SISMO – REAÇÃO À AFIRMAÇÃO DO PRESIDENTE DA CÂMARA DE LISBOA SOBRE A CIDADE ESTAR “EXTREMAMENTE PREPARADA” PARA EVENTOS SÍSMICOS

Ex.mos(as) Senhores(as)
Antes de mais importa referir que se trata de uma afirmação desprovida de qualquer verdade e que contraria aquilo que a comunidade científica vem alertando há vários anos.
Ontem mesmo a câmara municipal de Lisboa levou a efeito no seu edifício nº 25 ao Campo Grande, a sessão do ciclo de capacitação do programa RESIST de 2022 que havia sido adiada em dezembro devido às cheias e, uma vez mais técnicos, cientistas e população identificaram precisamente o oposto daquilo que o Sr. Presidente da Autarquia agora afirma. De facto é notório um esforço de preparação por parte da autarquia de Lisboa, contudo, dai a poder dizer-se que face ao estado da arte e ao nível das cidades mais desenvolvidas da Europa, dizer-se que “a cidade está extremamente preparada para” é no mínimo muito rebuscado. Vejamos o seguinte:
A capacidade de resposta de algumas unidades locais de proteção civil é face a um sísmico totalmente inócua.A adequação dos veículos de socorro em caso de sísmo é etérea já que a esmagadora maioria da frota do Regimento Sapadores Bombeiros, corporações de Bombeiros Voluntários, INEM e demais entidades que no município concorrem para as atividades de proteção civil não dispõe de tração adequada e, as que possuem serão manifestamente insuficientes. O quartel da Avenida D. Carlos 1º ficará muito provavelmente inoperacional, e os seus meios inoperacionais, o mesmo podendo acontecer com outros quartéis que podem ruir ou, ainda que tal não aconteça, estão em zonas em que outros edifícios podem muito provavelmente colapsar impossibilitando os acessos rodoviários. Lisboa é do ponto de vista rodoviário face a um sismo muito provavelmente uma ilha, já que todos os acessos de rodoviários de comunicação com a cidade passam por pontes, viadutos, e túneis em alguns casos cuja construção não teve em conta o #risco #sísmico, aliás precisamente por isso por exemplo a ponte Eng.º Duarte Pacheco está e bem a ser intervencionada para lhe conferir um reforço sísmico. A população de Lisboa, é largamente superior aos registos da autarquia, ninguém sabe ao certo quantos cidadãos existem na cidade quanto mais por habitação. As pessoas não estão minimamente preparadas para fazer parte da solução, pelo que serão parte do problema e, a multiculturalidade que tão importante é para a cidade torna-se em caso de sismo um problema maior para a cidade. A autarquia não investiu nas Unidades Locais de Proteção Civil nas freguesias, não sensibilizou os cidadãos nos bairros, não possibilitou a preparação das pessoas para a sua autoproteção e para a entreajuda. Não de forma suficiente para poder afirmar que a cidade está preparada para um sismo ou para um tsunami. Foi realizado de facto algum trabalho de qualidade, contudo inexpressivo face à população existente em Lisboa num qualquer dia ou noite e, deseje-se que nenhum sismo e TSUNAMI ocorra durante as Jornadas Portuguesas da Juventude para que não venhamos a descobrir o erro crasso da sua localização, bem como as inocuidades do dispositivo planeado.
Muito mais pode ser dito sobre este assunto, contudo, não podemos estar de acordo com a afirmação proferida pelo #Presidente da #Câmara Municipal de #Lisboa. Nem num jogo #virtual se pode concluir que a cidade está preparada, quanto mais num simulador! Nenhuma cidade está suficientemente preparada para um sismo, quanto mais “extremamente preparada”!

A afirmação em causa é por isso em nosso entender falsa e ilusória, podendo criar uma falsa sensação de segurança onde ela não existe, sendo eventualmente por isso passível de enquadramento criminal.

Em caso de #tsunami durante as #JMJ como e para onde se evacua 1,5 Milhões de jovens? Não seria isto uma enorme perda para a humanidade?