CHEIAS NA REGIÃO NORTE DE PORTUGAL

A APROSOC – ASSOCIAÇÃO DE PROTEÇÃO CIVIL, reconhecendo que a quantidade de precipitação que hoje afetou especialmente a região norte de Portugal, lamenta as declarações dos autarcas e demais responsáveis que, se escudam na alegada fúria da natureza ou no mais moderno argumento “as alterações climáticas” para justificar o injustificável.

A natureza tem a sua força e não é nem criticável nem responsabilizável, já a crescente “OCUPAÇÃO IMPERMEABILIZANTE DOS SOLOS NÃO ACOMPANHADA DE ADEQUADAS INFRAESTRUTURAS DE ESCOAMENTO” é por esta Associação considerada inépcia no ordenamento do território, tantas vezes confundido com “o ordenhamento do território”.

Não existe qualquer surpresa no que se está a constatar na Região Norte e há poucas semanas se constatou também na Grande Lisboa. Não há qualquer desculpa de imprevisibilidade porque estava previsto. Há sim inércia e inépcia no ordenamento do território bem como no nível municipal de proteção civil.

Nem tão pouco a incapacidade de resposta dos agentes de proteção civil era inesperada, já que todos os agentes de proteção civil são finitos e as Unidades Locais de Proteção Civil que possibilita envolver os cidadãos nas atividades de proteção civil reforçando a capacidade de intervenção teimam em não sair do papel.

Não se compreende sequer como não houve ação preventiva, os erros urbanísticos são por demais evidentes, os prejuízos que eram mitigáveis não o foram, a capacidade de sensibilização das populações no âmbito da autoproteção é nula ou inócua.

Uma vez mais esta Associação imputa responsabilidades às autarquias  crendo resultar no que é possível prevenir ou mitigar e não o é, resultante de uma inequívoca inércia e inépcia aliada a uma inversão de prioridades no investimento público.