Artigo de opinião
Autor: João Saraiva
Muitas pessoas ficam circunstancialmente desiludidas com as radiocomunicações porque alimentam expectativas baseadas nos melhores resultados alcançados e, por vezes divulgados nas redes sociais, contudo, as radiocomunicações cidadãs são especialmente uteis a nível local, por exemplo em caso de emergência para coordenação da ação voluntaria espontânea e informal.
Frequentemente alguns utilizadores referem não conseguir comunicar via rádio com ninguém em PMR446 (personal mobile radio 446 MHz) ou mesmo na Banda do Cidadão (CB – citizens band 27 MHz) em determinadas zonas do país, sendo na realidade esta expectativa excessiva, pois se observarmos a génese da legislação quer do Serviço Rádio Pessoal CB, quer do Serviço PMR 446, ambos se destinam a comunicação de curto alcance, embora por vezes alcancem distâncias surpreendentes quando as condições de propagação das ondas rádio nessas frequências e/ou a localização é favorável.
A melhor forma de ter radiocomunicações locais é lançar o repto a vizinhos, amigos e familiares para se dotarem desses meios de radiocomunicação tão agradáveis para fins lúdicos e tão úteis em caso de emergência ao nível do bairro, da aldeia, ou mesmo entre bairros ou aldeias próximas.
Em bom rigor não deve esperar mais do que 500 a 3000 metros de alcance entre rádios PMR446 no exterior, ou entre 100 a 4000metros com rádios CB, podendo neste último caso o alcance ser substancialmente superior quando se usam antenas maiores instaladas em viaturas ou mesmo instaladas em edifícios, alcançando por vezes dezenas, centenas ou até milhares de quilómetros quando todos os fatores estão favoravelmente conjugados.