“Exmo Sr. Presidente da Assembleia Municipal, Exmo. Sr. Presidente e todo o executivo da União de Freguesias de Carnaxide e Queijas, Caros Eleitos, Funcionários e público em geral
João Paulo Saraiva em representação da APROSOC – Associação de Proteção Civil
2024 será pela primeira vez no concelho de Oeiras um ano de proteção civil, estando anunciadas a constituição das unidades locais de proteção civil, a sensibilização pública e muito mais. Por isso a minha vinda hoje a esta Assembleia é diferente das habituais, é um apelo à convergência de esforços. Não basta dizer-se que “Todos Somos Proteção Civil” quando a maioria não sabe sequer o que é a proteção civil e a confunde com a proteção e socorro, quando a maioria não sabe sequer qual é o seu papel nas atividades de proteção civil, quando os eleitos não são sequer exemplo de boas práticas em proteção civil e embora tudo exijam por desconhecimento nada fazem do que lhes compete como cidadãos.
Estamos na época da hipocrisia, mas o que vos trago não são votos de boas festas e o blá, blá, blá do costume que nada muda, o que vos trago é a consciencialização de que, nunca houve, não há e nunca haverá bombeiros e outros serviços de emergência suficientes para responder atempadamente a todas as ocorrências em caso de catástrofe, provavelmente em caso de sismo alguns quarteis vão colapsar ou os seus portões não vão abrir, provavelmente os operacionais também serão vítimas ou terão familiares a socorrer. Importa por isto que cada cidadão, sem exceção, seja parte da solução para minimizar a probabilidade de se tornar parte do problema.
A autoproteção é um dever de cada um, no lar, na rua, no local de trabalho e, na segurança coletiva cada um tem a sua quota parte de responsabilidade.
A ajuda de proximidade é um dever de todos, mas para isso é necessário existir organização e treino. A prevenção, mitigação, e o reporte de situações de risco coletivo é um dever de que ninguém se pode eximir. O auxílio à evacuação de pessoas com mobilidade reduzida, o suporte básico de vida e estabilização de outras situações prioritárias de socorro, devem ser competências transversais e que não descartem aqueles que mais disponibilidade podem ter, falo dos reformados.
Apelo por isso a que todos participem nas ações de sensibilização, todos sem exceção, porque se todos somos proteção civil, sabendo-se que em caso de catástrofe todos seremos muito poucos, é injusto pedir-se aos serviços que façam o que lhes compete acrescido do que compete a cada cidadão que não faz a sua parte.
O plano familiar de emergência, o plano local de emergência e a participação dos cidadãos na elaboração deste último, são instrumentos de segurança coletiva imprescindíveis numa sociedade moderna e que, devem equacionar todos os riscos coletivos, para que assim a segurança coletiva seja tão real quanto possível.
Para quem tenha dúvidas de que isto que está preconizado, desafio à leitura do Artigo 1º da Lei 27/2006.
Quero ainda testemunhar e agradecer o facto de a União de Freguesias ter dado resposta adequada à maioria das situações que por esta Associação lhe foi reportada, mas muito mais está por fazer e, espero contar com a União de Freguesias para fazermos juntos este caminho gerador de segurança coletiva que certamente contribuirá para um futuro mais feliz e risonho para quem mora, trabalha ou passa por cá.
Caros concidadãos, só tem moral para exigir dos serviços de proteção civil, quem faz a sua quota parte nas atividades de proteção civil, porque, “todos somos proteção civil”.
No cidadão reside o 1º e o maior pilar da proteção civil.
Muito obrigado pela vossa inestimável atenção
Boas festas em segurança e, estejam preparados!”
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O Exmo. Sr. Presidente da União de Freguesias de Carnaxide e Queijas – Inigo Pereira, agradeceu a intervenção e, confirmou estar para o inicio do ano a constituição das unidades locais de proteção civil, tendo adiantado que contava que o regulamento fosse votado logo na primeira sessão de assembleia de união de freguesias em janeiro.