SISMO – REFLEXÃO DE SENSIBILIZAÇÃO

Eram 17H53m quando um sismo de forte magnitude (7.5 na escala de Richter) sacudiu a região de Lisboa, o “P” que mora na parte mais alta de Paço de Arcos no concelho de Oeiras, distrito de Lisboa, saíra do emprego no Marques de Pombal há alguns minutos e encontrava-se na A5 na zona da Serra do Monsanto a descer para Algés, tendo consigo um rádio CB na bagageira e o rádio PMR446 no habitáculo. Todo o transito parou face às fendas e crateras que se abriram no alcatrão, há notícias de que o viaduto de Carnaxide ruiu e existem viaturas sob os escombros e, a ponte da A5 sobre a ribeira de Barcarena desapareceu.
O “P” dentro do automóvel e, a esposa em casa, estão ainda atordoados das sacudidelas sofridas durante o evento sísmico, atónicos, receosos de réplicas, tudo é novidade pois nunca antes tinham passado por isto.

Quer por algumas torres de telecomunicações terem colapsado, quer por danos nos sistemas de alimentação ou por sobrelotação, o “P” tenta ligar para a sua esposa que supostamente àquela hora já teria chegado a casa, mas sem sucesso.

Qual das seguintes opções seria uma solução:

  1. O P tem um rádio CB em casa sempre ligado a uma bateria e carregador, mas a esposa nunca se interessou por isso e nem lhe ocorre ligar o rádio.
  2. A esposa do P liga o rádio, mas como nunca se interessou pelo assunto não sabe em que canal deve comunicar com o P.
  3. A esposa liga o rádio e percebe que o rádio tem uma tecla de emergência, pressiona-a e o rádio fica em canal 9, ela chama, mas como nunca antes treinaram o “P” está a chamar no canal de chamada 11 e ela no 9.
  4. O “P” percorre vários canais a chamar a esposa, enquanto a esposa faz o mesmo e andam sempre desencontrados.
  5. O “P” tinha praticado com a esposa e até deixou uma folha colada ao rádio com instruções, tais como nome de estação, canal primário, canal alternativo e procedimentos de operação em emergência e facilmente estabelecem contacto, mas ele informa-o de que não há eletricidade, apesar do edifício não ter sofrido danos. Combinam então ligar o rádio de X em X tempo e que, caso não consiga avançar com o automóvel vai a pé e fica contactável no PMR446 no canal indicado ou alternativo, assim que estiver em local que possibilite a comunicação. Pede ainda à esposa que tente comunicar com a filha também pelo PMR446, mas a esposa repara e informa-o que o rádio da filha ficou em casa.
  6. Nenhuma das anteriores é uma solução completa mas, este exercício possibilitou compreender o problema e encontrar soluções, o “P” chegou a casa e chamou a filha e esposa e fizeram um plano de comunicações alternativas de emergência e todos se comprometeram fazer-se acompanhar permanentemente do seu rádio PMR446 e no caso do “P” e da esposa “M” combinaram andar sempre com um CB com antena magnética para SOS ma bagageira, com instruções rápidas indicando o canal primário a usar e o/s alternativo/s.

Se tudo ou parte daquilo que você sempre conheceu desaparecer ou ficar destruído, está preparado para lidar com a situação? Repare que a história tem uma parte boa, por sorte o prédio onde vive a família do “P” não sofreu danos, mas nem sempre todos têm essa sorte e, ainda que não sofresse danos existe outra possibilidade a de ser destruído por um Tsunami, mas, espere, pois é, o prédio é na “parte mais alta de Paço de Arcos”, portanto com vista para as tragédias no edificado a cota mais baixa e mais junto ao mar.

Agradecemos o tempo que dedicou à leitura deste nosso pequeno exercício de sensibilização que pode ser adaptado a cada caso. Dê asas à imaginação e prepare-se porque, a incerteza não está em se vai ou não ocorrer um novo sismo como o que em 1755 abanou e destruiu Lisboa, a incerteza reside no quando voltará a acontecer, pode ser daqui a séculos, décadas, anos, meses, semanas, dias, horas, minutos, segundos, ou neste preciso momento em que estava a ler este texto.
Prepare-se, equipa-se, mantenha-se informado, pode acontecer a qualquer momento.
Está mentalmente preparado para lidar com a situação?

Lançamos-lhe o repto de “regressar a 1755” e tentar contemporizar aquele evento no presente.