Sobre o plano 3-3-3 (prepper)

O programa de comunicações 3-3-3 prepper (preparador) é interessante, contudo, viabiliza denunciar alguns dos sigilos dos membros da sua comunidade prepper, tais como a localização, entre outros que nem convém abordar.

Uma comunidade preparada (prepper) tem alguns cuidados elementares tais como o não exibicionismo, o secretismo do seu plano, incluindo locais de encontro, locais estratégicos de comunicação entre outros. Denunciar ao publico participante em treinos ou exercícios ainda que subconscientemente alguns destes pormenores, pode significar em situação real de caos social comprometer a sua segurança e da sua comunidade preparada, a menos que a comunidade se encontre num local remoto e de difícil acesso.

Se repararmos, a maioria dos Preppers mais seguidos nas redes sociais que dão a cara para contribuir para que outros se preparem, fazem-no em estúdios ou, em locais remotos cuja localização aproximada ou exata não é revelada, pois sabem que disso depende a sua segurança. Se dissermos que estamos a operar a partir de Tomar, numa quinta, qualquer um nas imediações vai tomar atenção a antenas em edifícios em quintas, aumentando a probabilidade de se tornar um alvo de assalto em caso de caos social.

Se revelarmos a nossa localização habitual, mas não o local das nossas reservas logísticas de emergência, estamos a desviar as atenções das reservas e a concentrar as atenções no local que quando “SHTF” vamos abandonar de imediato para nos mantermos seguros, local ou locais esses que somente a nossa comunidade deve saber de que se trata. Sim locais, porque devemos ter alternativas.

Quando falamos de preparação pura e dura, também o plano de comunicações deve ser somente do conhecimento da comunidade e, deve incluir meios com encriptação, de outro modo, tudo o que se preparou e planeou pode estar em risco.  Ainda sobre radiocomunicações, a fiabilidade dos equipamentos selecionados para o efeito, está longe de se compatibilizar com a esmagadora maioria dos equipamentos mais económicos e populares e, raros são os utilizadores que compreendem toda a dimensão dos fatores imprescindíveis, bem como os modos de manutenção e conservação face aos riscos e ao desgaste natural de que todos os equipamentos sofrem. Se por um lado abordar estas questões em público poderia ajudar muitos outros a preparar-se, por outro, isso retiraria a vantagem das comunidades preparadas sobre os demais, sabendo-se que, a maioria dos cidadãos não se interessam por estes assuntos e que, tais revelações prejudicariam eventualmente os que verdadeiramente se preparam.

Alguém que se anuncia publicamente como um prepper e que se conhece onde trabalha, mora, ou tem uma habitação alternativa, está longe de ser um prepper, pois um cidadão efetivamente em preparação não anuncia a sete ventos, até porque, nunca alguém está totalmente preparado, a preparação é uma constante e, implica alguma capacidade económica, preparação mental, física e aquisição continua de skills e, a divulgação através de redes sociais ou meios de radiocomunicação pode comprometer todo o trabalho desenvolvido.

A localização do teu “bunker” e os teus canais de radiocomunicação, não devem ser alvo das atenções alheias.

Não existem planos perfeitos, pois cada situação de pode validar a adequação para esse risco ou a inadequação para esse ou outros riscos não equacionados, contudo, quanto menos os outros souberem sobre a tua comunidade, ou até acreditarem em ações de desinformação, maior a probabilidade de sobrevivência e felicidade.

É somente uma opinião, vale o que vale!

3-3-3 Radio Plan for SHTF Communications