Arquivo mensal: Novembro 2023

INTERVENÇÃO NA ASSEMBLEIA MUNICIPAL DE OEIRAS | 14NOV23

“Boa tarde a todas e a todos.

Caro executivo municipal, senhoras e senhores: vereadores, deputados, funcionários e público que nos assiste.

A APROSOC – Associação de Proteção Civil,  agradece ao município o facto de estar a dar resposta adequada à maioria das situações de risco por nós reportadas.

Quanto às cheias e inundações, constata-se de facto uma embrionária melhoria na organização na prevenção, mitigação e resposta, mas não tenhamos ilusões, as últimas chuvas não se assemelham às do ano passado. Por outro lado, congratulamo-nos e, parabenizamos a autarquia pela instalação (embora tardia) de comportas em Algés e, a instalação do sistema de aviso sonoro que desejamos seja testado e efetuada a ação de sensibilização à população antes dos próximos fenómenos hidrológicos extremos, para a correta interpretação e ações sequentes expectáveis. Importa salientar que nem tudo está a correr bem com as comportas, sem suportes de arrumação em tempo seco constituem por isso um novo risco, o de queda em cima de alguém quando encostadas às paredes, ou serem arremessadas por um tornado ou ciclone. Falta também ainda explicar aos residentes, como funciona a aplicação das comportas e, se o último residente a aplicá-las fica impedido de aceder à sua habitação, bem como o plano de emergência adaptado para situação de incêndio ou emergência médica, tudo isto tem que ser pensado.

O concelho pode ter muitos Bombeiros no papel, mas não os tem nos teatros de operações, os voluntários têm as suas atividades profissionais, a sua atividade escolar, e não estão disponíveis sempre que necessário. Observam-se frequentemente no concelho, e recentemente durante as ações de prevenção e mitigação de efeitos hidrológicos que, há veículos de Bombeiros cuja tripulação é no quadro operacional de 4 ou 5 elementos e, tinham na maioria dos casos somente 2, situação que não contribui para a segurança no trabalho face às funções a desempenhar por aqueles operacionais.

A contratação de bombeiros também não está a correr bem, há corporações a oferecer o salário mínimo nacional e mais umas centenas de euros por fora, situação que não é vantajosa ao trabalhador em caso de baixa, indemnização por doença ou acidente no trabalho, ou reforma.

Uma nota de elogio aos Bombeiros Profissionais e Voluntários do concelho que, com parcas remunerações e um estatuto social que deixa tanto a desejar, dão todos os dias o seu melhor desdobrando-se por vezes de forma quase sobre-humana para dar a resposta possível.

Parabenizamos o Serviço Municipal de Proteção Civil,  por ter finalmente os Técnicos licenciados em Proteção Civil que tanto aqui reivindicámos, teve finalmente a iniciativa de fazer uma ação de sensibilização (no caso em Algés), pese embora o facto de anunciada com pouca antecedência e em canais a que nem todos têm acesso, estando por isso no bom caminho para se tornar um efetivo serviço municipal de proteção civil, isto se o quadro de pessoal for adequadamente complementado com os níveis técnicos e especialidades em falta, bem como o imprescindível apoio dos voluntários quer das Unidades Locais de Proteção Civil, a ser criadas, quer de outras organizações de proteção civil, sendo que, quer umas quer outras, têm pessoal que, em alguns casos por situação de reforma, noutros por disponibilidades coincidentes, podem dar importantes contributos complementares e convergentes no âmbito das atividades de proteção civil e socorro.

Para terminar, queremos sugerir uma campanha a sério de combate à largada de todo o tipo de resíduos na via pública que contribuem para a obstrução dos sistemas de escoamento de águas, provocando obstruções como a que existe na parte entubada da ribeira de Algés, com milhões de beatas de cigarros, plásticos de todas as formas e feitios, garrafas de vidro, peças de roupa, etc. É necessário educar os residentes e, os novos residentes do concelho (com especial sensibilidade sobre as diferentes culturas), urge investir na proteção do ambiente e da natureza com pelo menos o mesmo empenho com que se investiu na JMJ. Comportamentos mais responsáveis possibilitam mitigar consequências dos fenómenos extremos.”

CAOS NO SNS (Carta Aberta)

Ex.mos membros dos Grupos Parlamentares da Assembleia da República Portuguesa

Em 2014, quando da publicação da Portaria 260/2014, alertamos (ainda sob a denominação social COPPROCIV – Conselho Português de Proteção Civil) todos os grupos parlamentares dessa casa que gentilmente nos receberam, para os riscos daquele diploma “legal” ferido (em nossa convicção) de inconstitucionalidade, dado que, ao invés de reverter o erro que tem origem na Portaria 439/93, pela discriminação que viera criar entre operadores privados Associativos e Empresariais quanto ao transporte urgente de doentes, acaba por ainda o agravar mais. Naquele diploma ficou patente o aparente conluio entre a Cruz Vermelha Portuguesa, a Liga dos Bombeiros Portugueses e o Ministério da Saúde, na blindagem do negócio do transporte de doentes urgentes. Contudo, o despautério não se ficara por aí e, o diploma veio mesmo fazer com que as empresas de transportes de doentes, deixassem de ter as suas ambulâncias equipadas com avisadores sonoros e luminosos de marcha de socorro urgente, situação que inviabiliza o seu acionamento como resposta complementar e convergente à do INEM, Cruz vermelha e Bombeiros, como até então pontualmente (embora ilegalmente) acontecia por acionamento do CODU do INEM. Não temos reservas em afirmar que, os tempos de espera a que se sujeitam cidadãos por um meio de emergência médica, que na atualidade por vezes ultrapassam três horas, não têm razão de ser e, tal não sucederia com a efetiva integração no Sistema Integrado de Emergência Médica, das Empresas e Associações de transporte de doentes que ficaram de fora do lóbi criado, tanto no transporte primário quanto no transporte secundário como aliás de resto acontece em todos os demais países civilizados. Aliás, o simples facto dessas Associações e Empresas poderem assegurar parte do transporte secundário urgente, aumentaria a disponibilidade de meios do INEM, Cruz Vermelha e Bombeiros para o transporte primário.

O sistema está caótico e, nem os neonatos escapam às improficuidades do sistema, ontem mesmo um neonato que teve de esperar em primeiro lugar que houvesse disponibilidade de um meio de socorro e, foi a família e populares a prestar os primeiros socorros por indicação do operador do CODU de Lisboa, até finalmente chegar ao local a VMER (Viatura Médica de Emergência e Reanimação) do Hospital da Vila Franca de Xira. Este neonato esteve alegadamente cerca de uma hora em espera num ping pong de contactos entre o CODU e diferentes hospitais que por não terem serviço de neonatologia aberto, recusaram aceitar aquele Ser Humano recém-nascido, até que, isto já a médica da VMER de Vila Franca de Xira tinha decidido que ia para o seu hospital porque teria lá melhores condições para assistir o recém nascido que alegadamente apresentava uma frequência cardíaca inferior a 100 pulsações por minuto, pouco depois o Hospital de Vila Franca comunica ao CODU que, afinal sempre vai aceitar receber o neonato porque afinal o quadro clínico não era assim tão grave para não poder ali ser assistido.

Por tudo isto, sendo que “tudo isto” são apenas dois exemplos de inúmeros outros relatos que nos chegam diariamente, questionamo-nos reiteradamente sobre o que falta ao Governo para fazer o revés àquele conluio e colocar as ambulâncias das Empresas Privadas e Associações de Socorros a contribuir para a redução dos tempos de resposta à emergência?
Questionamo-nos igualmente porque um doente com um seguro privado, que necessita ser transportado a um hospital privado em situação de urgência ou emergência, é obrigado a recorrer a meios da Cruz Vermelha Portuguesa, Bombeiros e INEM, sobrecarregando a resposta do sistema “público”, por ser privado de recorrer a uma ambulância também ela privada?

Quanto ao caso do neonato, questionamo-nos reiteradamente se de facto o artigo 200 do código penal é tido em conta, quando unidades hospitalares rejeitam receber, ainda que temporariamente para prestar os cuidados necessários, ainda que não sejam os mais especializados, um Ser Humano com apenas 1 hora de vida neste mundo e que, já se depara com todos estes constrangimentos que ameaçam a sua continuidade neste mundo.

Gostaríamos por isto de deixar a Vexas o repto para uma reflexão, desejando-se que a atual conjuntura política do país não desvalorize casos como estes que em nosso entendimento deveriam ser de prioridade absoluta.

Com os melhores cumprimentos. Atentamente,

João Paulo Saraiva 

Presidente da Direção

Técnico de Proteção Civil

Tertúlias Temáticas em Carnaxide

A Organização Mundial de Saúde concluiu que a solidão mata tanto quanto fumar 15 cigarros por dia, também por esse motivo, solitários ou não, e porque acreditamos que em rede social (presencial) somos mais felizes, realizamos regularmente em Carnaxide tertúlias temáticas no âmbito dos fins estatutários desta Associação, nomeadamente no eixo da cidadania proativa em proteção civil (mas não só), onde são abordados temas como:

    • O que é a proteção civil e como está organizado o sistema nacional
    • Enquadramento do voluntariado de proteção civil
    • Organização de grupos de ajuda de proximidade
    • Radiocomunicações locais de emergência
    • Radioamadorismo e outras atividades de radiocomunicação lúdica
    • Socorrismo
    • Reconhecimento e avaliação de situação
    • Como reportar uma emergência
    • Sistema Integrado de Emergência Médica 
    • Técnicas de evacuação de pessoas com mobilidade reduzida
    • entre outros

As tertúlias são abertas a todos os que sejam ou pretendam vir a ser Voluntários, Associados ou Simpatizantes da APROSOC – Associação de Proteção Civil e, porque é uma questão frequente, sim os reformados podem participar e até ser muito úteis. Estas tertúlias são intergeracionais.

Como qualquer tertúlia o petisco está sempre presente para acompanhar o tema do encontro e, é sempre um momento de partilha de conhecimento.

Se reside ou trabalha no concelho de Oeiras ou na periferia e quer juntar-se a nós manifeste-nos AQUI sua intenção de presença e indicamos-lhe o endereço do local de encontro.
Se preferir também pode contactar-nos pelo telefone 910 910 112 ou pelo e-mail: [email protected]

Ambulâncias INEM finalmente com adrenalina micro-doseada

Foram precisas inúmeras mortes para que fosse possível o INEM passar a dispor nas suas ambulâncias de injetores de adrenalina micro-doseada que possibilita reverter em caso de reação anafilática o edema da epiglote e a morte.

 

Recorde-se que esta foi uma reivindicação de inúmeras organizações, entre as quais a APROSOC – Associação de Proteção Civil, da qual nem sequer ousamos congratularmo-nos, por quão tardia tal implementação foi e, por isso tantas mortes que podiam ter sido evitadas não o foram.

 

#anapen #epipen #adenalina #choqueanafilatico

Estar preparado em radiocomunicações locais alternativas

Muitos são os que dizem estar preparados de radiocomunicações para emergências, mas, na maioria dos casos podem desconhecer o que isso significa, já que, sem familiares ou amigos igualmente preparados por perto, de pouco ou nada em algumas situações os seus meios lhe podem ser úteis.

É bonito pensar-se num mundo perfeito em que se chama uma ambulância e ela chega em poucos minutos como acontece na maioria dos casos quotidianos, contudo, mesmo no quotidiano há quem espere 3 horas ou mesmo morra à espera de uma ambulância ou outro meio de socorro ou salvamento. Importa por isso que se o meio de socorro não chega, tenhamos familiares ou amigos que nos levem até à unidade de saúde ou, que sejam capazes de nos socorrer, um amigo médico, enfermeiro, socorrista ou outro profissional de saúde em função da situação pode fazer a diferença. Mas como contacto um familiar ou vizinho para me ajudar se não existir rede telefónica no momento? Como posso pedir socorro se numa catástrofe todos os operadores das centrais 112 ou do centro de orientação de doentes urgentes (CODU) do INEM estiverem ocupados? Como pedir socorro à corporação de Bombeiros com duas ou três linhas telefónicas e igual número de operadores de central? Tudo isto parece muito rebuscado, mas aconteceu inúmeras vezes em Portugal em tempo de cheias e inundações, incêndios, pandemia, temporais, e não só.

As redes de radiocomunicações locais de emergência têm diferentes níveis, sendo o primeiro o do agregado familiar, equipado, mas também treinado. O segundo nível é o comunitário, seja a aldeia, o quarteirão, o bairro. O Terceiro nível é o Tático local, ou seja, a comunidade equipada e treinada, estabelece autonomamente redes paralelas aos serviços de emergência e proteção civil, de modo a complementar a capacidade de tráfego de mensagens, fazendo assim por exemplo chegar em tempo útil à corporação de bombeiros (cujas linhas telefónicas estão ocupadas com pedidos de socorro porque a linha 112 não atende), a informação de que na rua X junto ao número 99, um homem de 82 anos com antecedentes de DPOC foi resgatado de uma cave inundada por vizinhos, encontra-se em hipotermia e dificuldade respiratória e necessita de assistência médica.

Para que tal possa ser possível, isto exige equipagem, validação da equipagem, ou seja, garantir a compatibilidade dos equipamentos, bem como treino, ou seja, garantir que cada um sabe manusear e operar o equipamento que tem, bem como, sabe cumprir os adequados procedimentos radiotelefónicos e, para isto não basta um dos elementos de um agregado familiar, é necessário que vários ou idealmente todos pratiquem, algo quase impossível na esmagadora maioria dos agregados familiares, algo que não faz parte da cultura da sociedade portuguesa que tendencialmente substitui a preparação para a autoproteção por fé.

O ideal seriam as redes familiares e comunitárias, o possível são redes comunitárias pois raríssimas são as famílias em que todos os membros do agregado familiar encaram a realidade em detrimento da fé e do mundo virtual, mas, o concretizável na maioria dos casos face à esmagadora maioria de ausência de interesse dos cidadãos por estes assuntos, são redes táticas civis, improfícuas quando comparadas com a proficuidade de outros exemplos que nos chegam de outras partes do globo, o que infelizmente só nós pode entristecer pelo povo que somos e onde o que importa é quem no mundo coloca mais bolas dentro de uma baliza, enquanto em simultâneo morrem pessoas por falta de deteção, acionamento de meios de socorro, e assistência médica ou de salvamento.

Cá continuo eu a pregar aos peixes, é que nem nos membros dos serviços de proteção civil se observam exemplos a replicar.

Em muitos casos, nem um familiar atende de imediato o telemóvel para resposta a uma situação que pode ser de emergência, um pedido de ajuda ou socorro, ou simplesmente para ouvir as suas últimas palavras. É o povo que somos, gostemos ou não, é o que somos.

Mas felizmente existem bons, escassos, eu diria mesmo raríssimos casos de agregados familiares preparados, são esses exemplos que me fazem acreditar que, ao longo do tempo de vida que me resta, conseguirei contribuir para que mais famílias estejam preparadas em comunicações locais alternativas, aumentando assim a sua chance de sobrevivência face a situações de emergência, sejam elas de natureza médica, polícia ou de salvamento.

Autor: João Paulo Saraiva

GT- OEIRAS

O que pretendemos com o Grupo Territorial de Oeiras  (GTO)?

Como temos na Associação Técnicos de Proteção Civil e outros especialistas que concorrem para as atividades de proteção civil, idealizamos realizar ações de sensibilização aos munícipes interessados, para a cidadania proativa em proteção civil, de modo a contribuir para um maior envolvimento dos cidadãos nas atividades de proteção civil, na identificação e reporte de situações de risco, na prevenção e mitigação, na autoproteção e na ajuda de proximidade, bem como na resiliência, tornando-os operacionais de cidadania proativa em proteção civil (vulgos voluntários de proteção civil).

Idealiza-se que os grupos de cidadãos progressivamente preparados e equipados, possam atuar predominantemente na sua área de residência, mas também em caso de necessidade noutras áreas geográficas. Por exemplo, em caso de cheias e inundações em Algés, os operacionais de Linda-a-Velha, Carnaxide,… podem auxiliar de forma coordenada em ações complementares e convergentes à dos serviços de emergência.

Para tal precisamos de reunir mais interessados residentes no concelho de Oeiras, atendendo ao facto da maioria dos Associados da APROSOC – Associação de Proteção Civil estar dispersa por outros concelhos de Portugal continental.

Apesar de na atualidade os operacionais no concelho de Oeiras não serem muitos, ainda assim atuam frequentemente na prevenção e mitigação, identificação e reporte de riscos, pelo que, cremos que se mais formos, mais contribuiremos para a segurança coletiva no concelho de Oeiras.

VENTOS FORTES

  • Não estacione veículos junto de estruturas ou árvores que possam cair;
  • Recolha para dentro de casa objetos que possam voar, cair ou ser arremessados pelo vento;
  • Abrigue dentro de casa animais de companhia que habitualmente fiquem no exterior;
  • Fixe bem objetos exteriores que não possam ser guardados no interior de casa;
  • Recolha vazos e floreiras das janelas;
  • Tenha sempre uma lanterna à mão para a eventualidade de faltar a eletricidade;
  • Mantenha-se atento e em contacto com vizinhos, familiares e amigos que possam vir a necessitar da sua ajuda.