O início do PMR 446 em Portugal

Em 1997 a Motorola convidou os partners de todos os países europeus para apresentar uma solução semelhante à existente nos Estados Unidos para comunicação de curta distância, destinada a nichos de mercado e que à semelhança dos EUA não carecesse de licença, de modo a revolucionar as comunicações de curto alcance através do livre acesso a terminais de radiocomunicação sem burocracias ou custos adicionais com taxas.

Em Portugal o partner convidado foi a empresa SICOM (atual Tecradio), cujo seu gerente era o Sr. Fernando Alves (o pai das empresas de radiocomunicações em Portugal), que convidou para esta reunião (na sala de conferências de um Hotel no Campo Pequeno em Lisboa) com a Motorola todos os seus agentes de distribuição, entre os quais, o Sócio-Gerente da Empresa MOBISTAR Lda., João Paulo Saraiva, atual presidente da APROSOC, e que de imediato de interessara pela gama de equipamentos apresentada e que era composta pela séria TalkAbout  e pela Série HandyPro ambas da MOTOROLA.

Já em 1998 o produto era disponibilizado pela primeira vez em Portugal pela empresa SICOM, tendo as primeiras unidades (TA200 amarelos/azuis) e HandyPro446 verdes) sido adquiridas pela empresa MOBISTAR de João Paulo Saraiva, tornando-se assim o primeiro detentor e comercializador de equipamentos PMR446 em Portugal que, só no mês de Dezembro de 2018 vendera mais de 30 unidades de um produto que o público desconhecia e estranhava mesmo não carecer de licença ou o pagamento de taxas.

João Saraiva, viria a encerrar a MOBISTAR – Equipamentos e Serviços de Emergência Médica e Radiocomunicações Lda em 2005 por se ter dedicado mais a causas não lucrativas em projetos Associativos, contudo, tendo sido o primeiro detentor e utilizador de rádios PMR446 em Portugal e, estando já na altura ligado a Associações que estatutariamente abrangiam também as radiocomunicações, nunca deixara de promover o uso do PMR446 por acreditar que teria potencialidades, entre as quais lúdicas e emergêncistas, atividade que mantém até ao presente na APROSOC – Associação de Proteção Civil.

O nº1 dos PMR446 em Portugal viu assim nascer muitos movimentos em torno do PMR446, alguns dos quais já desaparecidos. Em 2014 na sequência iniciativa em Espanha na busca de um desaparecido e que iniciava o movimento canal 7-7, replicou-o em Portugal, tendo vindo a identificar constrangimentos técnicos relacionados com a compatibilidade de equipamentos e, a adotar uma diferente solução, a dos equipamentos somente com encoder 85.4Hz para comunicar tanto com os equipamentos com CTCSS (Acrónimo para o inglês: Continuous Tone-Coded Squelch System), quanto com os que não dispõem dessa função, bem como possibilitar também comunicar com os que geram esse tom com um nível mais baixo ou diferente forma de onda incompatível com o decoder de alguns equipamentos.

A APROSOC – Associação de Proteção Civil, comunica com todos os detentores de equipamentos PMR446, contudo, tendo como Presidente o primeiro detentor, comercializador e utilizador nacional de terminais PMR446 não faz parte de quaisquer outros grupos informais ou formais relacionados com o PMR446 em Portugal por ter a sua própria filosofia relativa ao uso profissional e lúdico da banda.

Os 10 primeiros utilizadores lúdicos de terminais PMR446 em Portugal foram:

  1. João Paulo Saraiva (CT1EBZ)
  2. Anabela Sobral
  3. António Figueira
  4. Ana Lígia
  5. Paulo Wilson
  6. Daniela Encarnação
  7. Manuel Domingos
  8. José Augusto Miranda (já falecido (CT1AEV)
  9. José Maria (já falecido)
  10. João Plácido (CT1BIL)

Os primeiros dois modelos comercializados em Portugal e em toda a Europa tinham somente 8 canais.

Outras marcas e modelos se seguiram até aos dias de hoje.