APROSOC admite que CTCSS ou DCS em PMR446 é um erro na emergência generalista, mas pode ser útil em grupos dedicados com equipamentos compatíveis…

A APROSOC foi a primeira Associação a replicar em Portugal o projeto Espanhol do Canal 7-7 em PMR446 para SOS de montanha e mesmo em outras situações de emergências face a acidentes graves ou catástrofes. Contudo, ao longo deste tempo demos ouvidos aos nossos seguidores e aos nossos técnicos e, analisámos inúmeros equipamentos PMR446 disponíveis no mercado. Dessa análise foi possível concluir que em 100 equipamentos de diferentes modelos testados, 13 não são compatíveis ou no sistema CTCSS (Continuous Tone-Coded Squelch System) ou no sistema DCS (Digital Code Squelch), vulgarmente conhecidos como sub canais. Em alguns casos a frequência não coincide com o código e noutros casos o nível de desvio do encoder (codificador) é insuficiente para abrir o decoder (descodificador) do equipamento que está a receber.

Neste contexto, a APROSOC aboliu o uso de “sub-canais” para situações de emergência, reservando-os para outros fins quando o grupo de equipamentos em causa é compatível, por exemplo em grupos com equipamentos compatíveis dedicados à busca, salvamento, socorro, ou mesmo em estado de prevenção para evitar serem incomodados pelo demais tráfego geral de comunicações no canal 7.

Por exemplo, um Midland G9 (excelente equipamento) como recetor em canal 7-7, não abre a receção a outros equipamentos tais como por exemplo um Retevis RT617 a menos que se eleve nos ajustes de service deste último o nível de desvio do encoder.

Admite assim publicamente a APROSOC que em situações de emergência em curso, acidentes graves ou catástrofes, o uso de sistemas de codificação de squelch (sistema silenciador de ruido natural da frequência), tanto em PMR446, como em CB ou noutras frequências com equipamentos com diferentes padrões de ajuste, pode causar sérios constrangimentos nas comunicações, motivo pelo qual atualmente recomendamos somente que o canal 7 PMR446 seja usado como canal de chamada de emergência, passando-se após a chamada correspondida a outro canal livre, sem esquecer que esta posição da APROSOC é somente uma recomendação sem suporte legal, mas que pretende simplificar o encontro de correspondentes em caso de emergência.  

A utilização de canais PMR 446 com sub ton ou código de silenciamento, só se justifica em estado de normalidade e com equipamentos cuja compatibilidade dos “subcanais” esteja validada, em caso de catástrofe é um erro manter os sistemas de silenciamento CTSS ou DCS já que cria constrangimentos à comunicação com alguns equipamentos, até mesmo com os que não possuem tais sistemas de silenciamento.

Em tempo de normalidade a APROSOC mantém escuta ao canal 7-7, contudo face à previsão ou ocorrência de acidente grave ou catástrofe mantém somente o encoder 85,4Hz desligando o decoder para possibilitar receber também os equipamentos que possam não abrir o decoder dos nossos rádios. Claro está que para ter a opção apenas de encoder estamos munidos de equipamentos PMR446 que possibilitam essa funcionalidade que não é comum a todos os equipamentos disponíveis no mercado.

Por outro lado, muitos dos equipamentos comercializados em grandes superfícies comerciais, nomeadamente alguns dos mais económicos, não dispõe de CTCSS, pelo que, em caso de chamada de emergência de um desses equipamentos, não seria escutada pelos equipamentos com decoder , inviabilizando por isso a comunicação e contrariando o conceito da radiocomunicação cidadã.