Arquivo mensal: Fevereiro 2022

Carta aberta à Ex.ma Sr. Presidente da Câmara Municipal da Amadora 

Ex.ma Sr. Presidente da Câmara Municipal da Amadora 

A morte do pequeno Rayan em Marrocos a todos nos deve convocar para evitar semelhantes situações em qualquer parte do mundo. Na serra da Carnaxide, numa área que cremos estar dentro do concelho da Amadora, loteada para construção embora com obras paradas há muitos anos, o furto das tampas de esgoto deixou a céu aberto mais de uma dezena de poços de esgoto, numa área muito frequentada por cidadãos de todas as faixas etárias que a procuram para a prática de desporto ao ar livre, podendo por distração qualquer um daqueles poços mais cedo ou mais tarde ser causador de um acidente eventualmente trágico. Apela-se assim à ação preventiva dessa autarquia para, caso de facto o referido território esteja efetivamente no concelho da Amadora, promova a anulação daqueles perigos, a bem da segurança coletiva de todos os que frequentam aquele espaço.  

Gratos pela atenção dispensada, 

“Cidadãos preparados para as emergências de proteção civil”

Com os melhores cumprimentos,

João Paulo Saraiva 
Presidente da Direção

Canal 9 na Banda do Cidadão e as falsas redes de comunicações de emergência

Outrora um canal monitorizado por inúmeras entidades de resposta à emergência, é na atualidade nos termos legais: “Canal de socorro, urgência e segurança – a frequência 27,065 MHz (canal 9) deve ser utilizada somente para o estabelecimento de comunicações de socorro, urgência e segurança.”, sendo o único canal de radiocomunicações de uso livre destinado a tal fim e que, possibilita legalmente o contacto entre serviços de proteção civil detentores de equipamentos CB em viaturas de comunicações e nas suas centrais de comunicações.

Ainda que não exista resposta por parte dos serviços de proteção civil, o canal 9 é uma referência para todos os utilizadores de rádios da banda do cidadão como ponto de encontro em caso de emergência, com especial importante para as comunicações locais de emergência, seja entre comuns cidadãos, seja na ligação com os voluntários das unidades locais de proteção civil ou das organizações de voluntariado de proteção civil.

A banda do cidadão será considerada na revisão em curso do Plano Nacional de Emergência de Proteção Civil, não como forma de contacto entre os cidadãos e os serviços de emergência, mas pela importância que tem na possibilidade de comunicação entre os cidadãos a necessitar de auxilio e as organizações de voluntariado de proteção civil legalmente reconhecidas para apoio às radiocomunicações de emergência, essas sim com funções delegadas de assegurar a ponte entre esses cidadãos e os serviços de emergência, sem prejuízo de diferentes planeamentos de âmbito municipal, local ou especial.

Não existe nenhum “plano 3-3-3” em qualquer diploma legal para fins de emergência, não existe o reconhecimento por parte de qualquer organismo público sobre a organização “macanudos.org”, nem existem quaisquer competências instaladas naquela pseudo organização que credibilizem o plano 3-3-3 como uma rede de comunicações de emergência onde se promove a “radioparolice” em detrimento dos procedimentos radiotelefónicos. Cada um crê no que entende, houve até quem defendesse que a Terra era plana, contudo toda a ignorância que sustenta o plano 3-3-3 é só por si grave devido ao facto de que pode ser lesiva de vítimas em perigo, fazendo-as crer numa “realidade” virtual.   É atenta a estes factos que a APROSOC continua a convidar os seus Associados que sejam adeptos da organização “macanudos.org” a apresentar a sua demissão nesta Associação, já que não é possível por um lado ser membro de uma organização de proteção civil e, por outro, ser simpatizante de uma organização que promove falsas redes de comunicações de emergência sem validação do conceito por qualquer especialista, técnico ou entidade credível. Será até mais fácil obter resposta no canal 34 LSB a um pedido de ajuda a qualquer hora, do que nos períodos indicados pelo plano 3-3-3, sendo que a ausência de procedimentos radiotelefónicos tanto se constata no canal 3 quanto no 34.

 

Desfazer os mitos urbanos sobre a Antena CB Santiago 1200

Há quem por convicção diga que a “Santiago 1200” original é melhor que a “Super Santiago 1200”, o que essas pessoas não sabem é que são ambas exatamente a mesma antena na primeira fase de produção, feitas na mesma linha de fabrico.

Quando a empresa Sirtel deixou de encomendar a Santiago 1200 ao verdadeiro fabricante, este decidiu manter a produção a pedido de uma outra empresa a Jetfon que lhe chamou de chamou “Super Santiago 1200”, mudando-lhe apenas a forma do cone plástico que cobre a bobine e outros insignificantes pormenores estéticos.

Tanto no que tem de melhor quanto no que tem de pior, ambas as antenas “são a mesma”, ou seja, ambas partem a ponteira original, ambas são campeãs de alcance, ambas sofrem infiltrações de líquido na bobine, ambas têm a mesma má qualidade de cabo coaxial, ambas oxidam da mesma forma porque os materiais são os mesmos, originários de Taiwan.

A popularidade da Santiago 1200 veio a originar que algumas pessoas se dedicassem à produção de acessórios para a sua manutenção tal como a ponteira em latão ou em aço inox, ou mesmo a bobinagem em fio banhado a prata que melhora a SWR e, por conseguinte, reduz as perdas em 11,1%.

Inicialmente a Jetfon não colocou de imediato a sua marca no blister da antena, pois existiam receios de eventuais batalhas legais, contudo, tais batalhas não viriam a ocorrer devido à extinção da marca original e a empresa acabou por assumir publicamente a sua marca no produto em causa produzido em Taiwan, fabrica de onde saem ouras prestigiadas antenas como outra ainda melhor que a Santiago 1200, a Texas 1800 Power da President (já descontinuada), tal como a Colorado 1800 Power da President, e tantas outras antenas que conhecemos com marcas europeias ou até americanas  mas que são na sua génese tão asiáticas quanto os rádios CB que utilizamos.

Estamos, contudo, a falar de uma boa antena que modificada pode ser excelente e, para quem adquire uma nova seria recomendado para que ela dure mais, abrir a bobine e dar-lhe uma camada de verniz próprio para antenas para evitar que a água oxide o cobre e até o latão da base, bem como a aplicação de silicone para evitar a entrada de água por cima do cone.

Estamos a falar de uma antena com um custo de produção a rondar os menos de 8€, mas que chega ao mercado nacional inflacionada pelo transporte, pelos impostos, e pelo legítimo lucro de quem importa e tem de dar garantia.

Como é sabido em CB quanto maior a antena melhor e, para garantir melhor alcance e possibilitar comunicações a maior distância especialmente em situações de emergência ou de simples avaria do veículo onde não há rede de telemóvel é bom contar com uma antena de CB com o desempenho que a Super Santiago 1200 ou outras antenas com mais de 1,90m possibilitam.

Note-se que existiu uma diferença de qualidade entre ambas, quando a original ainda tinha núcleo da bobine em cerâmica, contudo na reta final da produção já não existia essa diferença mas, existe uma outra diferença nas Santiago 1200 mais recentes, a base da bobine já não é em latão torneado, agora sim temos uma degradação da qualidade original, que não se observa nas antenas da President, talvez também por isso mais caras.

Na atualidade um dos problemas da Super Santiago 1200 é o L SO-239 que apresenta vários problemas, sendo recomendável usar outra base de conexão de melhor qualidade, bem como a substituição do cabo coaxial e conectores, sendo um muito comum mau contacto de massa da bobine pelo facto de o condutor não estar soldado mas sim encaixado na peça metálica da base.


Nota: na bobine com núcleo branco na foto (SIRTEL), faltam umas espiras de fio em baixo não porque seja diferente mas porque estamos a recuperá-la e retirámos esse bocado para encomendar da mesma secção mas banhado a prata, o mesmo pode ser feito na “super santiago 1200”.

APROSOC ajuda a combater a ocupação errática do espectro radioelétrico

Nesta semana um elemento da APROSOC detetou num grande estabelecimento comercial de produtos asiáticos em Cascais, o uso indevido de radiotelefones de UHF a funcionar em frequência sujeita a licença, mas não licenciados para o efeito e a provocar interferências em utilizadores devidamente licenciados. Procedeu assim o membro da APROSOC à abordagem pedagógica do operador económico que após informado da infração e transtornos causados pelo uso da frequência em causa e da ilegalidade do uso dos equipamentos em causa, procedeu à suspensão do uso dos mesmos.

Compreendendo-se a necessidade do operador económico dispor de meios de radiocomunicações para continuar a responder à necessidade de radiocomunicação no espaço comercial que explora, foi recomendado que passasse a usar equipamentos da norma PMR446, ao que prontamente o operador económico aderiu e agradeceu o aconselhamento.

Não competindo à APROSOC a fiscalização radioelétrica, a todos os cidadãos e organização compete no âmbitos dos deveres de cidadania, contribuir para uma sociedade mais harmoniosa com as regras de boa coabitação do espaço radioelétrico, não se eximindo esta Associação desse dever cívico.