Triângulo da Vida ou proteger de baixo da mesa em caso de sismo?

A resposta é simples, mas há aspetos complexos a ter em conta. Podemos encontra-nos em qualquer local de um edifício quando o sismo ocorre, uma escada, uma unidade fabril, um shopping, inúmeros outros locais onde ou não há mesas ou são insuficientes para todos se abrigarem. Por outro lado uma mesa de vidro não é uma proteção e, ainda que seja uma mesa resistente, num chão antigo de madeiramento, terra, ou areia, pode enterrar-se e causar o esmagamento.
Há por isso que ter o bom sendo de compreender que, o exercício a terra treme é só por si insuficiente para a redução das vulnerabilidades face a eventos sísmicos, sendo necessário que se acrescente por um lado mais informação e por outro mais abrangência do exercício a todo o tipo de locais.

Por exemplo, se estiver deitado na cama, ou num sofá quando o sismo ocorre, talvez o mais prudente seja rolar de imediato para o chão e ficar deitado de barriga para baixo, longitudinalmente à cama ou sofá, com as mãos a proteger a cabeça, de modo que caso ocorra a queda de armários ou partes do teto, reduza a possibilidade de ser atingido. Não é prudente sair do quarto e ir para a sala para debaixo de uma mesa porque pelo caminho pode ser atingido, mas se tiver uma secretária robusta no quarto e o chão for resistente, será uma opção a ponderar.

Se se encontrar numa escada, garagem, shopping, procurar encostar-se agachado e com as mãos a cobrir a cabeça junto a pilares pode ser a opção viável para a sua autoproteção e, em qualquer situação se afaste sempre que possível de janelas de vidro, vitrines, vidros suspensos no teto ou mesmo acabamentos de pedra ou outros materiais na vertical, horizontal ou oblíquos que possam soltar-se e atingi-lo.

Gostaríamos que refletisse sobre as demais opções, por exemplo se estiver num estádio, num pavilhão gimnodesportivo ou multiusos, numa sala de cinema, numa igreja, ou simplesmente no wc de um qualquer edifício ou mesmo numa repartição pública. Cada local deve ser alvo de análise constante mas não obsessiva, das possibilidades de autoproteção face a um evento sísmico, tendo sempre em conta que, se próximo do mar existe a provável necessidade de rapidamente assim que o abalo passe, se afastar rapidamente para um local alto e seguro, independentemente de ter ou não havido aviso sonoro de tsunami, porque a maioria do país não está equipada com esses sistemas de aviso e, os cidadãos com deficiência auditiva não os vão ouvir, pelo que seja com estes ou outros cidadãos com necessidades específicas, devemos também ter uma preocupação especial, mas imediata, sem perdas de tempo.

Não existem soluções não projetadas para tal que garantam segurança, mas existem possibilidades que, quanto mais estudadas maior probabilidade têm de proteger.
A fixação de móveis e armários, a colocação dos objetos mais pesados na parte de baixo de móveis e armários, a resistência estrutural antissísmica dos edifícios e a escolha adequada dos acabamentos e sua fixação no edificado, são fatores que contribuem para aumentar a segurança.

A sua proteção civil é você, o resto é um jogo de sorte ou azar.