Arquivo mensal: Fevereiro 2022

Autoproteção 2.0, o “sobrevivencialismo”

É sabido que nenhum sistema de proteção civil tem capacidades ilimitadas e, que nenhum sistema governamental garante a total segurança dos cidadãos face a fenómenos extremos de exceção que ultrapassem a capacidade de resposta atempada dos serviços de emergência. Dizer aos cidadãos que podem depositar toda a sua confiança nos serviços governamentais no que à proteção civil é atinente, em especial face a fenómenos catastróficos cuja dimensão o país e o mundo ainda não conhecem, tais como por exemplo a colisão de objeto sideral com o planeta terra, é no mínimo desonesto.

Já no que concerne à resposta a fenómenos extremos adversos conhecidos são muitos os casos conhecidos de incapacidade de resposta atempada por parte dos serviços de emergência e proteção civil, facilmente se compreendendo que os cidadãos de Portugal e do mundo necessitam passar a uma fase 2.0 da preparação para fenómenos catastróficos geradores de caos social, extinção em massa, ou outros.

Até então, nenhuma organização nacional ousou fazer uma associação sequencial do sobrevivencialismo à proteção civil, de modo conducente à preparação dos cidadãos para a autoproteção quando vai poder contar com os serviços de emergência e proteção civil, mas também para quando a capacidade de resposta desses serviços colapsa, o que como sabemos já acontece frequentemente.

A APROSOC – Associação de Proteção Civil, comprometida com a sensibilização dos cidadãos para a sua autoproteção, assume assim mais uma ação inovadora e geradora de sensibilização que vai muito para além do “em caso de emergência ligue 112” porque, sabemos que face ao caos social não existirão recursos de emergência para responder a todas as situações, provavelmente o 112 não funcionará, provavelmente de bombeiro, socorrista, médico, polícia e resgatador, todos os cidadãos terão de ter um pouco, importando por isso conferir a todos as “skills” indispensáveis à sua sobrevivência, tornando-os mais resistentes e resilientes, mas também menos dependentes de serviços que face a tais cenários nada garantem.

 

O que faz a APROSOC nos incêndios rurais em que intervém?

A capacidades desta pequena modesta Associação são como de qualquer outra organização finitas, contudo, a vontade de fazer parte da solução é maior do que a capacidade que gostaríamos de ter.

Ao longo dos anos em que intervimos nos incêndios rurais, a nossa ação passou por:

  • Apoio direto às populações, por exemplo ajudando as pessoas a apagar pequenos focos de incêndio junto das suas habitações e outras estruturas rurais;
  • Apoio à evacuação de pessoas em perigo, nomeadamente pessoas com mobilidade reduzida;
  • Apoio ao fornecimento e distribuição de alimentos às forças no terreno e outras pessoas a necessitar de acesso a esses e outros bens essenciais;
  • Apoio às radiocomunicações de emergência, fazendo a ponte entre os cidadãos e os serviços de emergência em locais em que não existem telecomunicações de acesso público, ou mesmo na ligação dos cidadãos afetados com outros seus familiares, nomeadamente para transmissão de informações  no sentido da tranquilização ou possibilitar a entreajuda;
  • Difusão de informações úteis à autoproteção das populações em risco;
  • Apoio à organização das populações para a proteção das pessoas, animais e bens;
  • Apoio aos agentes de proteção civil, por exemplo na movimentação de equipamentos de combate a incêndios;

Estas são algumas das ações desenvolvidas e, acabamos de celebrar uma parceria com entidade que pretende anonimato, que nos confere um aumento da capacidade de resposta já em 2022 que, desejamos não venha a ser necessária.

Somos gratos por toda a ajuda dos nossos mecenas, apoiantes, associados e voluntários.

Frequência rádio APROSOC para sobrevivencialismo

A APROSOC dispõe uma frequência rádio nacional com código de proteção dedicada ao sobrevivencialismo, devidamente licenciada pela ANACOM e que possibilita ao sobrevivencialista membro da APROSOC o contacto com familiares fora das frequências mais comummente usadas (CB e PMR446), que possibilita ainda o teste de rádios portáteis de 5W dedicados somente a situações de desastre.

É contudo sabido que no âmbito do sobrevivencialismo a confidencialidade é importante, sendo por isso recomendável o uso da menor potência possível para evitar chegar mais longe do que o estritamente necessário, bem como existe a possibilidade de recurso a equipamentos com secrafonia para dificultar a intercetação da comunicação por outros utilizadores de meios de radiocomunicações.

 

 

 

Informação à comunidade CB (citizens band)

Um grupo de radioperadores CB da APROSOC não reconhece legitimidade na ocupação de quaisquer canais por radiobalizas, utilizando estes radioperadores todos os canais independentemente de ali existirem ou não radiobalizas analógicas ou digitais, sempre que no momento de acesso a um determinado canal esse não se encontre ocupado.

Verificando-se a ocupação abusiva do canal 3, um grupo de radioperadores da APROSOC intensificou a sua atividade naquele canal, o que pode gerar constrangimentos à informação ali veiculada digitalmente de meia em meia hora.

APROSOC agradece a participação…

A APROSOC – Associação de Proteção Civil, realizou ontem (domingo dia 13) mais uma atividade de radiocomunicações cidadãs, com uma vertente de treino emergêncista na reta final já por volta das doze horas.

Participaram nesta atividade as seguintes estações de rádio CB27 e/ou PMR446 a quem agradecemos a participação e convidamos desde já para a mesma atividade no próximo domingo:

  • Astra (Corroios)
  • Braga (Abrunheira)
  • Caramão (Ajuda)
  • Duke (Amadora)
  • Gavião (Seixal)
  • General (Paio Pires)
  • Grão-de-Bico (Palmela)
  • Oscar Alfa
  • Morcego (Massamá)
  • Pantera (Rio de Mouro)
  • Serra (Monsanto)
  • Sete (Queluz)
  • Zeus (Amadora)

O sobrevivencialismo como forma de autoproteção em contexto de proteção civil

O sobrevivencialismo é estar preparado tanto quanto possível “para sobreviver tudo”, desde uma emergência, passando por um acidente grave, catástrofe ou o caos, mesmo sabendo-se que efetivamente nunca se estará preparado para tudo. Sobreviver em ambientes inóspitos e em total privação de acesso a bens essenciais à vida, mas que podem ser armazenados ou produzidos através das habilidades próprias,  para possibilitar ganhar alguma autonomia. Em todo o mundo de forma tendencialmente discreta os sobrevivencialistas preparam-se para o pior desfrutando dos tempos que possibilitam viver o melhor na paz e na segurança quotidiana.

Na APROSOC como em quaisquer outras organizações ou fora delas, existem alguns sobrevivencialistas que procuram incessantemente quase que em jeito de passatempo adquirir competências e equipamentos para a autoproteção, sua e dos seus.

No seio da APROSOC um núcleo muito restrito acompanha continuamente o que de melhor se conhece pelo mundo no âmbito do sobrevivencialismo, partilhando-se com todos os membros da APROSOC de forma estudada e pedagogicamente programada, aquilo que é tido por adequado à educação coletiva para sobreviver face a emergências ou situações de exceção.

Fora do âmbito Associativo geral, os sobrevivencialistas que integram a APROSOC estão em permanente contacto mesmo que falhem as telecomunicações e sabem por que vias alternativas e em que canais ou frequências conseguem estabelecer contacto, desenhando-se espontaneamente um plano de ação de interajuda que somente quem está integrado conhece.

Não há propriamente secretismo, mas sim a indispensável indiscrição para aumentar a probabilidade de sobrevivência mesmo no caos (Estado sem aplicabilidade das Leis), embora sempre mantendo a escrupulosa preocupação de manter toda a atividade e equipamentos possuídos totalmente dentro dos limites legais, por exemplo, existe que seja detentor de equipamentos de radiocomunicações que só estará legitimado para usar quando esteja instalado o caos, mas que não são usados quotidianamente exceto com carga fictícia para treino e formação em espaço confinado. Estes equipamentos estão fechados em caixa de proteção garantindo-se que não é sequer presumido o seu uso fora do contexto de “desastre”.

Neste grupo informal não são permitidas armas ilegais nem o tema armas é abordado embora a defesa pessoal faça parte das preocupações de cada cidadão, somos uma organização pacífica e respeitadora das Leis do Estado democrático e não nos permitimos a qualquer violação das mesmas, sendo que por esse motivo o próprio uso de objetos cortantes para sobrevivência são inteiramente respeitadas as disposições da Lei n.º 5/2006 de 23 de Fevereiro.

É sabido que existem situações de exceção em que os cidadãos não vão ser auxiliados atempadamente pelos serviços governamentais também eles compostos por cidadãos que legitimamente em primeiro lugar vão proteger-se a si e aos seus, sendo por isso importante que cada cidadão, cada chefe de família (M/F), esteja preparado para se proteger a si e aos seus, ou mesmo se articule em comunidade para a autoproteção, por exemplo tendo planos que são regularmente discutidos em grupo e desenvolvidos, por exemplo no que respeita ao que ter para socorrer os feridos ou doentes, quem verifica e garante a validade dos medicamentos, quem e como se procede à evacuação de um doente ou ferido e para onde, se existem profissionais de saúde mais diferenciados no grupo ou se têm forma de contactar com um mesmo que as telecomunicações colapsem.

Logística de bens essenciais, energia, saúde, radiocomunicações alternativas e autónomas, adequação de vestuário, improviso de saneamento básico e higiene pessoal são alguns dos muitos temas estudados pelos sobrevivencialistas mas, o mais importante numa comunidade sobrevivencialista é a confiança, seguindo-se as competências, aptidões e as capacidades.  

Ninguém se inscreve como sobrevivencialista na APROSOC, não existe um grupo de sobrevivencialistas na APROSOC, existe sim um conjunto de pessoas que integram a APROSOC que se preocupam com sobrevivencialismo e partilham ideias e planos entre si, estabelecendo grupos informais que efetivamente funcionam localmente, sim localmente porque, por exemplo se as pontes sobre o tejo ruírem ou se as estradas estiverem intransitáveis, ou mesmo se não houver acesso a veículos, todo o plano de ajuda de uma margem para a outra do Tejo pode ser anulado, motivo pelo qual a organização destes grupos espontâneos e informais é local, no limite da distância percorrível a pé com a sua BOB (bag out bag) às costas, dependendo essa distância da preparação física, psicológica e estado dos trajetos.

Esta é uma abordagem superficialista do assunto, mas que desejamos inspire muitos outros cidadãos e famílias a preparar-se para o pior, vivendo o que de melhor a vida em segurança tem para oferecer.  

Imune a ciberataques e isento de taxas e licenças

Imune a ciberataques, possibilita estar em contacto com outros utilizadores desde algumas dezenas de metros a esporadicamente centenas ou milhares de quilómetros, não sujeito ao pagamento de taxas, licenças ou faturas de telemóvel. Tem um canal de chamada e um canal de emergências, e mesmo que todas as redes de telemóvel e internet estejam inoperativas, continua a funcionar enquanto tiver alimentação de 12 Volts e uma antena sintonizada e ligada, possibilitando a comunicação local. A velocidade de tráfego depende do número de palavras que cada operador seja capaz de transmitir por minuto. Chama-se rádio CB (citizens band) e foi a segunda mais importante rede social nos anos 70 a 90 em todo o mundo e continua ativa para quem tem o privilégio de a usar.



Ciberataque à Vodafone força Portugal a testar redundâncias, mas nem tudo correu bem

O ciberataque de qua a Vodafone foi salvo forçou a administração central do Estado a procurar ativar redundâncias, nomeadamente estações móveis SIRESP, mas nem tudo correu bem, o que possibilitou também identificar constrangimentos a corrigir, contudo, ficou demonstrada a vulnerabilidade das telecomunicações de acesso público em especial as que dependem da tecnologia digital, ou seja, todas.

Tratou-se de um ataque à medida e com objetivos específicos que nos levam a questionar-nos sobre as consequências que teram tido na área da emergência, da saúde e da segurança pública, mas que nos instam a questionar o que acontecerá no dia em que o ataque ou qualquer outro fenómeno inoperacionalizarem todos os operadores de telecomunicações e, não seja sequer efetuar pagamentos, levantar dinheiro num terminal multibanco, ou pedir uma ambulância para uma emergência médica, pedir meios de socorro para um incêndio ou operação de salvamento, ou mesmo chamar a polícia face a um assalto ou agressão.

Portugal tem vindo a entregar a privados todos os serviços que garantiam a independência e a soberania do Estado, pelo que em resumo concluímos que um país que entrega a privados os serviços essenciais da nação é um país de calças na mão.  

Redes rádio digitais em emergência

A APROSOC testou ao longo de mais de duas décadas redes nos sistemas “DMR, TETRA, NXD e IDAS”, tendo concluído que com ou sem infraestruturas não têm aplicabilidade proficiente para comunicações de emergência em movimento, motivo pelo qual esta Associação apesar de possuir equipamentos digitais, os tem a funcionar em modo analógico.

De um modo geral todos os fabricantes anunciam maior sensibilidade de recepção em modo digital comparativamente com o modo analógico, o que não referem é a incacidade de restabelecimento imediato do sincronismo após corte.

Existem vários mitos urbanos em torno dos modos digitais, o que que supera o modo analógico em movimento é um desses mitos que não passa disso mesmo, um mito em que muitos creem, em especial os que nunca tiveram de usar esses meios em teatros de operações.

Nada há, contudo, a apontar aos modos digitais para ligação ponto a ponto fixo, exceto talvez a falta de fiabilidade do áudio.

Quanto ao facto de uma outra Associação ter adquirido recentemente uma rede DMR (digital mobile radio), a rede já existia e era detida por um membro dessa Associação tendo por várias vezes sido testada pela APROSOC, constatando-se sempre falhas graves de sincronismo na rede. Compreendemos que quem nunca experienciou a exigência de um teatro real de operações creia em redes digitais e outros milagres do mundo virtual, contudo, a realidade desaconselha até mesmo sistemas baseados em infraestruturas, por mais autonomia de baterias que tenham, já que o que não está na mão do homem no momento o homem não controla a todo o tempo.  

A emergência não se coaduna com a incerteza de quando se está a pressionar o botão de emissão e a luz de emissão acende, não se saber se efetivamente a emissão está a sair no retransmissor ou se, ficou inibida pelo circuito inibidor de transmissão com canal ocupado, como ocorre por exemplo numa rede de uma Associação de Proteção Civil detentora de vários retransmissores DMR na região de Lisboa.