CB (citizens band) Banda do Cidadão, a aprendizagem e a desaprendizagem

Há duas correntes na banda do cidadão, a resultante do filme de 1978 que passou em Portugal com o nome “o comboio dos duros” (convoy) e que pauta pelo uso exagerado de um calão próprio do desrespeito pela autoridade do Estado e pela justiça popular, e a corrente mais assertiva e cordial originária na série televisiva que em Portugal conquistou adeptos com o nome  “os 3 Dukes” de seu nome original The Dukes of Hazzard, que pautava pela correção e diversão embora contendo algumas “divertidas” cenas de violência que para a época faziam parte da forma de fazer comédia, esta era de facto uma série de comédia para toda a família.
Entre o filme e série acima citados existiu ainda uma outra série “bandit”, também de comédia e contorno da autoridade do Estado, enquanto que a série os 3 dukes retratava essencialmente a desonestidade da autoridade do Estado para com o cidadãos, no caso num condado de um Estado dos Estados Unidos da America no final dos anos 70.

Em Portugal essas correntes perduram até aos dias de hoje, existindo canais CB onde geralmente operam maioritariamente aqueles que desafiam a autoridade do Estado com recurso a potências exageradas para compensar a ineficiência dos seus equipamentos, linhas de transmissão e antenas, usando geralmente um calão lesivo da língua materna, geralmente praticado por pessoas cujo grau de escolaridade e cultura é mais reduzido, sendo estes canais uma escola de desaprendizagem da correção de uso dos procedimentos radiotelefónicos mais profícuos, fazendo-se desses canais uma espécie de taberna onde se confraterniza sob a inebria das ondas de rádio, sendo esta a corrente “convoy”.

Mas a corrente “the dukes of hazzard” também está presente em muitos outros canais da CB onde se pauta pela educação e correta utilização da língua materna (da pátria mãe), procurando-se que a comunicação via rádio tenha tanto de divertida, até mesmo de comédia, quanto de técnica, científica, e por isso com outras aplicabilidades nomeadamente em emergências face a acidentes graves ou catástrofes, em tudo o que se relacione com a segurança e bem estar dos cidadãos.

Este artigo não pretende denegrir ou ofender quem quer que seja, somente situar as duas correntes genéticas do que observa em Portugal e também noutros cantos do mundo na banda do cidadão dos 27MHz, possibilitando desde logo a quem está a pensar entrar ou entrou recentemente neste hobbie, compreender que pode optar por uma das correntes, ou mesmo optar por ambas, uma espécie de bi-orientação hobista, ou divisão indecisa entre o certo e o errado (ética) geralmente atribuído ao não enquadramento civilizacional, vulgarmente atribuído aos estágios do Homem ante civilização.

Poder-se assim dizer em jeito de comédia que, quem está a pensar entrar no mundo do crime no sector público poderia escolher a Assembleia da República, e no sector privado certos canais da banda do cidadão, isto não quer dizer que os demais sejam todos meninos de coro, mas são esses outros que geralmente constroem a parte boa de um futuro melhor e mais sorridente para si, para os que os rodeiam e para toda uma nação.

Este é somente um texto em debate nos canais internos reservados aos Associados da APROSOC, a sua exposição pública pretende somente dar a conhecer um pouco do que se trata e retrata no seio destas Associações, pelo que não terá desenvolvimentos públicos.