Cidades inteiras na Ucrânia sem telecomunicações, e por cá, estamos a preparar-nos?

Ainda ontem uma senhora ucraniana dizia a uma jornalista que gostava de avisar a mãe já idosa que estava bem, mas que não há telecomunicações, várias infraestruturas da rede de telecomunicações em várias cidades ucranianas foram destruídas pelos mísseis russos.

Desde 2015 que a APROSOC desenvolve a capacitação dos cidadãos para a operação de equipamentos rádio sejam eles da Banda do Cidadão, sejam PMR446, seja mesmo para a operação de equipamentos que exigem um certificado de amador nacional, sendo que esta missão da APROSOC foi herdada das organizações que a antecederam e vieram culminar no que hoje é a APROSOC, trabalho esse que remonta a meados doa anos 90.

Fruto deste trabalho desenvolvido são hoje muitas as centenas de Radioperadores e Radioamadores que estão presentes nas radiocomunicações em Portugal, muitos deles pela primeira vez, mas outros regressados através da atenção despertada pela APROSOC para o novo movimento nas radiocomunicações, em espacial as de uso isento de licenças e taxas.

Fruto desta ação da APROSOC muitos mais grupos informais e algumas Associações surgiram para além dos que já existiam, ou mesmo voltaram ao ativo, é um facto, mas há algo que ainda continua a ser único na APROSOC, a partilha de competências e capacidades para as radiocomunicações cidadãs como alternativa na falha das telecomunicações de acesso público.

Organizações que hoje se assumem como rivais da APROSOC (não sabendo que a APROSOC não tem rivais, mas sim descendentes), afirmam ser a salvação da pátria na alternativa às radiocomunicações, mas, apenas uma dessas o faz proficuamente e somente desde 2022 é uma Associação legalmente constituída.

A Guerra na Europa é a gota de água que faltava para que o povo português entenda de uma vez por todas que nenhum Estado está preparado ou tem a capacidade de responder adequadamente e atempadamente às necessidades dos seus cidadãos face a cenários de exceção, também no que respeita ao foco principal desta Associação, as “radiocomunicações de apoio à emergência” essa incapacidade existe, por este motivo desde 2017 intensificámos os exercícios de radiocomunicações em CB 27 e PMR 446, para possibilitar a todos treinar a radiocomunicação cidadãs, conhecer melhor o funcionamento e caraterísticas dos seus equipamentos, bem como progressivamente aperfeiçoarem a sua forma de comunicar via rádio na base dos procedimentos radiotelefónicos mundialmente reconhecidos em detrimento de formas de comunicação suscetíveis de dificultar a comunicação ou mesmo gerar formas erradas de comunicar por efeito de contágio.

Muitos dos que connosco começaram não sabiam como funcionava um transcetor e, nós ensinámos-lhes, não sabiam operar ao rádio e, nós ensinámos-lhes, não sabiam instalar os seus equipamentos, e nós ensinamos-lhes, não sabiam construir ou ajustar a sua antena, e nós ensinamos-lhes. Muitos não tinham condições de adquirir o seu rádio e nós facilitámos-lhes o acesso ao seu primeiro rádio e, muitos vieram a tornar-se Radioamadores, um dos quais logo aos seus 14 anos de idade.

É no cumprimento deste desígnio que procuramos estar na sociedade, contudo, sendo esta Associação uma organização com personalidade jurídica, tem o dever de cumprir as Leis, observar os seus regimes de exceção para emergência, mas, não pode promover a ilegalidade e falta de ética quotidiana ao invés do que outras organizações ainda que não intencionalmente e passivamente fazem.

A APROSOC entra agora numa nova fase, a da união e harmonia que sempre desejou, aumentando a oportunidade de mais cidadãos se prepararem no âmbito das radiocomunicações alternativas para cenários de emergência ou de exceção, procurando compreender diferentes pontos de vista sem nunca perder de vista o seu foco principal, a capacitação das populações para a resiliência de telecomunicação.

Nos últimos meses temos sido incapazes de responder atempadamente a toda a procura de aconselhamento e integração nas radiocomunicações cidadãs, pois somos uma organização de voluntários, cada um com as suas vidas próprias e disponibilidades variáveis, contudo, mantemos o empenho em corresponder na medida do possível e o mais que nos seja possível, por este motivo apelamos a que as questões que nos pretendam colocar o sejam feitas através do grupo WhatsApp: https://chat.whatsapp.com/H5jZWvXxInBKiX9U8YXKBT

Não temos títulos notórios de desespero para atrair mais aderentes, porque desde a nossa génese é esta a nossa missão, não estamos ansiosos para publicar resultados, porque os nossos resultados estão nas pessoas e a nossa missão é capacitar os cidadãos para autoproteção no contexto da proteção civil (proteção dos cidadãos) e do sobrevivencialismo, motivo pelo qual a nossa Associação tem como fundadores um socorrista, radiotécnico, radioamador, formador e técnico de nível 4 de proteção civil (João Saraiva); um técnico de emergência médica formador e licenciado em proteção civil (referencia nacional na emergência pré-hospitalar – Dr. Nelson Teixeira Batista) e; um médico que exerce em emergência pré-hospitalar (Dr. André Tavares), entre muitos outros Associados com competências académicas e/ou outras nas áreas estatutariamente prosseguidas pela APROSOC, não somos uma Associação de meros curiosos, somos uma Associação que transforma curiosos em cidadãos competentes nas áreas a que nos dedicamos.

Somos, orgulhosamente APROSOC – Associação de Proteção Civil