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Erros de Governação na base de falta de profissionais de saúde nos hospitais

A falta de Médicos e Enfermeiros em meio intra-hospitalar é um facto inegável, e muito antes da COVID-19 já várias Associações defendiam a criação de uma carreira de paramédicos como existe em muitos outros países da Europa e do Mundo, de modo a libertar estes profissionais para o que foram formados, o meio intra-hospitalar, reservando assim aos paramédicos aquilo para que são formados no resto do Mundo civilizado, o meio pré-hospitalar. Temos assim na atualidade enfermeiros a assegurar a tripulação de ambulâncias de suporte imediato de vida (SIV) e as viaturas médicas de emergência e reanimação (VMER) do Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM), e a falta destes enfermeiros nos hospitais.
Não deixa de ser irónico que façam agora falta a Portugal os Médicos, Paramédicos (portugueses formados lá fora), Auxiliares de Ação Médica e Enfermeiros que num passado recente foram convidados a emigrar.

A APROSOC- Associação Nacional de Emergência e Proteção Civil, recomenda por exemplo que se complemente a formação dos Técnicos de Emergência Pré-Hospitalar que nunca chegou a avançar na prática, possibilitando que as SIV e as VMER sejam tripuladas por técnicos “paramédicos”, libertando assim enfermeiros que tanta falta fazem no meio intra-hospitalar.

COVID-19 | APROSOC co-responsabiliza decisores políticos

Considera esta Associação a possibilidade de terem sido cometidos por decisores políticos do Estado Português, indiciariamente por negligência ou eventual populismo eleitoralista, crimes contra a humanidade que mui respeitosamente vimos relatar nos termos e pelos factos seguintes:

1º na primeira fase da pandemia COVID-19, os decisores hesitaram na recomendação do uso generalizado das máscaras de proteção respiratória, tendo mesmo desaconselhado essa prática que consta das mais elementares normas de segurança face ao perigo biológico, o que atrasou a adaptação da indústria nacional para as necessárias adaptações para a produção em massa daquele equipamento de proteção individual e que terá contribuído para o aumento do número de infetados e mortes.

2º na segunda fase da pandemia, os decisores políticos, pautando pelo experimentalismo que já antes havia dado maus resultados, facilitaram nas regras de confinamento durante o período do Natal e fim de ano, e tal situação originara a atual terceira vaga.

3º A restrição dos horários dos estabelecimentos comerciais imposta pelos decisores políticos, levou a que a lotação de segurança desses estabelecimentos face à COVID-19 estivesse permanentemente no limite ou mesmo fosse mesmo ultrapassada, submetendo os clientes a longos períodos de espera, e aumentando o risco de contágio que viria a dar os resultados que todos conhecemos.

4º Os sucessivos erros acima enumerados, são factores incomensuravelmente prejudiciais à vida e à economia dos cidadãos e do país, entendendo esta Associação que o experimentalismo daqueles em quem o povo confia a sua segurança coletiva, revelou a incapacidade e incompetências desses decisores políticos que se limitaram a fazer navegação à vista, possibilitou que uma situação de emergência atingisse o nível de CATÁSTROFE, pouco mais de três anos decorridos da catástrofe dos incêndios de 2017 em que também por inércia e inépcia dos decisores políticos (com especial responsabilidade criminal no nível autárquico, e que ainda estão por apurar e corrigir) o país sofrera perdas irreparáveis.

5º As propostas experimentalistas geralmente apresentadas pelas diferentes forças políticas, roçam a infantilidade, e ignoraram por demasiado tempo o manual NRBQ das Forças Armadas, subaproveitando as valências dessas mesmas Forças Armadas para a prevenção e resposta nas primeiras fases no sentido de se evitar chegar à atual situação de CATÁSTROFE que cremos podia ter sido evitada com uma gestão militar das soluções de prevenção e resposta.

6º Portugal, as portuguesas e os portugueses, têm as suas vidas depositadas nas mãos de experimentalistas, muitas dessas e muitos desses já não se encontram entre nós para poder reclamar, pelo que entende esta Associação dar voz e honrar assim aqueles que fruto deste experimentalismo dos decisores políticos, perderam a vida.

7º Valeu aparentemente tudo até aqui nesta pandemia, o aparente favorecimento dos interesses instalados em negócios cujo ajuste direto se justificou com o estado de emergência e onde até o experimentalismo foi argumento para justificar o injustificável. O país está mais pobre, mas fruto deste experimentalismo alegadamente resultante de inépcia, alguns estão mais ricos e os seus negócios vão de vento em popa enquanto a economia do país e da esmagadora maioria dos seus cidadãos afunda para níveis onde talvez só de submarino seja possível encontrar.

A APROSOC – Associação Nacional de Emergência e Proteção Civil, co-responsabiliza os decisores dos mais diversos quadrantes políticos pelo “estado a que isto chegou” o de catástrofe. O Estado sofreu uma incomensurável perda de autoridade, revelando-se incapaz por falta de competências, recursos técnicos e humanos, de exercer as suas funções essenciais.

Artigo de opinião emitido ao abrigo do Art.º 37º da Constituição da República Portuguesa.