A proteção civil é um conjunto de atividades que respondem a necessidades especificas, por vezes inesperadas e com variações imprevisíveis no tempo e no espaço, tendo aqueles que se predispõe a colaborar nessas atividades que estar preparados para o inesperado, o imprevisível, a variação da dimensão do cenário, vítimas, danos e constrangimentos de ordem diversa. Neste contexto, exercitar deve possibilitar mutações capazes de pôr à prova os intervenientes na resposta para as variações inesperadas dos diferentes cenários possíveis, onde reclamar de algo que não está bem em nada contribui para mitigar ou resolver a situação, mas onde cada decisão pesa no sucesso possível de alcançar em cada missão.
No exercício do próximo domingo, o grau de exigência nas radiocomunicações será mais elevado e pretende retomar a capacitação dos radioperadores para cenários reais de emergência, dando assim cumprimento ao consagrado nos fins estatutários desta Associação.
Os radioperadores que se predispõe a colaborar nas comunicações em cenários de acidente grave ou catástrofe, tem de estar preparados para receber (desejavelmente interpretar) e retransmitir mensagens, podendo para isso recorrer numa fase transitória a gravadores reprodutores de áudio, para gravar a mensagem recebida e a retransmitir na integra e eventualmente repetir até que seja fielmente registada no destinatário.
Os gravadores – reprodutores de áudio possibilitam ainda um excelente auxilio à transcrição da mensagem evitando-se assim a adulteração.
Para garantir que a mensagem foi interpretada / transcrita corretamente no destinatário, utiliza-se a expressão de serviço “acuse repetindo”, expressão esta que solicita ao destinatário que repita a mensagem na integra para se garantir a fiel transcrição para entrega ao destinatário final se caso disso.
Sempre que o teor da mensagem seja suscetível de causar pânico em quem acidentalmente a recebe e não está contextualizado com o exercício, bem como para evitar a interpretação da mensagem pelas autoridades como transmissão de falsos sinais de alerta de perigo, puníveis criminalmente, é obrigatório transmitir no início e fim de cada mensagem ou secção da mesma, a expressão de serviço “exercício, exercício, exercício”.
Durante o exercício os radioperadores nele empenhados devem ignorar todo o tráfego que não seja de serviço, ainda que sob a forma de pedidos de “oportunidade” controle de sinal de receção ou outros, exceto se forem mencionadas as seguintes expressões de serviço: “mayday, mayday, mayday”, “socorro”, “emergência”, “para exercício”.
Sempre que uma estação termine o serviço deve regressar a canal/frequência de chamada, anunciando a sua presença e disponibilidade através da verbalização do seu indicativo de chamada no canal.
Sempre que uma estação quando questionada se “está apta a receber mensagem” não confirme essa prontidão seja com caneta ou lápis e papel, seja com registo digital ou analógico, deve ser ignorada dando-se a comunicação terminada com a expressão de serviço “terminado” e regressando-se à chamada geral ou dirigida às estações a quem se pretende fazer chegar a mensagem, usando para isso a expressão de serviço “separação”.
Nenhum operador deve tratar outro operador por tu durante o tráfego de serviço ou ocupar o canal em serviço com tráfego de cordialidade.
Sempre que um canal esteja fortemente interferido, seja por que motivo for, ambas as estações devem cessar a transmissão naquele canal, devendo proferir somente a expressão terminado, regressar a canal de chamada e indicar novo canal para transmissão da mensagem.
Se as estações em serviço num determinado canal perderem o controlo do canal pelo facto de terem permitido a entrada de outras estações não contextualizadas com o exercício, deve uma delas indicar o canal em que vão prosseguir com o serviço e deixar as estações que entretanto ocuparam o canal a prosseguir o seu tráfego lúdico no mesmo.
Caso exista perseguição nos canais por parte de outros utilizadores, os radioperadores envolvidos devem recorrer a canais noutras bandas a que legalmente tenham acesso, sendo totalmente vedado lamentações da situação nos canais interferidos, tal interferência deve ser totalmente ignorada para não alimentar o ego do infrator.
Após terminado o tráfego de mensagens de serviço no exercício, todos os radioperadores desta Associação têm liberdade para as comunicações lúdicas que entendam por bem, contudo, é exigível que durante o exercício cumpram escrupulosamente os procedimentos radiotelefónicos sem desvios.
Esta preparação conduz à progressiva capacitação para intervenção no apoio às radiocomunicações em situações de acidente grave ou catástrofe, algo que só se consegue com esforço individual objetivando a proficuidade na operação rádio disciplinada.
As comunicações de emergência exigem, disciplina e objetividade, bem como a capacidade de adaptação, correção célere de erros ou falhas.
O recetor da mensagem deve publicar um vídeo e anexo o texto da mensagem, na página Facebook: https://www.facebook.com/pontoencontroemergencia
Os membros da APROSOC empenhados no exercício de radiocomunicações de emergência devem usar o seu nome de estação (indicativo de chamada) “OÁSIS”, devendo os que estão a participar somente no exercício de radiocomunicações cidadãs usar o seu indicativo “ONDA”.
Apela-se ainda a que, somente use o seu prefixo “OÁSIS” quem esteja vocacionado para as radiocomunicações de emergência, e quem somente esteja vocacionado para as radiocomunicações recreativas deve usar o prefixo “ONDA”.
Ninguém deve recear cometer erros, a proficiência só se atinge com o treino continuado e leva o seu tempo.
Ninguém deve interpretar as correções feitas pelo radioperadores seniores como reprimendas, mas sim, independentemente do tom usado como contributos ao desenvolvimento.
Durante o serviço não existem tons de cordialidade, somente tons de serviço, gerando esta situação frequentemente em meios não dedicados ao serviço (CB, PMR446, Radioamador), interpretações de indiferença ou superioridade que em nada correspondem à verdade, devendo essas situações ser esclarecidas após o exercício para não alimentar falsas interpretações e frequentes especulações.
Em situações reais não existem garantias de nada, somente possibilidades, sendo que algumas possibilidades desaparecem, e para isso é necessário que estejamos todos preparados para a qualquer momento abandonar uma frequência, canal, rede ou sistema e passar a outro alternativo, seja em modos analógicos ou digitais, sendo que, os modos analógicos são os mais confiáveis e abrangentes.
Para os voluntários de proteção civil não existem instabilidades nas redes, existem constrangimentos e desafios a superar, pelo que não é admissível reclamar do facto de algo não ter funcionado, mas sim elogiável o facto de se ter ultrapassado cada um dos obstáculos.
São raras as pessoas capazes de se adaptar à exigência da especificidade destas operações, mas existem e, são esses talentos que procuramos ajudar a revelar.
As pessoas que não atingem os patamares de proficiência neste domínio não são desprezíveis, possuem certamente muitas outras competências e talentos, podendo ser benificiárias desta nossa competência, tal como nós podemos ser benificiários das suas competências noutras situações, porque, mais cedo ou mais tarde, todos precisamos de todos.
O joco e perturbação de quem na sua ignorância não compreende os objetivos destes exercícios, esses sim merecem o nosso silêncio e indiferença.