Há graves problemas de comunicações entre o posto de comando e as aeronaves no combate a incêndios

A aparente impreparação técnica especializada por parte de quem opera o equipamento rádio no Comando das Operações Aéreas (COPAR) em algumas operações, aliada ao facto dessa operação em terra ser em muitos casos efetuada com recurso um equipamento portátil de radiocomunicações na banda aeronáutica de VHF, ou mesmo a distração deste operador com outras questões de serviço ou mesmo algo tão natural como uma indisposição relacionada com a exposição por vezes prolongada ao sol e a temperaturas elevadas ou a concretização de necessidades fisiológicas, são alguns dos fatores que em nossa convicção contribuem para graves problemas de comunicação entre o COPAR e os meios aéreos de combate a incêndios. Por vezes quem opera tal equipamento portátil encontra-se no interior do veículo que assegura ao posto de comando, impossibilitando a comunicação ou dificultando-o. Por inúmeras vezes os meios aéreos chamam o COPAR e não obtém resposta, ficando assim por vezes a aguardar atribuição de missão ou diligências por exemplo para autorizações de ordem diversa, enquanto sobrevoam a área durante algum tempo. Tempo esse de voo que se retira ao combate efetivo e por isso à eficácia no combate ao incêndio.

Para a APROSOC – Associação de Proteção Civil, existe margem de manobra para aumentar a eficácia do emprego de meios aéreos no combate a incêndios, possibilitando uma maior rentabilização desses recursos, poupar tempo e reduzir área ardida, bem como inerentes prejuízos materiais e sobretudo riscos acrescidos para vidas humanas. É por tudo isto recomendável uma maior aposta na preparação técnica dos operadores de COPAR, bem como, a adequação dos meios técnicos colocados à disposição desses operadores que devem assegurar a coordenação dos meios aéreos a partir de terra ou mesmo tal como já acontece no ar, não somente no que respeita aos equipamentos de radiocomunicações usados, mas também no que respeita ao tipo de veículo a partir do qual fazem essa coordenação em terra, recomendando-se que tudo isto seja repensado, aproveitando-se as tréguas que as condições meteorológicas possibilitam no que concerne aos incêndios rurais.

João Paulo Saraiva
Presidente da Direção