A génese dos Desastres (breve resumo)

Os desastres podem classificar-se quanto à sua génese como:

  • Naturais
  • Antropogénicos
  • MistosDesastres Naturais

Os Desastres naturais são produzidos por fenómenos e desequilíbrios da natureza, são causados por fatores de origem externa que atuam independentemente da ação humana.

Em função da sua causa primária, estes desastres são classificados como desastres naturais:

1 – de origem sideral, como os produzidos pelo impacto de meteoritos sobre a superfície da Terra.

É possível que os dinossauros tenham sido extintos, há aproximadamente 80 milhões de anos, em consequência de um desastre sideral (impacto no golfo do México).

2 – relacionados com a geodinâmica terrestre externa, ou relativos a fenómenos meteorológicos, como vendavais, saraivadas, geadas, secas, inundações, ondas de calor, vagas de frio, queda da umidade relativa do ar entre outros.

3 – relacionados com a geodinâmica terrestre interna, ou relativos a fenómenos tectónicos, tais como terremotos, tsunamis e erupções vulcânicas, e ao intemperismo associado à erosão, como deslizamentos de terras, derrocadas de pedras entre outros.

4 – relacionados com desequilíbrios na biocenose, como pragas animais e vegetais.

Desastres Antropogénicos (por ação humana)

Os Desastres antropogénicos são resultantes de ações ou omissões humanas e estão intimamente relacionados com as atividades do homem, enquanto agente ou autor. Por isso, os desastres antropogénicos são provocados por fatores de origem interna.

Em função das suas causas primárias, os desastres antropogénicos são classificados como desastres:

humanos de natureza:

1 – tecnológica, quando são consequências indesejáveis do incremento demográfico das cidades, sem o desenvolvimento compatível da infraestrutura urbana e dos serviços essenciais, resultando, também, de um desenvolvimento imediatista e sem preocupação com a segurança contra desastres.

De entre os desastres de natureza tecnológica, destacam-se os relacionados com meios de transporte, com produtos perigosos, com incêndios e explosões em unidades industriais, parques, depósitos e outros.

2 – social, quando são consequência do relacionamento do homem com os ecossistemas urbanos e rurais ou de desequilíbrios nos inter-relacionamentos económicos, políticos e culturais.

De entre os desastres de natureza social, destacam-se os relacionados com o desemprego e a marginalização social, com a fome e a desnutrição, com o incremento da violência, com os menores abandonados, com o bandidismo, o crime organizado e o tráfico descontrolado de produtos estupefacientes.

3 – biológica, quando são consequência do subdesenvolvimento, do pauperismo e da redução da eficiência dos serviços promotores da saúde pública.

De entre esses desastres, destacam-se as pandemias da SIDA/COVID, a malária, a cólera, o dengue e a tuberculose.

Desastres Mistos

A tendência contemporânea é considerar que, na sua grande maioria, os desastres, hoje classificados como naturais e antropogénicos, são na realidade mistos.

Na atualidade, são considerados como desastres mistos aqueles que resultam da soma interativa de fenómenos naturais com atividades humanas.

Essas interações, devido aos seus aspetos globalizantes, tendem a alterar profundamente os ecossistemas naturais e humanos, afetando, às vezes, grandes extensões do meio ambiente.

Em função de sua causa primária, esses desastres são classificados como desastres mistos

relacionados com a:

1 – geodinâmica terrestre externa, como as chuvas ácidas, o incremento da poluição do ar

provocada por camadas de inversão térmica, efeito estufa e bolsas de redução da camada de

ozono;

2 – geodinâmica terrestre interna, como a desertificação, a salinização do solo e a sismicidade induzida.

Autor: João Paulo Saraiva
Fontes de pesquisa: Manual de Planejamento – Defesa Civil Brasileira
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