Aquivos por Autor: João Saraiva

Atividade de radiomontanhismo

Em cada atividade de radiomontanhismo ficamos mais ricos através da contemplação das paisagens e do contacto com a natureza em perfeita harmonia com as radiocomunicações. Uma paz interior toma conta de nós após cada uma destas atividades e ajuda-nos a recarregar energias para mais uma semana de trabalho.
Radiomontanhismo não é o que somos, é o que fazemos.

CB27, PMR446, LPD433: canal 16 FM
Radioamador: 145.3875 / 432.7875 MHz NFM

Momento da entrega de mais um prémio de dedicação ao radiomontanhismo ao nosso Associado 222.
Radiomontanhismo

Equipas de Radiomontanhismo

No intuito de tornar esta atividade lúdica mais interessante ainda, a APROSOC vai reunir em equipas distritais de radiomontanhismo, os seus Associados subscritores do Grupo de Radiomontanhismo apreciadores dos passeios pela natureza montanhosa em simbiose com aprazíveis momentos de radiocomunicação nos cumes e planaltos que podem eventualmente vir a ser identificados numa lista nacional de Pontos de Radiomontanhismo.

Queres saber mais? Vê já o teu Grupo de Radiomontanhismo no Whatsapp e participa na decisão

Só para os “preparacionistas”

Para estar preparados para as emergências de proteção civil, os cidadãos precisam estar integrados em comunidades preocupadas com o tema, que cultivem uma cultura de segurança coletiva todos os dias, para que a formação empírica conducente à equipagem de preparação seja possível. Não seria sério dizer-se que basta acompanhar o que as autoridades trazem a a público para se estar preparado para as emergências de proteção civil, nem as organizações não governamentais de proteção civil como é o caso da APROSOC, poderiam trazer a público em canais abertos toda a informação “preparacionista”, sob pena de serem interpretados como alarmistas e estarem a anunciar ocorrências impossíveis de prever. Por outro lado, a imprevisibilidade de determinado tipo de ocorrências faz com que a intensidade e celeridade da preparação seja uma constante e não algo que se faz quando não há mais nada de jeito para fazer nas nossas vidas.

Na vertente das telecomunicações por exemplo, muitas pessoas morreram por exemplo nos incêndios, isoladas nas suas casas por falta de comunicação que as informasse para sair a tempo de evitar a tragédia, mas esta situação replica-se em inúmeras outras géneses de desastres. Sabemos que é difícil avisar todos, mas também sabemos por experiência prática que é possível avisar mais.

Nem mesmo os incêndios de 2017 ou a pandemia que atravessamos foi suficiente para conduzir os cidadãos a um grau de preparação para emergências mais exigentes e, por outro lado, a condição económica de grande parte da nossa sociedade, aliada à inversão de prioridades no investimento, leva a que seja mais fácil ver alguém rezar para que o incêndio não lhe destrua a casa do que ver esse alguém a limpar o mato em redor da casa.

A maioria dos cidadãos não quer saber de proteção civil, nem das géneses dos desastres que tal como a pandemia para muitos eram coisas que só aconteciam aos outros ou uma página virada na história apesar de ter reescrito mais um livro com 5 milhões de páginas.

Pelos motivos acima descritos, e para evitar alarmismos, a APROSOC deixa de ter conteúdos “preparacionistas” públicos e, passa a difundi-los somente aos seus Associados subscritores do Grupo (interno) de Autoproteção.

Apesar de tudo, deixamos-te uma dica de preparacionismo, tem pelo menos 2 ou 3 garrafões de 5 litros de água por pessoa em casa e desliga o quadro elétrico durante 24 horas num dia de inverno para compreenderes o que precisas.

De estatísticas estão os cemitérios cheios.

Para ser Associado é muito simples, clica AQUI  


João Paulo Saraiva

Os praticantes de todo-o-terreno na proteção civil

Não se pode generalizar quando se fala de praticantes de todo-o-terreno, pois são um movimento de praticantes muito diversificado quanto às competências individuais, contudo, os mais expeditos / habilidosos, têm imensa aplicabilidade em proteção civil, aplicabilidade essa que ao longo dos anos têm demonstrado na ajuda que espontaneamente prestam ao seu semelhante, por exemplo num “atascanso” num passeio TT, mas, isso não é proteção civil é auxílio quotidiano. Importa então antes de mais compreender o que é a proteção civil e, desde já dizer aqui que a proteção civil não é uma entidade, seja ela da máquina do Estado ou da sociedade civil, por exemplo, a APROSOC não é a proteção civil, mas sim uma das muitas entidades que desenvolve atividade de proteção civil, tal como, a Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil não é a proteção civil, mas sim o organismo da administração central do Estado, encarregue de dirigir, planear, coordenar e supervisionar as atividades de proteção desenvolvidas pela própria (juiz em causa própria) e por todas as demais entidades que concorrem para a atividade de proteção civil.

Diz-nos o artigo 1.º da Lei de Bases de Proteção Civil (Lei 27/2006) que a proteção é:

CAPÍTULO I

“1 – A proteção civil é a atividade desenvolvida pelo Estado, regiões autónomas e autarquias locais, pelos cidadãos e por todas as entidades públicas e privadas com a finalidade de prevenir riscos coletivos inerentes a situações de acidente grave ou catástrofe, de atenuar os seus efeitos e proteger e socorrer as pessoas e bens em perigo quando aquelas situações ocorram.”

Importa assim compreender que, o praticante de todo-o-terreno só atua em contexto de proteção civil em caso de acidente grave ou catástrofe, todas as demais situações são de ajuda de proximidade ou socorro quotidiano, pelo que importa então compreender os seguintes conceitos legais que nos são dados pelo artigo 3.º da Lei 27/2006:

“Artigo 3.º

Definições de acidente grave e de catástrofe

1 – Acidente grave é um acontecimento inusitado com efeitos relativamente limitados no tempo e no espaço, suscetível de atingir as pessoas e outros seres vivos, os bens ou o ambiente.

2 – Catástrofe é o acidente grave ou a série de acidentes graves suscetíveis de provocarem elevados prejuízos materiais e, eventualmente, vítimas, afetando intensamente as condições de vida e o tecido socioeconómico em áreas ou na totalidade do território nacional.”

Seja na desobstrução de acessos para os meios de socorro num incêndio, ou mesmo no auxílio à evacuação (de pessoas e outros seres vivos) de aldeias / bairro tanto nessas situações como em caso de inundações ou outras situações (praga de insetos, contaminação atmosférica, risco de acidente sideral, …), ou mesmo no transporte de bens essenciais à vida para ocais de difícil acesso, os praticantes de todo-o-terreno podem fazer a diferença se estiverem integrados e organizados, recomendando-se por isso que estejam integrados em organizações de voluntariado de proteção civil. Por vezes é desanimador para alguns passarem anos numa organização e nunca terem intervindo, como aconteceu a todos aqueles que entraram na APROSOC e passaram anos até que em 2017 se vissem forçados a intervir até recorrentemente em três meses num ano, por isso pode não ser para todos os praticantes de todo-o-terreno, tal como em qualquer outro tipo de voluntários, estarem integrados numa organização de proteção civil e sentirem-se uteis aproveitando o tempo de normalidade para a partilha de conhecimento e a melhor preparação e equipagem para quando for necessário atuar o fazerem com proficuidade.

O ideal seria que os clubes de todo-o-terreno se constituíssem como organizações de voluntariado de proteção civil, mas na realidade poucas integram especialistas em proteção civil capazes de gerir essa vertente e, outras até os têm, mas não sabem aproveitar essa valência.

A APROSOC – Associação de Proteção Civil, tem procurado parcerias com clubes e associações de todo-o-terreno, contudo, até ao momento sem possibilidade de parceria essencialmente pelo facto de o voluntariado de proteção civil ser erradamente visto como um livre transito para entrar e circular em áreas protegidas sob o falso pretexto da vigilância florestal ignorando os constrangimentos dessa circulação para a fauna. Contudo, os nossos esforços para envolver os praticantes de todo-o-terreno no movimento nacional de voluntários de proteção civil não se esgotam e, não deixaremos de desenvolver ações conducentes a esse objetivo.

As ações a desenvolver pelos praticantes de todo-o-terreno no âmbito da proteção civil, passam pela prevenção e mitigação (com comunicação dessas ações para registo, porque o que não se regista e comunica “não existe”), mas passa também pela preparação e equipagem tanto para auxílio aos outros como para autoproteção do próprio e dos seus, e somente depois a intervenção na fase de resposta face à previsão ou ocorrência de acidentes graves ou catástrofes.

Um dos aspetos organizacionais mais importantes na coordenação dos praticantes de todo-o-terreno, ou quaisquer outros operacionais num teatro de operações, são as comunicações e, neste campo há de tudo no TT, equipamentos ilegais cuja sua emissão prejudica as comunicações de outros serviços tanto pelo excesso de potência quando pelas radiações não essenciais por exemplo emitidas pelos já famosos Baofeng UV-5 ou similares, a utilização de equipamentos de VHF em frequências militares como por exemplo os 143.700MHz ou mesmo dentro da banda de radioamador de 145 a 146MHz sem a necessária habilitação legal e sem se saber que se podem por exemplo estar a perturbar comunicações via satélite ou até a cometer um crime por interferência em frequências de segurança nacional, sendo por exemplo frequentes as interferências de praticantes de TT em frequências da Guarda Nacional Republicana ou mesmo da Força Aérea que por motivos de segurança aqui não vamos identificar.

Em bom rigor seria útil que todos os praticantes de todo-o-terreno a nível nacional respeitassem um plano nacional de comunicações que definisse meios de radiocomunicação e canais a usar, de modo o que em caso de acidente grave ou catástrofe se pudessem coordenar entre si, já que a falta desse plano faz com que nessas situações não se coordenem porque não se comunicam. A APROSOC tem este plano definido e regularmente atualizado, mas, a falta de interesse por parte das Associações de praticantes de Todo-o-Terreno tem inviabilizado que por exemplo em caso de acidente grave ou catástrofe consigamos mobilizar os praticantes que estivessem disponíveis para colaborar e, por vezes o rádio CB 27MHz (citizens band) (40 canais AM/FM/SSB), PMR446 (personal mobile radio) (16canais), ou LPD433 (low power device) (69 canais), são mesmo as únicas alternativas que legalmente podem ser usadas em zonas onde não existem ou falharam as redes de telecomunicações de acesso público.

Importa que todos saibam como proceder e tenham uma fonte de resposta às suas dúvidas e questões, bem como acesso facultativo a formação básica de integração nas atividades de proteção civil, a APROSOC – Associação de Proteção Civil disponibiliza essas “ferramentas” aos seus Associados.

A inclusão dos clubes e associações de praticantes de todo-o-terreno no voluntariado de proteção civil, poderia até beneficiar a imagem de utilidade pública da modalidade, para de certo modo contrabalançar com outras imagens funestas que embora não caracterizem a modalidade, mancham em parte a imagem pública da mesma.

Embora a APROSOC tenha integrado alguns praticantes de todo-o-terreno a título individual, é nossa convicção de que a nossa ação seria bem mais capacitada se a articulação se desenvolvesse com os clubes e associações de todo-o-terreno e, sem essa articulação protocolar para cumprimento de todas as formalidades legais e organizacionais recomendáveis, pouco mais podemos fazer para envolver os praticantes de todo-o-terreno no voluntariado de proteção civil.

João Paulo Saraiva
Presidente da Direção da APROSOC
Técnico de Proteção Civil

[email protected]
Telf.: 910910112
www.aprosoc.pt

Alegadas autoridades brincam à proteção civil

As alegadas autoridades consideram sempre que em caso de catástrofe vão avisar as populações através da radiodifusão e da radiotelevisão, assim como avisaram nos incêndios de Junho e Outubro de 2017, entendem?!!!

De facto, pode ser útil ter um rádio portátil para receber emissões de radiodifusão em situações de catástrofe, contudo, nas catástrofes caóticas não há coordenação, não há autoridade, muitas vezes não há verdade na informação transmitida, assim como não o houve em Junho e Outubro de 2017. Recordem-se que, nos incêndios de Junho de 2017, enquanto dezenas de pessoas estavam a morrer no incêndio, ao mesmo tempo um governante dizia para as câmaras da televisão “confiem em nós, estamos a fazer tudo o que está ao nosso alcance”. Neste caso, falha de comunicações de proximidade determinou inúmeras mortes.

Os governantes não recomendam as radiocomunicações de proximidade porque por um lado são contrárias aos interesses dos operadores de telecomunicações, por outro possibilitam uma informação em tempo real que apesar de poder gerar o pânico, possibilita também que as pessoas tenham uma noção real do que se passa e se coordenem e se ajudem umas às outras correndo riscos de vida, mas salvando mais do que qualquer sistema de proteção civil é capaz de salvar, até porque quem está perto tem muitas vezes maior probabilidade de salvar do que quem vem de longe para salvar.
Estes são alguns dos motivos pelos quais as alegadas autoridades nacionais não recomendam que todas as famílias tenham meios de radiocomunicações cidadãs, sejam eles CB (citizens band), PMR446 (personal mobile radio), ou LPD433 (low power device), portanto rádios que no caso do CB se podem instalar em casa, na viatura, ou usar em versão walkie-talkie tal como os PMR446 e LPD433, e que possibilitam quando na mesma banda e canal, manter toda a família em contacto de proximidade, ou mesmo todo o bairro ou aldeia em contacto.

Em Outubro de 2017 a informação recebida via PMR446 em Pedrogão Pequeno possibilitou a evacuação de um idoso acamado antes do incêndio se aproximar da casa onde morava com a sua esposa. Muitas outras situações de salvamento têm sido possibilitadas por esta forma de comunicação alternativa ou se preferirem paralela, que nenhum governo é capaz de controlar, aliás, o facto de ser praticamente impossível as autoridades controlarem o tráfego dos meios de radiocomunicações cidadãs, é outra das razões pela qual não recomendam aos cidadãos que se dotem destes meios de radiocomunicação integrando-os nos seus kits de emergência em casa ou nos seus veículos.

Cumpre-nos, enquanto Associação de Proteção Civil, manter os cidadãos informados com verdade e, não é concebível um kit de emergência familiar sem walkie-talkies para manter os membros da família em contacto. Em caso de catástrofe caótica mesmo que as infraestruturas dos sistemas de radiodifusão ou de telemóvel se mantenham operacionais, os funcionários também têm de se socorrer a si ou aos seus e abandonam funções, entrando esses sistemas em falência progressiva por falta de manutenção, nossas situações somente os walkie-talkies e radiotelefones fixos instalados em edifícios com fonte de energia alternativa, ou em veículos, continuam a possibilitar estabelecer comunicação, no caso dos radioamadores (pessoas que obtiveram aproveitamento em exame para obtenção do certificado de amador nacional), o alcance será superior devido ao facto de poderem usar frequências que possibilitam o médio e longo alcance, bem como maiores potências que o facilitam.

Na APROSOC “Associação de Proteção Civil” procuramos consciencializar a população em geral e os nossos Associados em particular, para a preparação no que às radiocomunicações de catástrofe caótica é atinente, preferimos estar preparados e nunca ser necessário, do que ser necessário e não estarmos preparados.

A frase feita “todos somos proteção civil” é um barrete que a maioria enfia na própria cabeça, mas na realidade poucos somos proteção civil, porque a proteção civil não é o que somos, é o que fazemos, porque a própria lei de bases de proteção civil (Lei 27/2006) refere no seu artigo 1º a proteção civil como uma atividade e não como aquilo que algo ou alguém é.

Uma coisa é a ficção em que algumas alegadas autoridades vivem, outra é a realidade a que os cidadãos são expostos.

Pela minha parte, prefiro “cidadãos preparados para as emergências de proteção civil”

Este é um artigo especial da comemoração do meu 52º aniversário, que espero possa contribuir para a segurança coletiva dos meus concidadãos.

João Paulo Saraiva
Presidente da Direção

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