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Novo radioamador da APROSOC tem 14 anos de idade

Neste dia 20 de Dezembro de 2021, o associado 222 da APROSOC, passou a ser também radioamador de categoria III.

Para além de estar de parabéns pelo resultado do exame, teve a oportunidade de operar pela primeira vez em frequências de radioamador, em HF, VHF e UHF, sob a supervisão do Presidente da Direção da APROSOC, CT1EBZ.

Desejamos a este novo radioamador muitos e longos anos de bons QSOs (conversações via rádio).

Bem vindo ao clube, 

OBJETIVOS ESTATUTÁRIOS

“I. Na prossecução dos seus objetivos gerais, compete à APROSOC:

1. Agregar cidadãos interessados nos assuntos da Proteção Civil, no sentido da sua autoproteção e da proteção, socorro e auxílio de proximidade aos seus semelhantes, outros seres vivos e bens;

2. Fomentar a partilha do conhecimento conducente à preparação individual e familiar para prevenção, mitigação e intervenção face à previsível ou verificada ocorrência de acidente grave ou catástrofe, através da promoção de uma cultura de segurança coletiva a partir da responsabilização individual, no que à proteção civil é atinente;

3. Fomentar o planeamento de emergência, a equipagem e treino individual e familiar dos cidadãos para a autoproteção;

4. Defesa dos legítimos direitos dos cidadãos no acesso aos serviços de emergência e proteção civil, bem como aos cuidados de saúde, incluindo serviços de emergência médica intra/extra-hospitalar, de qualidade e atempados;

5. Prevenir riscos coletivos inerentes a emergências, acidentes graves ou catástrofes, atenuar os seus efeitos, proteger e socorrer as pessoas, outros seres vivos e bens em perigo quando aquelas situações ocorram, sem nunca se substituir aos serviços e agentes de emergência e proteção civil, através dos seguintes eixos de atividade:

a) Informação e formação das populações sobre a prevenção dos riscos coletivos e a minimização das consequências, visando a sua sensibilização em matérias de autoproteção;

b) Proteção, Socorro, Salvamento e Assistência às pessoas, animais e bens em perigo a desenvolver por voluntários com competências técnicas, capacidades e disponibilidades próprias.

c) Apoio à reposição da normalidade em situação de acidente grave ou catástrofe;

II. As formas de atuação, no âmbito dos principais eixos acima enumerados, são as seguintes:

1. Promoção de ações de sensibilização e de informação das populações no domínio da Proteção Civil e da autoproteção face a riscos;

2. Realização de ações de formação cívica, orientadas para a educação para o risco e para a autoproteção no que à Proteção Civil é atinente (incluindo o socorrismo, a radiocomunicação, entre outras conexas);

3. Enquadramento de voluntários a título individual, incluindo voluntários informais que se revelem indispensáveis para resposta a situações decorrentes de estados de necessidade em contexto de Emergências de Proteção e Socorro, aproveitando os saberes, competências, capacidades e disponibilidades próprias de cada um;

4. Reforço da difusão de avisos às populações com recurso a meios próprios de comunicação;

5. A realização e participação em exercícios e simulacros de proteção civil, socorrismo, radiocomunicações e outras atividades conexas;

6. Auxílio à reabilitação de redes e serviços específicos;

7. Apoio na logística de suporte às operações de socorro e de apoio às pessoas e outros seres vivos afetados;

8. Auxílio na instalação, manutenção, desinstalação e guarnição de estruturas temporárias necessárias às operações;

9. Promoção das Radiocomunicações Cidadãs (CB 27 MHz (citizens band), PMR446 (personal mobile radio 446 MHz), amadoras e outras, como redes alternativas à inexistência permanente ou temporária das telecomunicações de acesso público;

10. Investigação para apoio ao desenvolvimento científico e tecnológico das radiocomunicações, orientada pelas necessidades do voluntariado de proteção civil e da autoproteção das populações;

11. Apoio às radiocomunicações de emergência, como alternativa na falha ou inexistência de telecomunicações de acesso público em caso de acidente grave ou catástrofe, possibilitando a ponte entre os cidadãos a necessitar de auxílio e/ou socorro e os serviços e agentes de emergência e proteção civil;

12. Apoio ao desenvolvimento de ações de busca, salvamento, movimentação das populações afetadas e de proteção de animais e bens, da propriedade e do ambiente;

13. Apoio social e psicológico às vítimas de acidente grave, catástrofe, ou no combate à simples exclusão ou isolamento social;

14. Realização de ações de avaliação e reconhecimento de perigos, vulnerabilidades ou danos;

15. Assistência, prevenção, socorro pré-hospitalar, solidariedade social e ajuda humanitária em situações de urgência ou emergência face a acidente grave ou catástrofe;

16. Colaboração em outras ações de apoio integradas no Sistema Integrado de Operações de Proteção e Socorro;

17. Observação cívica da adequação e condução das políticas estratégicas no âmbito das atividades vocacionais desta Associação (Saúde, Emergência, Proteção Civil e outras conexas) orientada pelos legítimos interesses e direitos dos cidadãos e das organizações, conducente à apresentação de estudos, relatórios e propostas de soluções junto do poder político instituído nos seus diferentes patamares territoriais e das demais entidades competentes.”

Alegadas autoridades brincam à proteção civil

As alegadas autoridades consideram sempre que em caso de catástrofe vão avisar as populações através da radiodifusão e da radiotelevisão, assim como avisaram nos incêndios de Junho e Outubro de 2017, entendem?!!!

De facto, pode ser útil ter um rádio portátil para receber emissões de radiodifusão em situações de catástrofe, contudo, nas catástrofes caóticas não há coordenação, não há autoridade, muitas vezes não há verdade na informação transmitida, assim como não o houve em Junho e Outubro de 2017. Recordem-se que, nos incêndios de Junho de 2017, enquanto dezenas de pessoas estavam a morrer no incêndio, ao mesmo tempo um governante dizia para as câmaras da televisão “confiem em nós, estamos a fazer tudo o que está ao nosso alcance”. Neste caso, falha de comunicações de proximidade determinou inúmeras mortes.

Os governantes não recomendam as radiocomunicações de proximidade porque por um lado são contrárias aos interesses dos operadores de telecomunicações, por outro possibilitam uma informação em tempo real que apesar de poder gerar o pânico, possibilita também que as pessoas tenham uma noção real do que se passa e se coordenem e se ajudem umas às outras correndo riscos de vida, mas salvando mais do que qualquer sistema de proteção civil é capaz de salvar, até porque quem está perto tem muitas vezes maior probabilidade de salvar do que quem vem de longe para salvar.
Estes são alguns dos motivos pelos quais as alegadas autoridades nacionais não recomendam que todas as famílias tenham meios de radiocomunicações cidadãs, sejam eles CB (citizens band), PMR446 (personal mobile radio), ou LPD433 (low power device), portanto rádios que no caso do CB se podem instalar em casa, na viatura, ou usar em versão walkie-talkie tal como os PMR446 e LPD433, e que possibilitam quando na mesma banda e canal, manter toda a família em contacto de proximidade, ou mesmo todo o bairro ou aldeia em contacto.

Em Outubro de 2017 a informação recebida via PMR446 em Pedrogão Pequeno possibilitou a evacuação de um idoso acamado antes do incêndio se aproximar da casa onde morava com a sua esposa. Muitas outras situações de salvamento têm sido possibilitadas por esta forma de comunicação alternativa ou se preferirem paralela, que nenhum governo é capaz de controlar, aliás, o facto de ser praticamente impossível as autoridades controlarem o tráfego dos meios de radiocomunicações cidadãs, é outra das razões pela qual não recomendam aos cidadãos que se dotem destes meios de radiocomunicação integrando-os nos seus kits de emergência em casa ou nos seus veículos.

Cumpre-nos, enquanto Associação de Proteção Civil, manter os cidadãos informados com verdade e, não é concebível um kit de emergência familiar sem walkie-talkies para manter os membros da família em contacto. Em caso de catástrofe caótica mesmo que as infraestruturas dos sistemas de radiodifusão ou de telemóvel se mantenham operacionais, os funcionários também têm de se socorrer a si ou aos seus e abandonam funções, entrando esses sistemas em falência progressiva por falta de manutenção, nossas situações somente os walkie-talkies e radiotelefones fixos instalados em edifícios com fonte de energia alternativa, ou em veículos, continuam a possibilitar estabelecer comunicação, no caso dos radioamadores (pessoas que obtiveram aproveitamento em exame para obtenção do certificado de amador nacional), o alcance será superior devido ao facto de poderem usar frequências que possibilitam o médio e longo alcance, bem como maiores potências que o facilitam.

Na APROSOC “Associação de Proteção Civil” procuramos consciencializar a população em geral e os nossos Associados em particular, para a preparação no que às radiocomunicações de catástrofe caótica é atinente, preferimos estar preparados e nunca ser necessário, do que ser necessário e não estarmos preparados.

A frase feita “todos somos proteção civil” é um barrete que a maioria enfia na própria cabeça, mas na realidade poucos somos proteção civil, porque a proteção civil não é o que somos, é o que fazemos, porque a própria lei de bases de proteção civil (Lei 27/2006) refere no seu artigo 1º a proteção civil como uma atividade e não como aquilo que algo ou alguém é.

Uma coisa é a ficção em que algumas alegadas autoridades vivem, outra é a realidade a que os cidadãos são expostos.

Pela minha parte, prefiro “cidadãos preparados para as emergências de proteção civil”

Este é um artigo especial da comemoração do meu 52º aniversário, que espero possa contribuir para a segurança coletiva dos meus concidadãos.

João Paulo Saraiva
Presidente da Direção

#01 | CT1EBZ

Rede APROSOC em constante movimento

Caros seguidores

Posteriormente ao surgimento da APROSOC, algumas Associações de radioamadores vislumbraram através do crescente movimento de utilizadores de rádios CB e PMR446 um potencial manancial de reforço das suas receitas, tendo tentado dar alguns ares de sua graça em CB e PMR446, geralmente “sol de pouca dura”, contudo, rapidamente aqueles que não são e não pretendem ser radioamadores se desiludem por compreenderem que as Associações de Radioamadores só estão vocacionadas para os que são ou pretendem ser radioamadores, o que reforça a razão de existência da APROSOC, a única Associação duplamente vocacionada ou, até mesmo eventualmente mais vocacionada para as radiocomunicações cidadãs (livres de taxas e licenças) do que para o radioamadorismo dos concursos 5-9+.

Há apenas em todo o país duas Associações que estatutariamente contemplam os utilizadores do PMR446 e de todas as bandas de uso livre e, apenas esta promove a comunicação em CB, PMR446, LPD433, SRD860, SRD2.4.

Tem sido com muita dificuldade que temos trabalhado em prol do desenvolvimento das radiocomunicações cidadãs, pois o surgimento de areia na engrenagem por parte de organizações mais antigas, nomeadamente Associações de radioamadores é uma constante, mas a paixão que nos une tem-nos permitido superar, resistir, mesmo apesar de surgirem grupos informais que beneficiam desse trabalho realizado e que nada contribuem para a sustentabilidade das Associações, pelo contrário.

A rede APROSOC perdurará no tempo para além dos seus mentores e fundadores e, está em constante movimento e crescimento.

Agradecemos assim a quem nos apoia e compreende o movimento associativo.  

EXERCÍCIOS DE RADIOCOMUNICAÇÕES CIDADÃS

Quando em 2015 a APROSOC deu início aos exercícios de radiocomunicações cidadãs e, em 2017 os intensificou para semanais, nenhuma outra entidade ou grupo informal tinha qualquer atividade semanal em CB ou PMR446 e, em 2018 estendemos estes exercícios às frequências de radioamador. Em 2021 a APROSOC volta a alargar os exercícios de treino de radiocomunicações cidadãs, desta vez ao LPD433, possibilitando aos utilizadores de rádios desta norma, por um lado testar as potencialidades e reconhecer as limitações e, por outro lado, reconhecer o número de utilizadores nas imediações.

O LPD433, funcionando dentro da banda de UHF consignada aos radioamadores, possibilita em alguns dos seus 69 canais escutar radioamadores e, embora não seja lícito comunicar com eles, possibilita compreender o que é o diálogo de radioamadores.

Na CB 27, no PMR446 e no LPD433, bem como em frequências de radioamador e frequências privativas, os exercícios dos domingos de manhã vieram para ficar, estenderam-se à comunidade montanhista, aos praticantes de atividades ao ar livre, aos praticantes de voo livre, dos mais jovens aos seniores não reconhecendo barreiras geracionais, de convicções, preconceitos ou crenças. Estes exercícios unem pessoas em torno de uma paixão comum, a radiocomunicação e, ajudou a combater o isolamento social causado pela necessidade de distanciamento físico imposto pela pandemia COVID-19.

Para 2022 a APROSOC tem outras inovações na agenda, mas o ano ainda não acabou e o levantamento das restrições poderá possibilitar ainda um conjunto de outras atividades que a pandemia veio suspender.

Queremos continuar a contribuir para o desenvolvimento das atividades nas radiocomunicações cidadãs, para o aumento da comunidade utilizadora destes meios de radiocomunicação e, para que de toda esta atividade para além dos benefícios físicos e psicológicos, resulte ainda utilidade pública na aplicabilidade em casos de emergência face a situações de acidente ou catástrofe, quando as telecomunicações de acesso pública falham ou nem sequer alguma vez existiram.

Começámos por estar tendencialmente em canal 8 em PMR446, passando em seguida ainda em 2015 para o canal 7, em 2020 andámos pelo canal 2 e 6, e mais recentemente para evitarmos perturbar a esmagadora maioria do tráfego profissional, mas também para evitar interferir com iniciativas mais recentes, passámos a estar em canal 16, o mesmo canal em que passámos a estar também em CB e LPD433, sem prejuízo de usarmos os canais que melhor nos aprouver, dentro das regras legais e do espirito de harmonia na cohabitabilidade do espectro radioelétrico.

Continuamos a contar contigo, de norte a sul de Portugal continental, porque, todos precisamos de todos.

Por vezes ficamos frustrados por não conseguir contactar alguém via rádio…

Artigo de opinião
Autor: João Saraiva

Por vezes as disponibilidades não coincidem e por isso mesmo localmente não conseguimos contactar ninguém, por isso todos os domingos de manhã onde quer que estejam os membros da Rede 73, ligam os seus rádios e tentam chamar, porque se ninguém tiver a iniciativa de chamar não há probabilidade de contacto. Fruto desta regularidade esporadicamente encontramos um vizinho e assim aumentamos a nossa lista de contactos locais.

Quanto às comunicações a maiores distâncias as frustrações também são frequentes, pois muitas vezes estamos a ouvir bem a outra estação e ela não nos responde e, para isso existem várias explicações possíveis, entre elas:

  • Tem o squelch (sistema de silenciamento de ruído natural da frequência) ou o ganho de RF muito fechado e por isso não recebe estações mais distantes;
  • Está a transmitir com potência superior aquela que estamos a utilizar;
  • A sensibilidade do recetor da outra estação é inferior à do seu recetor;
  • Está a operar equipamento portátil com antena reduzida;
  • Tem o equipamento portátil em posição desfavorável;
  • Tem uma fonte de interferência local ou distante que impossibilita a receção de outras estações distantes;
  • Está a transmitir com antena direcional em direção oposta;
  • A antena da outra estação tem mais ganho do que a sua;
  • Está a usar uma antena com características para comunicações locais;
  • Está em viatura e a direccionalidade da antena em relação à carroçaria da viatura dificulta a receção em determinada direção.

Existem assim diversas causas potenciadoras de episódios de frustração nas radiocomunicações, contudo, são essas desilusões que nos possibilitam valorizar as situações em que alcançamos melhores resultados, bem como são também elas que nos propiciam aprendizagem de algumas técnicas que eventualmente possibilitem ultrapassar alguns desses constrangimentos.

Tenha ainda em atenção que o problema nem sempre está do outro lado, uma antena desafinada pode provocar atenuação significativa na potência emitida pela sua estação e, se a relação de ondas estacionárias (potencia refletida para o emissor) for muito elevada, além de reduzir substancialmente o seu alcance pode danificar o transístor amplificador final de potência do seu rádio. Por outro lado, se as características do seu equipamento não se adequarem à sua tonalidade e nível de voz, embora chegue à outra estação a sua voz pode ser menos percetível ou mesmo impercetível, importando por isso ao adquirir um equipamento falar com um vendedor especializado que o saiba aconselhar sobre o equipamento mais adequado ao seu tipo de voz, bem como eventualmente propor-lhe ajustes de otimização do equipamento sem sair dos limites legais. Alguns equipamentos mais sofisticados possibilitam mesmo ao operador ajustar o ganho de microfone ou mesmo a tonalidade de áudio na emissão, sendo geralmente estes equipamentos também mais dispendiosos.

Outro comum fator de perturbação é o uso de eco, tanto próprio do espaço, como de dispositivos que o geram no seu equipamento rádio ou microfone acessório com eco, quando o eco é exagerado ou coincide com determinada sobreposição de frequências audíveis, a compreensibilidade é reduzida e por vezes mesmo anulada. Tenha sempre em conta que do outro lado pode estar alguém com problemas auditivos e por isso incapaz de descodificar determinadas tonalidades de voz, sendo o eco um constrangimento na comunicação que se pretende isenta de ruídos.

Associe-se numa Associação especializada em radiocomunicações e ajude a comunidade de amadores de rádio a desenvolver as suas atividades e a partilhar conhecimentos úteis.

www.aprosoc.pt