GRUPOS MACÓNICOS E PARTIDÁRIOS DISPUTAM PROTEÇÃO CIVIL E SOCORRO

Estimados Associados
Caros cidadãos em geral

A alegada polémica em tornos dos comandos sub-regionais da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil e do “Comando Único dos Bombeiros” deixou de se revestir de interesse público e passou a revestir-se por um lado de mero interesse entre um grupo de uma sociedade secreta maçónica com génese religiosa que tomou conta da confederação que representa os patrões dos Bombeiros que reivindica uma estrutura que dê alguns “tachos” a antigos e atuais comandantes de Bombeiros e, por outro lado, um grupo de uma outra ordem secreta maçónica que governa o país e que defende que os seus é que merecem não apenas 18 oportunidades de tachos, mas sim cerca de 90 de que resultam 23 comandos sub-regionais.

Dizer ainda que estes assuntos nada têm a ver com proteção civil porque, o que aqui está em causa não é a atividade de proteção civil, mas sim o negócio da intervenção na proteção e socorro. Repare-se que de todos os denominados agentes de proteção civil pela Lei 27/2006 feita à medida pelo maior lóbi da intervenção, apenas um desses pseudo agentes de proteção civil que a lei assim denomina reivindica algo.

A Lei 27/2006 deturpa a língua de Camões no seguinte sentido:

  1. Chama de agentes às Agências. As agências são entidades coletivas e os agentes os operacionais, contudo, a ausência de literacia do legislador gera esta deturpação. Talvez devessem aprender algo com as Agências Funerárias” e com os “Agentes funerários”.
  2. Chama de Corpos de Bombeiros às Corporações de Bombeiros, uma vez mais se fica com a sensação de que o legislador era analfabeto, já que a corporação é o coletivo e o corpo é o individual, aqui se percebe que alguém ligado a certa religião teve o poder de legislar e fazer um paralelo entre “corpo de Escuteiros” e corpo de Bombeiros, o princípio é o mesmo, a hipocrisia filosófica do apregoar “vida por vida” ou “sempre alertas para servir” numa perspetiva “sempre alerta para se servirem”.

Contudo não creio que esta trapalhada na Lei resulte de falta de literacia, mas sim da deliberada confusão que viabiliza e eterniza os negócios da intervenção em detrimento da prevenção e preparação das populações já que, contam-se pelos dedos de uma mão o número de Associações de Bombeiros ou Serviços Municipais de Proteção Civil que o fazem e, infelizmente não se contam por dedos alguns as delegações sub-regionais, distritais ou mesmo supra-distritais que o façam.

Tudo está alinhado em torno dos interesses de alguns empresários do sector dos Bombeiros que ou pretendem aumentar o seu volume de negócios ou algum protagonismo pós vida empresarial, alguns empresários do sector do táxi perfeitamente iletrados no âmbito da proteção civil, mas que creem que ser maçon é suficiente para ter voto na matéria e, outros tantos que usam seres de menor inteligência como seus lacaios manipuláveis.

Caros Associados e Associadas, estimadas e estimados cidadãos

Estamos perante uma luta entre grupinhos de organizações secretas com organizações partidária e, em meu entendimento, nem uma nem a outra parte reúnem as necessárias competências técnicas para assumir a gestão de algo tão nobre quanto por um lado a proteção civil e, por outro a proteção e socorro, algo que deliberadamente certo lóbi fez questão de confundir para que o comum cidadão não compreenda onde começa um e termina outro e, assim justificar que uma grande “fatia do bolo” seja crescentemente atribuída ao lóbi da intervenção em detrimento daquilo que reduziria uma significativa parte da necessidade de intervenção, falo-vos da prevenção, mitigação, bem como da preparação dos cidadãos para a sua autoproteção conducente a que  cada cidadãos seja de facto parte da solução e não parte do problema.

Bem sei que a seguir vêm mais “mimos”, já estamos habituados, já vimos estes filmes muitas outras vezes, em especial em obras cinematográficas atinentes aos lóbis nos EUA no tempo da Lei Seca, ou aqui mesmo na Europa no tempo dos grupos rivais italianos.

Nem uma nem a outra organização serve o interesse público e, se uma representa os interesses partidário, a outra serve os interesses dos patrões dos Bombeiros.

Ressalve-se que não estão em causa os Bombeiros, esses continuam a dar o seu melhor de corpo e alma e a ser escravizados com remunerações inferiores às de empregada doméstica com muito mais risco. O Problema não são os Bombeiros, esses merecem-nos todo o respeito, o problema são alguns antigos e atuais comandantes de Bombeiros e dirigentes, o problema são alguns “partidocratas” experimentalistas.

Isto como está não tem solução e, no fim da linha quem perde e sofre é o cidadão. Todos eles apregoam a segurança e socorro do cidadão, mas apenas se preocupam como se podem servir a si e aos seus do crescente sorvedouro de dinheiro extorquido ao cidadão, prova disso foi a taxa municipal de proteção civil lembram-se?!

Estejam atentos, muito atentos e preparem-se treinando-se, equipando-se, adquirindo novas skills e encontrando um local seguro para viver, deles nada de bom se pode esperar, nunca voz dirão que estão em perigo sem a isso serem forçados, veja-se o que aconteceu nos incêndios, nas cheias, na pandemia, e imagine-se o que acontecerá num atentado nuclear, num sismo de grande magnitude, num tsunami, num acidente sideral. Decerto tentaram proteger-se a eles e aos seus, os outros são apenas quem lhes paga o ordenado antes mesmo dos patrões receberem, a maioria do povo. Sim o povo é o patrão de toda esta gente, eles são nossos empregados, ainda que nunca lhes tenhamos feito uma entrevista de emprego, ainda que não conhecemos os seus currículos, ainda que não sejam competentes ou que tenhamos tido como “especialista” em proteção civil um pasteleiro, lembram-se?

Boa sorte e não se deixam iludir, Fátima não é o principal agente de Proteção Civil, a sua proteção civil é você.

João Paulo Saraiva
Presidente da Direção da APROSOC
Apartidário