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Por Sérgio Matias (CT1HMN) – Do Serviço Rádio Pessoal – Banda do Cidadão nos 27 MHz e do seu objetivo

O Serviço Rádio Pessoal – Banda do Cidadão nos 27 MHz é, por definição, um serviço de radiocomunicações de curto alcance, de uso privativo, destinado a comunicações multilaterais de carácter utilitário recreativo ou profissional de titulares de estações de radiocomunicações de pequena potência.

Estando este serviço inserido no espectro rádio de HF (3 a 30 MHz), o mesmo é suscetível às perturbações que ocorrem na ionosfera, e que fazem com que os sinais se propagação de entre várias centenas a vários milhares de quilómetros, situação que é desejável por uns, mas indesejável por outros.

Se para uns, o propósito da comunicação em CB restringe-se apenas ao que se considera local, ou em linha de vista, para outros apenas estão interessados da vertente da comunicação a longa distância, através da reflexão das ondas rádio na ionosfera.

Ora os primeiros não beneficiam em nada das aberturas de propagação, enquanto os segundos anseiam por uma qualquer abertura de propagação em 27 MHz para poderem comunicar a longa distância.

É comum observar-se no hemisfério norte, durante os meses de verão, ou em períodos de ciclo solar com bastante atividade, aberturas de propagação radioelétrica na banda dos 27 MHz que permitem o estabelecimento de comunicações a longa distância.

Para os utilizadores frequentes deste serviço em âmbito local, tais aberturas de propagação tornam difícil ou mesmo impossível em alguns casos manter a comunicação local, pois os sinais distantes podem facilmente apresentar intensidades de sinal superiores às estações com as quais se mantém ou pretende estabelecer contacto.

No caso em que as estações se encontrem próximo e se recebam mutuamente com intensidade de sinal bastante forte, nas ocasiões em que as aberturas de propagação se tornam incómodas, podem servir-se do controlo do ganho de RF em conjunto com o controlo de SQUELCH dos seus equipamentos para atenuar tanto quanto possível os sinais distantes. Nalguns modelos mais antigos existia um seletor LOCAL/DX para esse efeito ao invés de um controlo de ganho de RF progressivo.

No caso em que o acima descrito não seja viável, e que todos os canais se encontrem ocupados por comunicações distantes com intensidades de sinal fortes, por vezes a única solução passa mesmo por desligar o rádio e esperar que a abertura de propagação termine.

Deverá, contudo, equacionar-se em qualquer caso a utilização de walkie-talkies PMR446 como reserva de radiocomunicações, caso se consiga estabelecer e manter comunicação neste serviço rádio em UHF.

Já aqueles apenas se dedicam às comunicações a longa distância, deliciam-se com estas aberturas de propagação, e quanto mais tempo durarem e para quantas mais zonas geográficas distintas conseguirem comunicar, melhor.

Quer estejamos numa ou noutra vertente, o importante é comunicar.

Autor: Sérgio Matias (CT1HMN, APROSOC 86, Vogal da Direção da APROSOC)

REESTRUTURAÇÃO DA REDE DE RADIOCOMUNICAÇÕES CIDADÃS E AMADORAS DA APROSOC

Quando a APROSOC pegou na Banda do Cidadão, com exceção das radiocomunicações em bandas laterais pouco ou nada se ouvia de comunicação não profissional em AM ou FM na região sul, somente na região norte algumas estações profissionais em canal 3 AM, à semelhança do que se ouve por lisboa em canal 22 e 31 durante a semana.

Na sequência dos programas desenvolvidos pelos diversos projetos Associativos iniciados na década de 90 e que vierem a culminar na APROSOC, esta Associação sempre desenvolveu atividades com vista ao desenvolvimento da Banda do Cidadão e, mais tarde em LPD433 e PMR446 e, fruto dessas ações surgiram nos últimos anos (até pela nossa mão) outras organizações prossecutoras dessas atividades, estando atualmente a Banda do Cidadão muito ativa comparativamente com o estado em que esteve. Neste contexto, deixa de se justificar que a APROSOC mantenha o mesmo modelo de atividade nas radiocomunicações cidadãs no sentido do aumento da quantidade de utilizadores da Banda do Cidadão e outras bandas de radiocomunicações isentas de licenças e taxas, ou mesmo no serviço de amador a que também trouxemos muitos novos radioamadores, fazendo-nos atualmente mais sentido que, apostemos no que nos diferencia, a aposta na qualidade de operação dos utilizadores das radiocomunicações ao invés de se priorizar a quantidade, pois para quantidade já existem outros programas de outras organizações formais e informais.
Entenda-se por qualidade, as boas práticas nos procedimentos radiotelefónicos, o respeito pelos tempos de emissão e tempos de intervalo entre transmissões, bem como o nível cultural e técnico dos radioperadores, de que deve resultar uma comunicação: harmoniosa; cordial; agregadora de pessoas que partilhem dos mesmos princípios filosóficos independentemente das classes, raças, credos, género, idade ou estrato social; isentas de vaidades, boçalidades na forma de expressão; isenta de práticas ilícitas; e que, desejavelmente, sejam pessoas empáticas e disponíveis para ajudar o seu semelhante.

Ao longo dos quase 30 anos de projetos Associativos que vieram culminar na APROSOC tal como hoje a conhecemos, vimos nascer projetos de grande euforia, que depois se extinguiram após a áurea do momento, que se esvanece até à extinção e esquecimento, mas também, embora mais raros certamente outros que perduram. Mas tudo isto depende essencialmente da motivação individual, tendo a APROSOC tido até então, a graça de reunir algumas pessoas com espírito de dinamismo e de grande resiliência que têm até então mantido as atividades com a dinâmica expectável, embora se deseje sempre mais e exista esse espaço para mais.

Se por um lado nos orgulhamos de alguns dos projetos a que demos vida e lhes demos autonomia, por outro, ouvirmos algumas dessas pessoas nas radiocomunicações envergonha-nos que usem o prefixo e sufixo que lhes atribuímos, pela boçalidade ou mesmo vaidade com que proferem palavras, muitas vezes com recurso a sistemas adulteradores de voz, manchando a imagem da escola onde se iniciaram muitos deles, banalizando e substituindo os princípios que lhes foram transmitidos por popularidades vergonhosas, traindo o escopo desta Associação. Assim, embora nem todos assim sejam, embora alguns continuem a honrar os princípios filosóficos que co  todos partilhámos, procedemos a alterações de fundo na nossa Rede de Radiocomunicações Cidadãs e Amadoras, de modo conducente à manutenção dos valores em que cremos e nos norteiam.

A boçalidade já não reconhece sequer as fonteiras das bandas de rádio, estando patente em qualquer banda e, nem as bandas de radioamador não estão livres desta praga.

Nunca fomos apenas mais uma Associação, mas sim a singela Associação que se diferencia pelos projetos próprios, impares, inovadores, impulsionadores, que tantos replicam ou tentam plagiar. Pois norteia-nos antes demais, a defesa do superior interesse público, sendo a atividade lúdica de radiocomunicações secundária e convergente.

Não necessitamos de coragem para mudar, porque a capacidade de melhorar é-nos intrínseca.

Tudo continuaremos a fazer para, honrando os nosso compromisso para com dos nossos Associados, manter a correção, harmonia e amizade que nos une e nos liga em cada QSO (conversação via rádio), com a gratidão que nos é peculiar para com todos os que nos respeitam e agem reciprocamente.

João Paulo Saraiva
Presidente da Direção
(Estação CB/PMR446  DUKE/ CT1EBZ)

APROSOC entrega mais 6 rádios PMR446 a pessoas desprotegidas

Quando da intervenção da APROSOC nos incêndios em 2017 na região Centro e, sequente estudo realizado em diversas aldeias afetadas ou em risco de o serem, foram identificados alguns casos de vulnerabilidade a prazo e, porque não esquecemos as pessoas com quem nos cruzamos, em 2022 veio a confirmar-se numa dessas aldeias o que temíamos, somente 5 habitantes já idosos e debilitados, numa aldeia em que a rede de telemóvel não entra em suas casas e em que, em caso de aflição os seus habitantes não têm como pedir sequer ajuda a um vizinho. Por questões de segurança face à vaga de assaltos a pessoas vulneráveis não vamos aqui identificar a aldeia, contudo, temos orgulho em anunciar que, entregaremos esta semana mais 6 rádios PMR446, 5 que serão distribuídos pelos moradores isolados e, um 6º que será entregue a uma Associação recreativa e social de uma aldeia próxima e em local mais elevado que garante a comunicação, para manter o contacto regular com os moradores e em caso de necessidade pedir ajuda via 112, já que dispõe de rede de telemóvel e telefone fixo em várias habitações e numa mercearia.

Antes desta decisão foi efetuado um teste de adaptação após formação e, apesar de algumas dificuldades todas as pessoas passaram a conseguir operar um walkie-talkie, tendo mesmo enumerado diversas vantagens em relação ao telemóvel, a começar pelo facto de não terem de pagar recarregamentos a subtrair às suas parcas pensões de reforma, mas também que é uma forma de combater o isolamento social em especial em dias em que quer seja devido à chuva, ao sol muito forte ou poeiras em suspensão não seja recomendável sair à rua. Num dos casos concluiu-se que o utilizador só conseguia usar o rádio com um microfone de mão, dada a força que tinha de fazer no PTT (push-to-talk) do rádio e a dificuldade de o ver, tendo-se concluído que com o microfone de mão a operação decorria na perfeição.

Importa referir que foi testada a comunicação no interior de todas as habitações e que dada a proximidade todos se conseguem contactar a partir de dentro de casa, com exceção de um dos moradores que somente consegue contactar com outros três.

Por motivos práticos, os rádios fornecidos são leves, vão ter uma fita para usar ao pescoço e terão somente uma frequência programada para evitar a mudança acidental de canal.
Também o carregamento de bateria foi alvo de preocupação, tendo-se optado por entregar também carregadores de secretária de encaixe prático.

Esta oferta só é possível graças a um empresário mecenas que pretende manter o anonimato e que se disponibilizou de imediato a custear estes equipamentos bem como a sua manutenção futura e, a quem agradecemos ter-nos possibilitado cumprir mais esta missão em prol da segurança dos mais desprotegidos. O nosso incomensurável agradecimento.

Clube APROSOC ON THE AIR

Desde 2017 que na Área Metropolitana de Lisboa reunimos via rádio tendencialmente ao domingo de manhã entre as 10 e as 12 horas (+-30minutos), e mais recentemente mais regularmente diariamente à noite sensivelmente por volta das 21:30 às 22:30.

Esta atividade enquadra-se nos objetivos da APROSOC de preparação dos cidadãos para as alternativas de comunicação quando face a situações de desastre ficam privados de acesso às telecomunicações de acesso público, possibilitando assim manter o contacto local com familiares e amigos, ou mesmo efetuar um pedido de ajuda ou socorro.


Atualmente encontramo-nos tendencialmente em Canal 14 na banda do cidadão (CB – citizens band) em FM/AM, PMR446 (personal mobile radio 446 MHz) e LPD433 (low power device), ou outro canal livre.

Para os colegas radioamadores estamos tendencialmente em 145.3875MHz ou 432.7875MHz em NFM (narrow mode) ou noutra frequência próxima livre caso aquela esteja ocupada.

Para os colegas que não são radioamadores e pretendam ter equipamentos de VHF ou UHF profissionais para comunicações de emergência, sobrevivencialismo, técnico-científicas ou lúdicas, a APROSOC dispõe de redes privativas licenciadas para o efeito.

Esta atividade funciona como um “clube” de amigos locais que se comunicam via rádio e assim cultivam a amizade e as boas práticas em radiocomunicações partilhando bons momentos de companheirismo e ou mesmo de partilha de saberes, sendo aberta a todos os que se revejam nesta filosofia.

Frequentemente este encontro, reúne ao domingo colegas no mesmo local para partilha de conhecimento, confraternização e operação coordenada, estando aberto também à presença de não membros da APROSOC que decidam aparecer no local onde estivermos para observar e participar.

Pré-requisitos de admissão
A adesão ao Clube APROSOC On The Air é a partir de 11/11/2022 reservada a Associados da APROSOC e tem como pré-requisito a frequência da Escola de Procedimentos Radiotelefónicos – APROSOC.

Inscrição para Associados que cumpram os pré-requisitos

Consultar a Lista de Membros 

Trecentésima ativação de radiocomunicações cidadãs da APROSOC

A APROSOC agradece a todos os radioperadores que participaram na tricentésima ativação de radiocomunicações cidadãs. Desde a sua génese em 2015 e, sem contar com todos os projetos Associativos que vieram culminar no que na atualidade a APROSOC é e representa, contámos hoje a ativação de radiocomunicações número trezentos (300), um número que nos dá alento para continuar. A ativação de hoje foi particularmente importante por ter sido geradora de diálogos inclusivos essencialmente na banda do cidadão em canal 10 em AM e também em FM, que trazem de novo aquilo que mais prezamos nesta singela Associação, a cordialidade e a partilha de conhecimentos e experiências.
Pode dizer-se que a APROSOC regressou ao que de melhor existe na banda do cidadão e não só, as comunicações com respeito, isentas de impropérios, onde a amizade e o conhecimento técnico fluem naturalmente.
Há novas e antigas estações nesta nova dimensão, oriundas de organizações ou, sem pertencer a qualquer organização, entrosadas por um denominador comum, a comunicação pela qual nutrem paixão. 

O facto de os QSOś (conversações via rádio) da REDE FÉNIX da APROSOC não passarem a USB ou LSB prende-se com o facto que que as demais organizações existentes tendem a rumar a esses modos de operação, frustrando e excluindo aqueles que somente possuem rádios com AM, ou com FM. Na APROSOC entendemos ser diferentes e ser mais inclusivos, sacrificando a distância que alcançaríamos com recurso às bandas laterais, para possibilitar-mos a comunicação local daqueles que não possuem bandas laterais.
Na nossa experiência ao longo dos anos nos cenários de acidente grave ou catástrofe, deparámos-nos frequentemente com a existência de meios de radiocomunicação que foram inócuos pelos mais diferentes motivos, pelo que, acreditamos que a forma organizada com que promovemos as radiocomunicações locais em CB (citizens band) e PMR446 (personal mobile radio), é pedagogicamente conducente à capacitação dos cidadãos usufrutuários desses meios rádio, para serem resilientes face a situações adversas que os impossibilitem de usufruir das redes de telecomunicações de acesso público.

Tenha sempre presentes as nossas recomendações de procedimentos radiotelefónicos para as radiocomunicações cidadãs…

…limite o seu tempo de emissão contínua a “180 segundos”, dê tendencialmente um espaço não inferior a “3 segundos” entre transmissões para dar oportunidade a outras estações, passe a palavra a outro interlocutor usando a expressão de serviço “escuto” e, quando nada mais tiver a transmitir e pretende encerrar a comunicação termine com a expressão de serviço “terminado”. 

Saiba que estamos tendencialmente em canal 11 AM/FM pela região de Lisboa e, quando uma chamada é correspondida passamos tendencialmente a canal 10 AM/FM.

REDE FÉNIX | amizade, felicidade e segurança via rádio

CÓDIGO Q – QSY QNY

•QSY – Devo mudar de frequência / canal? •QNY – Mude de frequência / canal  ou, mude para a frequência / canal _______ •

QSY é uma questão e QNY é uma resposta.

Nas comunicações de emergência tenha sempre presente que o seu interlocutor pode não dominar este ou outros códigos que você domine.

Por outro lado, o significado de cada código Q pode variar ligeiramente em função do serviço, por exemplo entre o serviço aeronáutico e o serviço marítimo, ou mesmo na génese deste código para uso em telegrafia (código Morse). Tenha sempre presente que se trata de uma adaptação para CB.

Quando as telecomunicações falham

Quando e onde as telecomunicações de acesso público falham (telemóvel, telefone fixo, internet) seja devido aos cabos ardidos nos incêndios ou interrompidos na sequência de ventos fortes ou sismos, entre outras causas, os meios de radiocomunicações cidadãs (CB – citizens band e PMR446 personal mobile radio), continuam a possibilitar a comunicação desde algumas centenas de metros até alguns quilómetros de distância, não sendo necessário qualquer licença para a utilização para equipamentos com um certificado de conformidade para uso no Serviço Radio Pessoal CB, ou PMR446.