimento da sociedade, com o objetivo de capacitar a população em geral;
  • O desenvolvimento de sistemas de gestão de informação que agilizem as tarefas de partilha de conhecimento e execução do programa entre as várias estruturas municipais;
  • A definição e implementação de critérios de alerta e priorização de intervenção que orientem a ação dos serviços municipais;
  • A definição de parcerias estratégicas a estabelecer com entidades externas para otimização das ações.

Embora o programa não esteja sediado no Serviço Municipal de Proteção Civil daquela autarquia, articula-se na perfeição com aquele serviço, bem como com o Regimento de Sapadores Bombeiros de Lisboa e de um modo geral com um vasto conjunto de outras entidades técnicas e científicas.

Este programa é um exemplo de vanguarda graças a toda a equipa que o compõe, com especial destaque para a sua coordenadora Doutora – Cláudia Pinto, doutorada em áreas muito específicas da geologia imprescindíveis ao bom ordenamento do território, cujo domínio pleno de conhecimento está patente em todas as suas intervenções como oradora nos diversos eventos já realizados no Programa Resist, bem como fora dele.

O Programa Resist é por isso tido pela APROSOC – Associação de Proteção Civil, algo em que todos os autarcas e directores municipais de proteção civil do país em geral e, em particular, das regiões com maior risco e vulnerabilidades face a eventos sísmicos.

Convidamos por tudo isto todos os que se interessam pelo assunto, a conhecer o Programa Resist em: https://informacoeseservicos.lisboa.pt/prevencao/resiliencia-urbana/projetos/resist

Carta aberta: SR. PRESIDENTE, DEVOLVA O QUE “ROUBOU” AOS OEIRENSES

Ex.mos Senhores

Desde 2021 que a Câmara Municipal de Oeiras tem em sua posse um estudo de risco e vulnerabilidade sísmica e de tsunami que expectávelmente deve como qualquer outro conter recomendações preventivas ou mitigadoras das consequências desses fenômenos naturais, contudo, sem qualquer justificação, o executivo municipal “roubou” aos Oeirenses a possibilidade de conhecer esse documento que pagaram com as taxas e impostos municipais que suportam o funcionamento da autarquia.

Desconhecendo-se a motivação para que o documento tenha sido “fechado na gaveta”, fica-se nos a suspeição de que tal possa relacionar-se com o não afastamento de potenciais investidores imobiliários, bem como para protelar obras indispensáveis à segurança dos cidadãos a favor de outras obras eleitoralmente mais favoráveis.

A APROSOC – Associação de Proteção Civil, com génese e atividade no concelho de Oeiras, continuará atenta e, a reivindicar o desenvolvimento das atividades de proteção civil no concelho de Oeiras, estagnado desde os anos 80 no que à proteção civil é atinente, apelando, no caso, ao Ex.mo Sr. Presidente – Isaltino Morais, que devolva aos munícipes de Oeiras o que lhes “roubou”, a possibilidade de conhecer os riscos e vulnerabilidades, bem como a possibilidade de decisão sobre a sua presença e investimento no concelho, advogando esta Associação que, aquilo que é pago pelo erário público não pode ser escondido de quem o paga.

Ninguém é tal alguém, que tenha o direito de roubar proteção civil a outrem.

Artigo de Opinião: Radioamadores (por João Saraiva)

Quantidade não é qualidade e, talvez o foco devesse centrar-se em qualificação ao invés de massificação como muitos colegas advogam.

Muitos fazem QSO´s em frequências de chamada que deveriam ser por boas práticas apenas para isso e até em DX se ofendem.

Raramente se observa que alguém cumpre os procedimentos radiotelefónicos.

As frequências de radioamador são usadas como quem usa um telefone e brevemente e com a bênção da ANACOM até não radioamadores teremos a falar em frequências e satélites de amador, num total desnorte por ausência de conhecimento do que de facto é necessário no âmbito das comunicações de emergência. As mortes de 2017 de pouco serviram, vão ter de ter mais lições catastróficas até compreenderem as necessidades que devem por isso ser priorizadas.

A união dos radioamadores, tal como agradar a todos, além de utópico é absolutamente desnecessário, mas fomentar boas práticas conducentes ao respeito é fundamental para a sobrevivência do radioamadorismo.

Falta sim criar sinergias entre OVPCs e outras organizações que têm soluções em diálogo com OVPCs e outras organizações que conhecem de facto as necessidades das operações porque, muitos dos que lá andam, por estarem focados na operação e não conhecerem do ponto de vista técnico os constrangimentos de que estão a sofrer, não são capazes de traduzir tecnicamente os constrangimentos sentidos na prática, ai sim faria sentido. Mas o clubismo e bairrismo está de tal modo enraizado que impossibilita essas sinergias, todos somos muito expert´s em tudo isto e o resultado de continuarmos a fazer tudo da mesma forma não se traduz de facto em resultados diferentes, talvez por isso eu não retire do nariz o cheiro de carne humana queimada nos incêndios de 2017.

Tetra para a estratégia com a necessária cobertura é uma solução razoável, contudo, para a tática e manobras, como qualquer outra solução que incremente um delay seja simplesmente do vocoder ou de todo um sistema é por ora um erro (é somente a minha convicção).

Saudações fraternas de um curioso nestas coisas e, parabéns a todos os que ainda se dedicam a investigar e aperfeiçoar, pese embora eu não seja lá grande fã do digital para fins operacionais emergêncistas por razões práticas que só quem lá anda no terreno com capacidade de análise técnica conhece, sou obviamente amadorística e ludicamente interessado, pelo que aplaudo e saúdo o grupo.

A Autoridade dos idolatrados sem competências em proteção civil

Os que são competentes estão naquela casa obscurecidos pelos popularuchos e incompetentes que se destacaram pela sua aparente simpatia, popularidade, partido, religião, amiguismo, ordem maçónica e confiança política.

As figuras de maior destaque são oriundos dos Bombeiros, ou seja a malta dos negócios da intervenção, alguns dos quais que nem sequer foram bem sucedidos como comandantes de Bombeiros e que por muito populares sejam nas operações de socorro, na realidade de trabalho de proteção civil pouco ou nada se lhes conhece.

Temos de tudo, um comandante nacional que acha que onde falharam as telecomunicações de acesso público e não existe alternativa que não o recurso às redes de proteção civil a coberto do Artigo 35 do código penal, tal não se aplica porque eventualmente nos videojogos que jogou tal não era uma opção, ou seja, numa catástrofe com esta filosofia, vai seguramente morrer gente.

Depois premeia-se promovendo-se na estrutura, alguém que criticou o presidente da APROSOC por advogar que na altura deveriam ter ido elementos do GIPS para a missão no Haiti, e foram bombeiros sem formação para o efeito, mas que depois quando chega acaba por confessar que afinal o seu acampamento foi saqueado. O mesmo que em tantas ocasiões advogou que tudo estava bem no SIRESP e que tudo funcionava e que Portugal era um país de radioamadores, situação que nos incêndios de 2017 não foi corroborada.

Uma Secretária de Estado da (des)Proteção Civil que, de proteção civil nada se lhe conheceu enquanto esteve na autoridade, mas que ficou bem conhecida pela “Lei da Rolha” e que por esse feito de proteção da tutela acaba premiada.

Poderíamos aqui continuar a analisar caso a caso e a concluir que , esta autoridade a que ninguém reconhece autoridade, que tenta impor um comando único sem competências técnicas para o efeito e, que de proteção civil pouco tem, não têm deste modo a menor possibilidade de ser bem sucedida e que, apesar de outrora o conjunto das Associações de Bombeiros terem demonstrado incapazes de ser eficazes quando tinham o seu Serviço Nacional de Bombeiros, caso venham a ter o tal comando único que tanto desejam lá se vai o protagonismo mediático que tanto jeito tem dado a tanto incompetente que ao invés de gerir teatros de operações trabalha a sua promoção através dos órgãos de comunicação social.

Vídeos de sensibilização dessa alegada autoridade alguém conhece?

Ações de sensibilização dessa autoridade (para todos os riscos) alguém conhece?

Estratégias de voluntariado de proteção civil dessa autoridade, alguém conhece?

Programas de preparação dos cidadãos para a autoproteção que não aquela brincadeira do aldeias seguras pessoas seguras, por parte dessa autoridade, alguém conhece?

Repare-se que nos EUA existe uma agencia governamental para a gestão de emergências e que todo o mundo reconhece como autoridade (autoridade vem de autor reconhecido), contudo, em Portugal precisamos de denominar alguns serviços da administração central do estado de “autoridade” para tentar impor aos cidadãos uma autoridade que na realidade não existe e, com protagonistas que não têm qualquer autoridade, enquanto isso tanto dentro daquela casa, na sobra, bem como fora dela no escuro, os que podiam fazer a diferença por para isso possuírem as necessárias competências, como não são do partido, do grupo de amigos, do grupo maçónico, dos negócios da intervenção ou não são suficientemente populares, não são convidados para se implementar de uma vez por todas uma estratégia de prevenção, mitigação e preparação dos cidadãos e com o envolvimento dos cidadãos, porque isso é contrário aos interesses dos negócios da intervenção, onde os incompetentes brilham ainda que morra gente com fartura e ainda assim são colocados num pedestal sob argumentação do heroísmo.

Se queremos evoluir em proteção civil temos de separar a proteção civil da proteção e socorro, os especialistas da prevenção, mitigação e preparação dos especialistas da intervenção, embora possa e deva existir convergência em torno do objetivo que deve e tem de ser comum, proteger e socorrer vidas e bens.

Há um longo caminho a percorrer para se materializar a “proteção civil” em Portugal e, os principais obstáculos são políticos, sendo os indispensáveis operacionais dessa construção, cada cidadã e cada cidadão.