Ser voluntário sempre, pode no momento certo, fazer toda a diferença na busca de desaparecidos…

Por exemplo, no dia em que for necessário efetuar buscas por alguém desaparecido numa área florestada ou rural, quem melhor do que aqueles que percorrem regularmente todos os trilhos e os conhecem como ninguém, para ajudar a bater todo o terreno na tentativa de localizar a pessoa ou animal desaparecido? Será que são os agentes de proteção civil os que melhor conhecem o terreno, ou aqueles que o percorrem diariamente ou nos seus momentos de lazer de fim-de-semana?

É também por este motivo que na APROSOC valorizamos a presença daqueles que, por muitos meses ou anos que passem sem qualquer atividade na Associação, um dia podem fazer a diferença, neste exemplo na busca de uma pessoa ou animal desaparecido. Mas, ainda em torno do tema busca de desaparecidos, o mesmo acontece em meio urbano, até com alguma regularidade e, ninguém melhor do que os que habitam e percorrem o território onde vivem, trabalham ou passam momentos de lazer, para o ajudar a percorrer.

Sem fugir deste exemplo da busca de desaparecidos, tantas vezes antes de existirem drones de uso civil, nos ocorreu em operações de busca, pedir a uma ave que se encontrasse o que procurávamos nos desse um sinal, longe de imaginar que um dia a tecnologia adequada nas mãos certas podia ajudar. Estávamos longe de imaginar que, mesmo quem não conhece o território, mas tem nas suas mãos tecnologia que possibilita sobrevoá-lo e observá-lo em tempo real, poderia fazer tanta diferença na progressão e sucesso das operações de busca.

Sim, os voluntários de proteção civil também fazem buscas de pessoas e outros seres vivos desaparecidos, e é até uma atividade muito aprazível e espiritualmente recompensadora participar nessas operações, para isso basta que se unam em torno de uma organização, para que dai resulte uma força capaz de treinar para um dia eventualmente salvar.

A união de civis como voluntários organizados nas suas áreas geográficas, sem prejuízo da intervenção noutras zonas, tem um potencial de sucesso que supera largamente os agentes de proteção civil, a prova disso é que na maioria dos casos de desaparecimentos de pessoas ou outros seres vivos, são localizados por comuns cidadãos e não por agentes de proteção civil (Bombeiros, INEM, forças de segurança, militares…). Numa área onde estejam destacados para a busca elementos de uma força de segurança ou militares, existe uma forte probabilidade de muitos deles não serem da zona e ali estarem destacados, não conhecendo a zona como aqueles que ali residem, trabalham ou passam tempo e, isto pode fazer toda a diferença.
Aliás, é frequente as forças de segurança recorrerem à mobilização de comuns cidadãos conhecedores do território para auxiliar nas buscas.

O que precisa ter o voluntário de busca além de conhecer bem o território ou ter meios para o sobrevoar?

  1. Forma de orientação no território. Não basta conhece-lo, é necessário ser capaz de referenciar geograficamente a quem vem de fora por exemplo para efetuar o salvamento. Mapas e/ou GPS podem ajudar. Deve ter-se em conta de que o GPS do telemóvel em alguns casos não funciona em áreas sem rede de telemóvel;
  2. Colete e capacete identificativo de voluntário, para não ser confundido, isto é particularmente importante em casos de sequestro, para evitar que quem procura seja confundido com quem esconde.;
  3. Comunicação organizada e treinada. Aptidão prática e meios de radiocomunicação em rede porque as buscas podem passar por zonas sem cobertura da rede de telemóvel, mas também porque deste modo é possível avisar toda a rede quando a pessoa ou animal for localizado, evitando assim que outros mantenham desnecessariamente as buscas ou, até mesmo para pedir socorro ou ajuda se um dos membros da equipa de busca sofrer um acidente ou doença súbita.;
  4. Iluminação, porque as buscas podem decorrer de noite ou em locais escuros;
  5. Roupa e calçado adequado zona, temperatura e grau de humidade;
  6. Água potável e barras energéticas;
  7. Uma vara, para afastar objetos ou testar o solo coberto com algo;
  8. Um apito com cordão ao pescoço;
  9. Um canivete multifunções com alicate de corte, para transpor obstáculos;
  10. Um lençol isotérmico de dupla face para a eventualidade de encontrar a vítima em hipertermia ou hipotermia;
  11. Compressas, ligaduras e soro fisiológico, para a eventualidade de encontrar a vítima ferida;
  12. Açúcar, para a eventualidade de encontrar a vítima em provável hipoglicémia;
  13. Cada buscador deve levar ainda consigo uma corda resistente, não muito grossa mas leve, com pelo menos 5 metros, para a eventualidade de terem de se efetuar improvisos, por exemplo uma maca ou uma imobilização improvisada.Fecha os olhos e pensa “eu gostaria de ter participado nas buscas daquela pessoa ou animal desaparecido que a imagem não sai da minha mente? teria ficado de consciência mais tranquila por ter feito tudo o que estava ao meu alcance? como me sentiria no momento do sucesso das buscas?”Há tanto que qualquer pessoa pode fazer como voluntário de proteção civil e que, ainda que seja uma única experiencia na vida, poderá ser uma experiencia única na sua vida.Com muita ou pouca disponibilidade, o voluntariado de proteção civil precisa de ti, porque ainda que esse dia possa não chegar, um dia tu podes fazer toda a diferença.  Quantos mais formos, maior a área abrangida e mais célere será a progressão nas buscas de pessoas ou animais de quaisquer idades desaparecidos.

    Hoje por outros, um dia por  ti ou um dos teus. Porque, Todos precisamos de Todos.

    UNIÃO + ORGANIZAÇÃO = FORÇA