Obesidade e sobrevivencialismo

Certamente todos compreendem que um corpo obeso tem maiores necessidade em termos alimentares do que um corpo mais magro e, que em caso de sobrevivência tudo se complica para quem tem excesso de peso, pois terá mais dificuldade em satisfazer as suas necessidades nutricionais. Pois bem, este pode ser um dos bons argumentos para perder alguns quilos, até porque quem tem uns quilinhos a mais para os manter terá à partida um maior dispêndio na aquisição de bens alimentares. Talvez por isso os mais reconhecidos sobrevivencialistas a nível mundial manifestam tanta preocupação com a manutenção da boa forma física.

Claro que cada caso é um caso e que cada pessoa terá as suas particularidades, contudo, serão as alegadas reservas em tecido adiposo uma vantagem? Terão as pessoas obesas algumas vantagens?

Se imaginarmos um cenário hipotético de caos social em que umas famílias têm de sobreviver sem acesso a mais alimentos ou com racionamento, e se um dos membros do agregado familiar é obeso, ele poderá ser visto como um problema, já que tenderá a ingerir mais alimentos para satisfazer as suas necessidades nutricionais, mas, se toda a família for obesa, estaremos perante uma redução da autonomia alimentar da família. Por outro lado, em caso de necessidade de evacuação as dificuldades serão maiores a pé, mas se for em veículo motorizado quanto maior o peso maior e esforço do motor para a sua locomoção e consequente consumo de energia elétrica ou combustíveis fósseis.

Talvez valha a pena pensar nisto!

João Paulo Saraiva
Presidente da Direção