Fazer parte de uma bolsa de voluntários radioamadores em proteção civil não é apenas participar em exercícios programados

Cria-se nos radioamadores a convicção de que fazer parte de uma bolsa de voluntários em proteção civil no âmbito das radiocomunicações é participar em exercícios programados. Nada mais errado em nossa convicção e esta convicção aponta outros caminhos…

Só devem fazer parte de uma bolsa de radioamadores em proteção civil aqueles que:

  • Respondem tendencialmente às chamadas nos canais designados para emergências com elevada disponibilidade e prontidão a qualquer hora do dia ou da noite;
  • Estão disponíveis essencialmente para a sua comunidade local;
  • Têm disponibilidade e capacidade de face à previsão ou ocorrência de desastre estar em prontidão para responder às solicitações recebidas e fazer a ponte com outros cidadãos ou serviços que possam dar resposta;
  • Têm disponibilidade para integrar equipas multidisciplinares na projeção de força cidadã de resposta informal ou formal organizada;
  • Sejam exemplo de preparação pela capacidade, competências e disponibilidades.

Na maioria dos casos dos radioamadores que participam em exercícios programados, não têm a competência, disponibilidades e capacidades necessárias, sem prejuízo de alguns terem muita competência, outros terem muita capacidade, e outros muita disponibilidade, contudo, raramente a simbiótica convergência dos três fatores essenciais para integrar um banco de voluntários em proteção civil no âmbito das radiocomunicações ou de qualquer outra valência.

É ainda comum encontrar-se quem veja esta atividade como de resposta às solicitações das autoridades, nada mais errado. O mais importante nível de resposta é o local, a resposta à família, aos vizinhos, à sua comunidade, para isso é moralmente exigível ao radioamador que os prepare e equipe adequadamente de modo a que face a um cenário de exceção seja capaz de manter comunicação com  todos eles ainda que não existam redes de telecomunicações de acesso público operacionais, usando os meios de radiocomunicações sejam do serviço de amador ou outros, como forma alternativa de comunicação para localização de cada membro da família ou comunidade, seu estado e situação, bem como eventuais necessidades de resposta.