COMUNIDADES RADIOCOMUNICÁVEIS

A sociedade portuguesa atravessa na atualidade mutações sem precedentes. A multiculturalidade atualmente existente no país traz-nos oportunidades de desenvolvimento, mas também com ela aspetos funestos, pois tudo tem os seus prós e contras e, o aumento da criminalidade é um desses aspetos funestos a qualquer sociedade democrática e pacífica.

Um pouco por quase toda a Europa, os Estados emitem guias de preparação para a segurança interna e, alguns, face às guerras em curso no planeta, emitem mesmo manuais de preparação dos cidadãos para a guerra.

Sendo a APROSOC – Associação de Proteção Civil, uma organização da paz, tudo o que pode fazer é a preparação dos cidadãos interessados, para o sobrevivencialismo em geral e, nesse âmbito está também a capacidade de comunicar de forma imediata e mesmo alternativa às telecomunicações de acesso público.

Face ao estado da segurança interna bem como do serviço nacional de saúde, bem como da exponencial vulnerabilidade dos sistemas de telecomunicações e mesmo de radiocomunicações do Estado para emergências, é cada vez mais importante a existência de comunidades de radiocomunicações comprometidas com a operacionalidade e prontidão imediata para a entreajuda de proximidade no limite das competências e capacidades instaladas. A violência urbana, as doenças súbitas em qualquer idade, mas mais acentuadas numa sociedade envelhecida, determinam no âmbito das comunidades de radiocomunicações necessidades imperiosas de resposta imediata, pois ainda que as redes de telecomunicações de acesso público funcionem, a capacidade de atendimento é já de si quotidianamente limitada por picos de ocorrências. Por exemplo, numa situação de assalto, agressão, emergência médica, salvamento, pode ser necessário contornar o sistema de telecomunicações de acesso público para que o socorro seja atempado. Uma rede de radiocomunicações comunitária com membros comprometidos com a resposta imediata, pode possibilitar a quem necessita de socorro efetuar o pedido a alguém que responda de imediato e, quem dessa rede esteja junto a uma esquadra ou posto policial, a uma corporação de resposta à emergência, acionar diretamente os meios de socorro, isto enquanto a chamada via telecomunicações de acesso público ainda aguarda para ser atendida por todos os operadores estarem ocupados no momento.

Este comprometimento não é o que geralmente se observa num hobbie, mas sim um comprometimento doutrinário sério e comprometido pelo facto de dele depender o salvamento de vidas e/ou bens. Esta é de facto a parte mais difícil, pois no hobbie esporádico é fácil envolver pontualmente algumas pessoas pelo quão aprazível isso lhes seja, contudo, num bem maior que implique responsabilidade a disponibilidade para o compromisso é algo extremamente raro e em muitos casos impossível na atualidade, contudo, é algo que se instalará automaticamente e de modo informal na sequência de uma catástrofe, pese embora o facto do grau de preparação nesse caso ser geralmente muito baixo.

Urge que se gerem projetos piloto conducentes a esta preparação especializada. Que se teste até à exaustão os modelos que melhor sirvam os interesses das comunidades no âmbito das radiocomunicações de emergência quotidianas porque, mesmo sem uma catástrofe, todos os dias alguém morre por ausência de uma resposta imediata e, se as radiocomunicações não servirem para colmatar estas falhas, os seus demais usos são supérfluos ou meramente lúdicos.

É precisamente neste sentido que, a APROSOC – Associação de Proteção Civil, comprometida com a necessidade de alcançar uma solução que melhor responda às necessidades, testa e desenvolve diferentes modelos até à exaustão.