Desfazer os mitos urbanos sobre a Antena CB Santiago 1200

Há quem por convicção diga que a “Santiago 1200” original é melhor que a “Super Santiago 1200”, o que essas pessoas não sabem é que são ambas exatamente a mesma antena na primeira fase de produção, feitas na mesma linha de fabrico.

Quando a empresa Sirtel deixou de encomendar a Santiago 1200 ao verdadeiro fabricante, este decidiu manter a produção a pedido de uma outra empresa a Jetfon que lhe chamou de chamou “Super Santiago 1200”, mudando-lhe apenas a forma do cone plástico que cobre a bobine e outros insignificantes pormenores estéticos.

Tanto no que tem de melhor quanto no que tem de pior, ambas as antenas “são a mesma”, ou seja, ambas partem a ponteira original, ambas são campeãs de alcance, ambas sofrem infiltrações de líquido na bobine, ambas têm a mesma má qualidade de cabo coaxial, ambas oxidam da mesma forma porque os materiais são os mesmos, originários de Taiwan.

A popularidade da Santiago 1200 veio a originar que algumas pessoas se dedicassem à produção de acessórios para a sua manutenção tal como a ponteira em latão ou em aço inox, ou mesmo a bobinagem em fio banhado a prata que melhora a SWR e, por conseguinte, reduz as perdas em 11,1%.

Inicialmente a Jetfon não colocou de imediato a sua marca no blister da antena, pois existiam receios de eventuais batalhas legais, contudo, tais batalhas não viriam a ocorrer devido à extinção da marca original e a empresa acabou por assumir publicamente a sua marca no produto em causa produzido em Taiwan, fabrica de onde saem ouras prestigiadas antenas como outra ainda melhor que a Santiago 1200, a Texas 1800 Power da President (já descontinuada), tal como a Colorado 1800 Power da President, e tantas outras antenas que conhecemos com marcas europeias ou até americanas  mas que são na sua génese tão asiáticas quanto os rádios CB que utilizamos.

Estamos, contudo, a falar de uma boa antena que modificada pode ser excelente e, para quem adquire uma nova seria recomendado para que ela dure mais, abrir a bobine e dar-lhe uma camada de verniz próprio para antenas para evitar que a água oxide o cobre e até o latão da base, bem como a aplicação de silicone para evitar a entrada de água por cima do cone.

Estamos a falar de uma antena com um custo de produção a rondar os menos de 8€, mas que chega ao mercado nacional inflacionada pelo transporte, pelos impostos, e pelo legítimo lucro de quem importa e tem de dar garantia.

Como é sabido em CB quanto maior a antena melhor e, para garantir melhor alcance e possibilitar comunicações a maior distância especialmente em situações de emergência ou de simples avaria do veículo onde não há rede de telemóvel é bom contar com uma antena de CB com o desempenho que a Super Santiago 1200 ou outras antenas com mais de 1,90m possibilitam.

Note-se que existiu uma diferença de qualidade entre ambas, quando a original ainda tinha núcleo da bobine em cerâmica, contudo na reta final da produção já não existia essa diferença mas, existe uma outra diferença nas Santiago 1200 mais recentes, a base da bobine já não é em latão torneado, agora sim temos uma degradação da qualidade original, que não se observa nas antenas da President, talvez também por isso mais caras.

Na atualidade um dos problemas da Super Santiago 1200 é o L SO-239 que apresenta vários problemas, sendo recomendável usar outra base de conexão de melhor qualidade, bem como a substituição do cabo coaxial e conectores, sendo um muito comum mau contacto de massa da bobine pelo facto de o condutor não estar soldado mas sim encaixado na peça metálica da base.


Nota: na bobine com núcleo branco na foto (SIRTEL), faltam umas espiras de fio em baixo não porque seja diferente mas porque estamos a recuperá-la e retirámos esse bocado para encomendar da mesma secção mas banhado a prata, o mesmo pode ser feito na “super santiago 1200”.