Artigo de opinião de João Paulo Saraiva (CT1EBZ)
Em minha opinião, o abandono das frequências de chamada tem como responsáveis aqueles que as usam para QSOs infindáveis, desrespeitando assim a tranquilidade daqueles que se disponibilizam a estar presentes nessas frequências somente para receber pedidos de socorro (mayday, mayday, mayday), ou mesmo responder a uma chamada quando solicitado ou lhe seja solicitada alguma colaboração.
É desagradável ter de se estar sempre a repetir que a frequência é de chamada aos mais esquecidos e, isto determina que muitas chamadas ficam sem resposta por abandono das frequências destinadas e esse fim pelo plano da IARU a que os radioamadores devem obediência no âmbito das boas práticas de coabitação no espectro radioelétrico.
Os QSOs nas frequências de chamada, são não só desagradáveis como uma forma de desrespeito por aqueles que ali estão somente para responder a chamadas ou pedidos de ajuda / socorro, por esse motivo, embora muitos serviços municipais de proteção civil tenham equipamentos de radioamador instalado, foram desligados devido à perturbação que causavam aos operadores de serviço e, mesmo durante a ocorrência de acidentes graves ou catástrofes mantém-se desligados para não perturbar o raciocínio daqueles profissionais com as típicas conversas “radioamadorísticas”.
Como se tal não bastasse, fazem-se mesmo concursos nas frequências de chamada, ao invés de se treinar a chamada breve e passagem sequente a outra frequência disponível, apenas por preguiça.
Não menos grave é o efeito de contágio, a que nem eu estou imune, pois por vezes por distração acabamos por nos deixar arrastar e perder bem mais do que os cerca de 30 segundos que deveria durar uma chamada e sequente QSY.
Algumas das frequências de chamada que mais frequentemente são importunadas com QSOs…
145.500 MHz
433.500 MHz
51.510 MHz
29.600 MHz