Ministério da Administração Interna não ouviu as Organizações de Voluntariado de Proteção Civil no processo de remodelação da estrutura nacional de Proteção Civil

Para a APROSOC – Associação de Proteção Civil, o Governo discrimina os diversos agentes e entidades com especial dever de cooperação em Proteção Civil. O Governo decide o que bem entende sem estar dotado das necessárias competências para o efeito, adotando frequentemente políticas estratégicas que acabam por se revelar funestas e que poderiam ter sido evitadas, mas que em nossa convicção não o são para, como por exemplo no caso da nova regionalização dos comandos da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil, criar mais tachos para membros do partido ao invés de seguir o modelo de reestruturação  que possibilitaria melhor servir o interesse público no que à proteção civil é atinente.

A APROSOC não concorda nem com a alteração realizada, nem com a proposta da liga dos Bombeiros Portugueses, já que cada um “puxa a brasa à sua sardinha”, mas nem uma nem a outra parte apresentam a solução que melhor serve o país. Estaremos mesmo entre uma luta entre a política partidária e sociedades secretas que visa defender os interesses instalados ao invés de defender os interesses do país.

Desde a sua tomada de posse que a APROSOC anunciou que com Patrícia Gaspar o diálogo seria impossível e, o que se vislumbrava veio de facto a constatar-se, a prepotência, a arrogância política e o espírito quero posso e mando continuam a caracterizar a mestre “lei da Rolha” numa catadupa de ações contrárias à segurança coletiva dos cidadãos através de uma incomensurável inversão de prioridades nas políticas estratégicas de proteção civil. Para a APROSOC o caminho feito e que se anuncia continua a ser o errado, aquele que por falta de imaginação não é capaz de ir mais além e se limita a mais do mesmo atirando dinheiro para cima dos problemas, ao invés de uma vez por todas fazer cumprir a Legislação de Proteção Civil de âmbito Local e Municipal que nenhum concelho cumpre e, de uma vez por todas como plasmado no Artigo 1.º da Lei de Bases de Proteção Civil, envolver efetivamente os cidadãos nas atividades de proteção civil, ao invés de mero financiador e expectador das atividades de proteção civil.

Para a APROSOC – Associação de Proteção Civil, a Sr.ª Secretária de Estado e da Proteção Civil é uma pedra no sapato do desenvolvimento da proteção civil em Portugal continental, recomendando-se por isso a sua substituição que, cremos ainda não ter ocorrido por dar muito jeito ao Sr. primeiro-ministro ter alguém para por ele “dar o corpo às balas”, afinal de contas quem melhor do que uma ex. militar de serviços secretos para o fazer!

O processo de estagnação do Sistema Nacional de Proteção Civil em Portugal custará inevitavelmente muitas vidas, diríamos mesmo que mais cedo ou mais tarde será interpretado como um crime contra a humanidade, atendendo a que não está a ser feito tudo o que podia e devia para prevenir e mitigar o que é possível, nem tão pouco na preparação dos cidadãos para o que não é possível evitar.

Portugal continental está que à proteção civil respeita, refém de interesses instalados, é para a APROSOC essa a razão de esta e outras partes interessadas não serem ouvidas no processo de decisão.

Não compreendemos como se pode pensar a proteção civil, sem ouvir a sociedade civil organizada, mas a Sr. Secretária de Estado lá saberá. Ou não!