A falta de civilidade no canal 11 da Banda do Cidadão

O que distingue os seres racionais dos seres irracionais, é a inteligência e a capacidade de participar no processo de criação e aceitação das regras de vida em sociedade, não se tornando nem anarcas face a regras justas, nem submissos a regras injustas, contudo, o que se passa em canal 11na Banda do Cidadão na área metropolitana de Lisboa não reflete essa racionalidade cívica, pelo contrário.

É certo e sabido que o canal 11 (frequência 27.085MHz) é legalmente reservado a comunicações de chamada, contudo, um grupo de utilizadores, invade-o frequentemente após o jantar para ali libertar as suas frustrações através de atitudes de aparente inebria ou infantilidade, muitas vezes com recurso a câmaras de eco que somente produzem ruído e dificultam ou impossibilitam mesmo a compreensibilidade da mensagem. São geralmente os mesmos que protagonizam momentos antissociais no canal 34 LSB, onde as ofensas são proferidas com recurso a vernáculos, por vezes num incessante concurso de crimes em cada um desses momentos que a todos nos devem entristecer pelo facto de se tratar de nossos concidadãos que por falta de oportunidades ou outras causas não evoluíram para a sociabilidade e civismo.

Este não é um problema do Presidente da APROSOC ou dos membros desta Associação, é sim um desrespeito por todos os utilizadores da Banda do Cidadão que no cumprimento das regras legais recorrem ao canal 11 para fazer chamada e assim se corresponderem com outras estações escolhendo em seguida como mandam as boas práticas, um canal livra para conversarem.

O facto de não existir regime sancionatório, deveria na civilização ser interpretado como um incentivo ao cumprimento, tal como a ausência de sujeição ao pagamento de taxas e licenças, contudo a impreparação civilizacional de alguns cidadãos não lhes possibilita compreender as regras, nem as vantagens de serem cumpridas, apenas a “graça” de as violar, facto que não podemos deixar de lamentar e que, embora nos entristeça, não somos os principais prejudicados, já que, os membros da APROSOC tem diferentes alternativas de radiocomunicação incluindo o recurso a redes privativas em VHF e UHF, sendo que alguns são também radioamadores e por isso com muitas outras alternativas de radiocomunicação.

Este vandalismo da Banda do Cidadão que não se confina ao canal 34 e por vezes contamina também o canal 11, é uma das causas pelas quais a Banda do Cidadãos esteve ao abandono, ou mesmo do facto de muitos terem optado pela ilegalidade em frequências fora dos 40 canais consignados ao Serviço Rádio Pessoal CB – Citizens Band.

Não compete à APROSOC exercer qualquer tipo de fiscalização, nem esta o deseja fazer, contudo, todos os cidadãos e a sociedade civil organizada, têm o direito de expressar a sua indignação com atitudes que limitem os seus legítimos direitos e interesses.

Quanto a tais comunicações ignóbeis, recomenda o Presidente da Direção da APROSOC aos seus Associados que, sempre que existam se abandone o canal 11 sem interação com os prevaricadores e se mantenham nos canais alternativos previstos no plano interno. Como pessoas de bem não devemos interagir com pessoas que além de inconscientes não estão dispostas a reconhecer a razão, por outro lado, com tantas vias alternativas à disposição, tal constitui sempre uma forma de exercício face a constrangimentos que, no caso são se causa antrópica, mas que poderiam ser de causa natural ou simplesmente técnica.

Não é a APROSOC ou seus membros que perdem com as atitudes daqueles prevaricadores boçais, são aqueles que por vezes chamam em canal 11, por vezes para pedir uma informação, ou mesmo ajuda, e que assim não a obtêm. Há uma razão para isto acontecer em canal 11 e não por exemplo em canal 3, e todos sabemos qual é.

Nunca devemos perder de vista que somos uma Associação para fazer o bem, e que devemos sempre abstermos sempre de defrontar a ignorância e o mal, sem prejuízo de tudo fazer para sensibilizar para a ética e boas práticas.

João Paulo Saraiva
Presidente da Direção