É preciso dar aos Bombeiros uma carreira própria fora da estrutura nacional de Proteção Civil.

O único motivo pelo qual a Estrutura Nacional de Proteção Civil está monopolizada por Bombeiros, é o facto de não existir formação académica de Bombeiros  de nível 5 , 6 , 7 e 8 e, não existir uma estrutura que lhes possibilite progredir na carreira para além do posto de comandante de corporação de Bombeiros. Este facto, determina que se gere uma confusão entre as distintas atividades de Bombeiros, e as atividades próprias da Proteção Civil.
Enquanto esta situação se mantiver, nem teremos uma verdadeira estrutura de Bombeiros, nem uma verdadeira estrutura de Proteção Civil, já que, qualquer licenciatura desconexa com estas áreas e a filiação partidária ao regime possibilitam ascender numa carreira que  nem é de  Proteção
Civil, nem de Bombeiros.
As licenciaturas, mestrados e doutoramentos em Bombeiros, versando a gestão de operações de salvamento e socorro, a segurança contra incêndios incluindo a responsabilidade técnica de projeto nessas áreas, evitaria  que muitos Bombeiros enveredassem por licenciaturas em áreas para as quais não estão vocacionados como seja a proteção civil onde a gestão de emergência e o planeamento, a participação no ordenamento seguro do território, o estudo dos perigos, riscos e vulnerabilidades, bem como a educação da população para a autoproteção, devem ser objetivos a perseguir.
A Proteção Civil não pode ser o último reduto de carreira de Bombeiros que nem vão fazer proteção civil nem vão ser Bombeiros superiores, urgindo assim uma estrutura superior de Bombeiros que liberte a estrutura de proteção civil de muitos dos que embora não estejam vocacionados para as atividades de proteção civil ali chegam para o seu fim de carreira antes da passagem à reforma.

Artigo de opinião de: João Paulo Saraiva