SIRESP: “ninguém é responsabilizado”

Como é sabido se nos incêndios em 2013, 2017 e em tantos outros anos as telecomunicações de acesso público e o SIRESP funcionassem ter-se iam poupado vidas, deste facto cremos que não existem dúvidas. Neste contexto o Presidente da Direção da APROSOC – Associação de Proteção Civil, considera que os únicos responsáveis punidos foram os contribuintes e as vítimas, pois nenhum gestor ou governante foi julgado e condenado, contudo, escusamos de ficar preocupados, pois no que concerne ao SIRESP, se por um lado existam agora feixes via satélite e viaturas capazes de assegurar a cobertura local, na realidade por um lado a rede de infraestruturas de suporte à rede SIRESP continua a ter mais “zonas de sombra” que o pinhal de Leiria e, nada se prevê fazer para mudar esta realidade, em nossa convicção porque o clima de impunibilidade é um facto consumado.

Se por um lado não há rede SIRESP com cobertura suficiente, por outra na realidade em Carnaxide “já foi alegadamente dada ordem” para manter as viaturas que transportam os links móveis SIRESP via satélite prontas a sair a qualquer momento, contudo, a verificar-se o que se verificou em anos anteriores em que estas viaturas já existam, pura e simplesmente não foram mobilizadas para os teatros de operações por motivos que desconhecemos, por exemplo no incêndio de Vila de Rei, em que uma extensa zona do sector Alfa e sector Bravo não tinham cobertura SIRESP e nada aconteceu para colmatar essa falha.

Partidarismos à parte, enquanto isto os portugueses continuam a eleger como seus governantes aqueles que são corresponsáveis por inúmeras mortes e continuam a monte e a governar da mesma forma o país e as alegadas redes de comunicações de emergência e segurança, da mesma forma, enquanto os cidadãos esperam resultados diferentes.

Os feixes por satélite que endividam o país, não fazem qualquer sentido em estruturas fixas, já que são colossalmente mais dispendiosos do que os feixes terrestres ponto a ponto conhecidos como “mini links”.

A simples passagem de um meteoro próximo da terra pode inoperacionalizar os satélites enquanto em simultâneo ocorre o combate a incêndios ou resposta a outros fenómenos catastróficos na Terra, agravando ainda mais a situação pelo facto de estarmos a contar com uma solução nos céus, ou se preferirem, “milagres”!

O gestor da então Portugal Telecom que tudo fez para pôr termo aos mini links por feixe Hertziano no SIRESP e rede telefónica para viabilizar o negócio das rendas da fibra ótica, continua em nosso entendimento a monte, pela corresponsabilidade das mortes que dai resultaram indiretamente.

Em nossa opinião, a gestão dos diferentes governos nacionais sobre este assunto é negligentemente criminosa, juridicamente descriminalizada e politicamente branqueada, muitos destes rostos surgem diariamente nos ecrãs televisivos como se nada disto tivesse acontecido.