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REESTRUTURAÇÃO DA REDE DE RADIOCOMUNICAÇÕES CIDADÃS E AMADORAS DA APROSOC

Quando a APROSOC pegou na Banda do Cidadão, com exceção das radiocomunicações em bandas laterais pouco ou nada se ouvia de comunicação não profissional em AM ou FM na região sul, somente na região norte algumas estações profissionais em canal 3 AM, à semelhança do que se ouve por lisboa em canal 22 e 31 durante a semana.

Na sequência dos programas desenvolvidos pelos diversos projetos Associativos iniciados na década de 90 e que vierem a culminar na APROSOC, esta Associação sempre desenvolveu atividades com vista ao desenvolvimento da Banda do Cidadão e, mais tarde em LPD433 e PMR446 e, fruto dessas ações surgiram nos últimos anos (até pela nossa mão) outras organizações prossecutoras dessas atividades, estando atualmente a Banda do Cidadão muito ativa comparativamente com o estado em que esteve. Neste contexto, deixa de se justificar que a APROSOC mantenha o mesmo modelo de atividade nas radiocomunicações cidadãs no sentido do aumento da quantidade de utilizadores da Banda do Cidadão e outras bandas de radiocomunicações isentas de licenças e taxas, ou mesmo no serviço de amador a que também trouxemos muitos novos radioamadores, fazendo-nos atualmente mais sentido que, apostemos no que nos diferencia, a aposta na qualidade de operação dos utilizadores das radiocomunicações ao invés de se priorizar a quantidade, pois para quantidade já existem outros programas de outras organizações formais e informais.
Entenda-se por qualidade, as boas práticas nos procedimentos radiotelefónicos, o respeito pelos tempos de emissão e tempos de intervalo entre transmissões, bem como o nível cultural e técnico dos radioperadores, de que deve resultar uma comunicação: harmoniosa; cordial; agregadora de pessoas que partilhem dos mesmos princípios filosóficos independentemente das classes, raças, credos, género, idade ou estrato social; isentas de vaidades, boçalidades na forma de expressão; isenta de práticas ilícitas; e que, desejavelmente, sejam pessoas empáticas e disponíveis para ajudar o seu semelhante.

Ao longo dos quase 30 anos de projetos Associativos que vieram culminar na APROSOC tal como hoje a conhecemos, vimos nascer projetos de grande euforia, que depois se extinguiram após a áurea do momento, que se esvanece até à extinção e esquecimento, mas também, embora mais raros certamente outros que perduram. Mas tudo isto depende essencialmente da motivação individual, tendo a APROSOC tido até então, a graça de reunir algumas pessoas com espírito de dinamismo e de grande resiliência que têm até então mantido as atividades com a dinâmica expectável, embora se deseje sempre mais e exista esse espaço para mais.

Se por um lado nos orgulhamos de alguns dos projetos a que demos vida e lhes demos autonomia, por outro, ouvirmos algumas dessas pessoas nas radiocomunicações envergonha-nos que usem o prefixo e sufixo que lhes atribuímos, pela boçalidade ou mesmo vaidade com que proferem palavras, muitas vezes com recurso a sistemas adulteradores de voz, manchando a imagem da escola onde se iniciaram muitos deles, banalizando e substituindo os princípios que lhes foram transmitidos por popularidades vergonhosas, traindo o escopo desta Associação. Assim, embora nem todos assim sejam, embora alguns continuem a honrar os princípios filosóficos que co  todos partilhámos, procedemos a alterações de fundo na nossa Rede de Radiocomunicações Cidadãs e Amadoras, de modo conducente à manutenção dos valores em que cremos e nos norteiam.

A boçalidade já não reconhece sequer as fonteiras das bandas de rádio, estando patente em qualquer banda e, nem as bandas de radioamador não estão livres desta praga.

Nunca fomos apenas mais uma Associação, mas sim a singela Associação que se diferencia pelos projetos próprios, impares, inovadores, impulsionadores, que tantos replicam ou tentam plagiar. Pois norteia-nos antes demais, a defesa do superior interesse público, sendo a atividade lúdica de radiocomunicações secundária e convergente.

Não necessitamos de coragem para mudar, porque a capacidade de melhorar é-nos intrínseca.

Tudo continuaremos a fazer para, honrando os nosso compromisso para com dos nossos Associados, manter a correção, harmonia e amizade que nos une e nos liga em cada QSO (conversação via rádio), com a gratidão que nos é peculiar para com todos os que nos respeitam e agem reciprocamente.

João Paulo Saraiva
Presidente da Direção
(Estação CB/PMR446  DUKE/ CT1EBZ)

Ter um rádio CB multi normas europeias possibilita mais do que a maioria sabe

Na realidade ter um rádio CB (citizens band) multi normas europeias, possibilita-nos muito mais do que um equipamento convencional apenas com os canais nacionais.
Impõe a legislação que o equipamento seja usado na norma correspondente ao país em que opera, contudo, não constitui qualquer infração a escuta de outras frequências que não as nacionais. Assim sendo, para além de um rádio CB multi norma nos possibilitar a operação nos 40 canais mais universais, com as potências aceites na maioria dos países e, de nos possibilitar operar com esse equipamento noutros estados da união europeia no modo correspondente à norma desse país, possibilita-nos fazer rádio escuta noutras frequências utilizadas noutros países europeus selecionando o modo correspondente à norma desse país e não só, para por exemplo termos uma maior noção das direções mais favoráveis no que respeita à propagação.
Por outro lado, possibilita ainda aos cidadãos emigrantes, escutar os seus concidadãos por vezes até a distâncias consideráveis, embora o CB seja na sua génese um meio destinado a comunicações de curto alcance.

Há por exemplo atualmente em Portugal cidadãos alemães, polacos, ucranianos, ingleses e outros que gostam e fazem escuta das frequências da CB usadas nos seus países, prática geradora de um sentimento de maior proximidade do seu país, complementar à possibilitada pelas redes sociais via Internet e dos órgão de comunicação social.

Neste contexto, embora a muitos de nós seja muito aprazível operar com equipamentos clássicos que nos trazem até alguma nostalgia, é inegável que por mais desvantagens que os modernos equipamentos possam ter, têm inegavelmente também as suas vantagens.

A CB não possibilita apenas a emissão e, a recepção possibilita-nos a outrora famosa “rádio escuta”.

Importa ter sempre presente que a rádio escuta é legal em frequências destinadas ao público ( o que é o caso da CB) e que, a emissão em frequências não autorizadas num qualquer país constitui no mínimo uma contra ordenação. 

Artigo de opinião de: João Paulo Saraiva

 

Imune a ciberataques e isento de taxas e licenças

Imune a ciberataques, possibilita estar em contacto com outros utilizadores desde algumas dezenas de metros a esporadicamente centenas ou milhares de quilómetros, não sujeito ao pagamento de taxas, licenças ou faturas de telemóvel. Tem um canal de chamada e um canal de emergências, e mesmo que todas as redes de telemóvel e internet estejam inoperativas, continua a funcionar enquanto tiver alimentação de 12 Volts e uma antena sintonizada e ligada, possibilitando a comunicação local. A velocidade de tráfego depende do número de palavras que cada operador seja capaz de transmitir por minuto. Chama-se rádio CB (citizens band) e foi a segunda mais importante rede social nos anos 70 a 90 em todo o mundo e continua ativa para quem tem o privilégio de a usar.



Desfazer os mitos urbanos sobre a Antena CB Santiago 1200

Há quem por convicção diga que a “Santiago 1200” original é melhor que a “Super Santiago 1200”, o que essas pessoas não sabem é que são ambas exatamente a mesma antena na primeira fase de produção, feitas na mesma linha de fabrico.

Quando a empresa Sirtel deixou de encomendar a Santiago 1200 ao verdadeiro fabricante, este decidiu manter a produção a pedido de uma outra empresa a Jetfon que lhe chamou de chamou “Super Santiago 1200”, mudando-lhe apenas a forma do cone plástico que cobre a bobine e outros insignificantes pormenores estéticos.

Tanto no que tem de melhor quanto no que tem de pior, ambas as antenas “são a mesma”, ou seja, ambas partem a ponteira original, ambas são campeãs de alcance, ambas sofrem infiltrações de líquido na bobine, ambas têm a mesma má qualidade de cabo coaxial, ambas oxidam da mesma forma porque os materiais são os mesmos, originários de Taiwan.

A popularidade da Santiago 1200 veio a originar que algumas pessoas se dedicassem à produção de acessórios para a sua manutenção tal como a ponteira em latão ou em aço inox, ou mesmo a bobinagem em fio banhado a prata que melhora a SWR e, por conseguinte, reduz as perdas em 11,1%.

Inicialmente a Jetfon não colocou de imediato a sua marca no blister da antena, pois existiam receios de eventuais batalhas legais, contudo, tais batalhas não viriam a ocorrer devido à extinção da marca original e a empresa acabou por assumir publicamente a sua marca no produto em causa produzido em Taiwan, fabrica de onde saem ouras prestigiadas antenas como outra ainda melhor que a Santiago 1200, a Texas 1800 Power da President (já descontinuada), tal como a Colorado 1800 Power da President, e tantas outras antenas que conhecemos com marcas europeias ou até americanas  mas que são na sua génese tão asiáticas quanto os rádios CB que utilizamos.

Estamos, contudo, a falar de uma boa antena que modificada pode ser excelente e, para quem adquire uma nova seria recomendado para que ela dure mais, abrir a bobine e dar-lhe uma camada de verniz próprio para antenas para evitar que a água oxide o cobre e até o latão da base, bem como a aplicação de silicone para evitar a entrada de água por cima do cone.

Estamos a falar de uma antena com um custo de produção a rondar os menos de 8€, mas que chega ao mercado nacional inflacionada pelo transporte, pelos impostos, e pelo legítimo lucro de quem importa e tem de dar garantia.

Como é sabido em CB quanto maior a antena melhor e, para garantir melhor alcance e possibilitar comunicações a maior distância especialmente em situações de emergência ou de simples avaria do veículo onde não há rede de telemóvel é bom contar com uma antena de CB com o desempenho que a Super Santiago 1200 ou outras antenas com mais de 1,90m possibilitam.

Note-se que existiu uma diferença de qualidade entre ambas, quando a original ainda tinha núcleo da bobine em cerâmica, contudo na reta final da produção já não existia essa diferença mas, existe uma outra diferença nas Santiago 1200 mais recentes, a base da bobine já não é em latão torneado, agora sim temos uma degradação da qualidade original, que não se observa nas antenas da President, talvez também por isso mais caras.

Na atualidade um dos problemas da Super Santiago 1200 é o L SO-239 que apresenta vários problemas, sendo recomendável usar outra base de conexão de melhor qualidade, bem como a substituição do cabo coaxial e conectores, sendo um muito comum mau contacto de massa da bobine pelo facto de o condutor não estar soldado mas sim encaixado na peça metálica da base.


Nota: na bobine com núcleo branco na foto (SIRTEL), faltam umas espiras de fio em baixo não porque seja diferente mas porque estamos a recuperá-la e retirámos esse bocado para encomendar da mesma secção mas banhado a prata, o mesmo pode ser feito na “super santiago 1200”.

CÓDIGO Q – QSY QNY

•QSY – Devo mudar de frequência / canal? •QNY – Mude de frequência / canal  ou, mude para a frequência / canal _______ •

QSY é uma questão e QNY é uma resposta.

Nas comunicações de emergência tenha sempre presente que o seu interlocutor pode não dominar este ou outros códigos que você domine.

Por outro lado, o significado de cada código Q pode variar ligeiramente em função do serviço, por exemplo entre o serviço aeronáutico e o serviço marítimo, ou mesmo na génese deste código para uso em telegrafia (código Morse). Tenha sempre presente que se trata de uma adaptação para CB.

Quando as telecomunicações falham

Quando e onde as telecomunicações de acesso público falham (telemóvel, telefone fixo, internet) seja devido aos cabos ardidos nos incêndios ou interrompidos na sequência de ventos fortes ou sismos, entre outras causas, os meios de radiocomunicações cidadãs (CB – citizens band e PMR446 personal mobile radio), continuam a possibilitar a comunicação desde algumas centenas de metros até alguns quilómetros de distância, não sendo necessário qualquer licença para a utilização para equipamentos com um certificado de conformidade para uso no Serviço Radio Pessoal CB, ou PMR446.


Código 10 em Português

O código 10 é originário dos EUA e consta mesmo em diversos manuais de instruções de rádios da banda do cidadão, a aversão aqui apresentada é uma tradução de uma dessas versões.

10-1 – Recebido em más condições

10-2 – Recebido em boas condições

10-3 – Pare de transmitir por momentos

10-4 – Ok, Mensagem Recebida

10-5 – Retransmissão de mensagem

10-6 – Estou ocupado, aguarde

10-7 – Terminado (fim de transmissão)

10-8 – Estou em serviço, sujeito a ser chamado

10-9 – Por favor, repita a mensagem (ou parte dela)

10-10 – Em espera (fico/estou em standby)

10-11 – Transmita mais pausadamente

10-12 – Visitantes/observadores presentes

10-13 – Informe-me as condições meteorológicas e/ou da estrada

10-16 – Faça a recolha em _____

10-17 – Compras urgentes

10-18 – Questiono se tem algo para mim/nós?

10-19 – Nada para você/ regresse a base

10-20 – Minha localização é / Qual é a sua localização?

10-21 – Ligue-me por Telefone

10-22 – Informe pessoalmente à/ao _____

10-23 – Aguarde à escuta

10-24 – Não tenho mais serviço para esse, a mensagem / missão está concluída

10-25 – Pode contactar com _____

10-26 – A minha última mensagem fica sem efeito

10-27 – Vou passar ao canal  ____

10-28 – Identifique a sua estação (diga-me o seu indicativo)

10-29 – Terminou o tempo para contato

10-30 – Não está em conformidade com as regras legais

10-32 – Verificação rádio

10-33 – Tráfego de Emergência nesta estação

10-34 – Problemas nesta estação, é necessária ajuda

10-35 – Informações Confidenciais

10-36 – Informe a hora certa

10-37 – Precisa-se de meios de salvamento em _____

10-38 – Precisa-se de Ambulância em _____

10-39 – A sua mensagem foi entregue ao destinatário

10-41 – Por favor, passe ao canal _____

10-42 – Acidente de trânsito em _____

10-43 – Trânsito parado em _____

10-44 – Tenho uma mensagem para si

10-45 – Todas as unidades à escuta, por favor informem

10-50 – Pretendo entrar no canal (Break, Break)

10-60 – Qual é o próximo número da mensagem?

10-62 – Não é possível receber via rádio, se possível use o telefone

10-65 – Fico a aguardar a sua próxima mensagem ou tarefa

10-67 – Todas as unidades cumprem

10-70 – Incêndio em _____

10-71 – Prossiga a transmissão

10-73 – Radar de Velocidade em _____

10-75 – Você está a causar interferência

10-77 – Contato sem sucesso

10-84 – O meu número de telefone é _____

10-85 – O meu endereço é _____

10-91 – Fale mais perto do microfone

10-92 – A sua emissão está fora de frequência

10-93 – Verifique a minha frequência neste canal

10-94 – Por favor, faça uma contagem longa

10-95 – Transmita só portadora sem voz durante 5 segundos

10-99 – Missão concluída, todas as unidades seguras

10-100 – Vou ausentar-me por instantes mas regresso

10-200 – Solicito Polícia para este local____

10-400 – Homem abatido

Caso tenha alguma sugestão de correção ou aditamento a fazer agradecemos que nos informe através de [email protected].

Serviço Rádio Pessoal, Banda do Cidadão (CB)

O funcionamento de estações do Serviço Rádio Pessoal, Banda do Cidadão (CB) deve obedecer aos seguintes requisitos técnicos:

1 – Faixa de frequência – a faixa de frequências atribuída ao serviço Rádio Pessoal, Banda do Cidadão (CB) está compreendida entre 26.960 MHz e 27,410 MHz.

2 – Frequências autorizadas – qualquer que seja a classe de emissão utilizada nas comunicações, a frequência da onda portadora deve ser escolhida entre as frequências indicadas no quadro seguinte:

1……….26,965
2……….26,975
3……….26,985
4……….27,005
5……….27,0156……….27,025
7……….27,035
8……….27,055
9……….27,065
10……….27,075
11……….27,085
12……….27,105
13……….27,115
14……….27,125
15……….27,135
16……….27,155
17……….27,165
18……….27,175
19……….27,185
20……….27,205
21……….27,215
22……….27,225
23……….27,255
24……….27,235
25……….27,245
26……….27,265
27……….27,275
28……….27,285
29……….27,295
30……….27,305
31……….27,315
32……….27,325
33……….27,335
34……….27,345
35……….27,355
36……….27,365
37……….27,375
38……….27,385
39……….27,395
40……….27,405

2.1 – Espaçamento entre canais – o espaçamento entre canais é de 10 KHz.

2.2 – Modo de exploração – é autorizado o estabelecimento de comunicações alternadas na mesma frequência ou canal (modo simplex a uma frequência).

2.3 – Canal de socorro, urgência e segurança – a frequência 27,065 MHz (canal 9) deve ser utilizada somente para o estabelecimento de comunicações de socorro, urgência e segurança.

2.4 – Canal de chamada – a frequência 27,085 MHz (canal 11) deve ser utilizada somente nas comunicações de chamada.

3 – Tipos de modulação – são autorizados os seguintes tipos de modulação:

a) Modulação de amplitude;

b) Modulação de frequência;

c) Modulação de fase.

4 – Classes de emissão

4.1 – São autorizadas as seguintes classes de emissão:

a) Telefonia em modulação de amplitude, dupla faixa lateral (A3E);

b) Telefonia em modulação de amplitude, faixa lateral única com onda portadora suprimida (J3E);

c) Telefonia em modulação de frequência (F3E);

d) Telefonia em modulação de fase (G3E).

4.2 – É proibida a utilização de estações de CB funcionando em modulação de amplitude, faixa lateral única com onda portadora reduzida (R3E).

5 – Potência de emissão

5.1 – Potência à saída do emissor – a potência medida à saída do emissor de uma estação de CB não deve exceder:

a) 4 Watt de potência de portadora no caso de modulação de amplitude, dupla faixa lateral (A3E);

b) 12 Watts de potência de pico no caso de modulação de amplitude, faixa lateral única com onda portadora suprimida (J3E);

c) 4 Watts de potência de portadora no caso de modulação angular (F3E e G3E);

5.2 – Potência aparente radiada (PAR) – a potência aparente radiada (PAR) máxima permitida é de 4 Watts.

Publicado no web site da ANACOM – Autoridade Nacional de Comunicações em 10.03.2017
https://www.anacom.pt/render.jsp?contentId=1406177

NOTA DA APROSOC

Como é possível observa-se na publicação da ANACOM, não tendo sido transcrita para estas regras de uso da Banda do Cidadão desde 2017, nomeadamente no que concerne aos equipamentos com declaração de conformidade multinorma Europeia, aparentemente não se aplicam as demais normas comunitárias desde que os equipamentos tenha marcação CE e desde que cumpram os requisitos relativos ao limite de potência e frequências designadas, o que aparentemente possibilita a continuidade do uso dos equipamentos antigos que cumpram os requisitos fixados. Caso assim seja, Portugal tem, à semelhança de outros países Europeus, uma das mais permissivas legislações para o utilizador final, embora mantenha exigências apertadas aos importadores e comercializadores de equipamentos da Banda do Cidadão. Assim sendo e, atendendo a que a a liberalização da CB ocorre numa base de não interferência, reforça-se a necessidade de se cumprirem os limites relativos às potências, radiações não essenciais e frequências.
Embora as normas Europeias regulem o tempo limite de emissão contínua em CB a 180 segundos, também este requisito ficou de fora com a aparente revogação do anterior quadro regulamentar, sendo por isso as atuais regras mais dependentes do bom senso comum que na prática na maioria dos casos não existe, do que da força da matéria de direito nacional aplicável.

Partilhe connosco a sua opinião, gostaríamos de a conhecer.

CBs clássicos e muito mais…

Os rádios CB (citizens band) (banda do cidadão) clássicos alimentam a nostalgia de muitos daqueles que se iniciaram na banda do cidadão nas décadas de 60 a 90, e fazem ainda as delícias de muitos dos mais novos entusiastas desta rede social que é a citizens band.

A APROSOC sempre reconheceu a utilidade dos rádios CB em emergências, bem como no combate ao isolamento e exclusão social e, durante a fase mais dura da pandemia COVID-19, o confinamento de 2020 a APROSOC intensificou os contactos via rádio CB, tanto em FM como no modo mais tradicional o AM, possibilitando assim ser mais inclusiva daqueles que somente dispõe de rádios clássicos.

Embora sejamos mais adeptos do FM (modulação de frequência) pela superior qualidade de áudio e compreensibilidade a maiores distâncias, para a comunicação a curtas distâncias o AM tem os seus encantos e possibilita também de certo modo reviver os bons velhos tempos da CB, motivo pelo qual sempre que uma estação nos contacta em AM (modulação de amplitude) e o contacto é possível nesse modo, não perdemos a oportunidade de comunicar no modo mais tradicional.

Os rádios clássicos sofrem mais o desgaste dos anos que os mais modernos, devido ao facto de os antigos utilizarem muitos condensadores eletrolíticos que secam com o tempo e carecem ser substituídos, ou outros componentes mais vulneráveis ao passar do tempo, como os medidores de agulha, entre outros, contudo, as autoridades continuam a aceitar o uso dos equipamentos antigos que não firam as regras do país em que operam, sendo por isso aceitável o uso de um rádio que esteve certificado em Portugal ainda que não cumpra as atuais regras da diretiva Europeia que recomenda a multinorma, sendo os aspetos mais relevantes para as autoridades os limites de radiações não essenciais, e estar dentro da potência e das frequências legalmente permitidas, numa base de não interferência noutros serviços.

Muitos de nós nascidos nos anos 40 a 70 e até após isso, tivemos como primeiro walkie-talkie um CB, na maioria dos casos apenas com o canal 14.

Por estes motivos é possível encontrar frequentemente elementos dos macanudos e macanudas da APROSOC em QSO (conversação) com equipamentos clássicos e muitas vezes em AM, em que alguns de nós saciamos a nostalgia de um passado do qual fomos tirados, mas que não saiu de nós.

Não esquecemos ainda que, outrora muitas vidas foram salvas através de comunicações por simples rádios CB de AM e, muitas outras continuam a ser salvas por rádios de AM em muitos países onde o FM não é permitido ou não é o modo predominante, tendo o CB tido e continua a ter um papel importante como alternativa de emergência quando falham as telecomunicações de acesso público.

Já quanto às bandas laterais (SSB – single side band) que muitos equipamentos clássicos e modernos possuem, possibilitam comunicações a maior distância, contudo é um modo menos inclusivo, porque exige equipamentos mais caros e a constante sintonia do clarificador de voz (clarifier) de estação para estação recebida, atendendo ao facto do oscilador de batimento sobre a frequência de entrada no recetor, ser muito crítico quanto à precisão e, os equipamentos CB de SSB não disporem de sistema de sintonia automática de clarifier. No caso de conversação com diversas estações CB no mesmo canal em SSB, muitas vezes requer que cada vez que um fala tenha de se sintonizar o clarifier, sendo claramente o AM ou o FM mais cómodo de operar que o USB (uper side band) ou LSB (lower side band) resultantes respetivamente da subdivisão superior ou inferior da SSB, por estes motivos somos acérrimos defensores do FM pela qualidade de áudio e alcance e, do AM por ser o mais inclusivo em Portugal e em muitos outros países.

Internamente o grupo de Macanudos e Macanudas da APROSOC testa frequentemente os limites e os encantos dos CB´s clássicos, também os que apenas têm AM e respondemos frequentemente a chamadas em canal 11 AM.

73/51

João Paulo Saraiva 
CB: “DUKE”

#macanudos #macanudas #cbradio #27mhz