A CATÁSTROFE DE PEDROGÃO GRANDE 5 ANOS DEPOIS

5 anos após a catástrofe de Pedrogão Grande, a APROSOC observa alguns sinais importantes de melhoria do Sistema Nacional de Proteção Civil, muitas promessas incumpridas e, mais por faze do que aquilo que foi feito e era expectável ter sido feito.
Ao nível da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil e, dos agentes de proteção civil, há alguns indicadores positivos no âmbito da intervenção, contudo, no âmbito do envolvimento das populações, sua equipagem e treino, o pouco que existe é tão pouco que não tem expressão e, são meras amostras que caracterizam a ausência de responsabilidade da administração central do Estado nos seus diferentes níveis político territoriais em Portugal Continental.

Criaram-se, e bem, diplomas de incentivo à ação autárquica, contudo, a ausência de um regime sancionatório do incumprimento por um lado e, não menos importante, pelo contrário, um adequado pacote de financiamento, impossibilitaram a implementação das recomendações constantes do Decreto Lei 44/2019, que ficou esquecido na gaveta da maioria das autarquias.

Há inegavelmente desenvolvimentos, contudo, a lentidão por um lado e, a falta de estratégia central e local por outro, retiram-nos a esperança de que a memória das vítimas venha a ser honrada pelos atos conducentes a que tal tragédia se repita no futuro, tornando-o uma inevitabilidade. Não cremos que um monumento honre a memória das vítimas ou recompense os sobreviventes, mas sabemos que seguramente dará aos governantes a oportunidade para o protagonismo mediático de mais uma inauguração.